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Responsabilidade Social
Ex-detentos ganham oportunidade de trabalho em obras da Unila
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21/08/2013

A vida de 38 pessoas – incluindo 30 egressos do sistema penitenciário – toma um novo rumo a partir desta quarta-feira (21), data em que começam a trabalhar na construção do campus da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila), na área doada pela Itaipu, em Foz do Iguaçu.

Na manhã desta terça-feira (20), os recém-contratados participaram de uma solenidade no canteiro de obras da Unila. Na ocasião, eles receberam o certificado do curso de “carpinteiros de forma”, formação que os capacitou a confeccionarem moldes de madeira para o concreto.

O evento teve a participação de autoridades de Foz. Joel de Lima, assistente do diretor-geral brasileiro de Itaipu, Jorge Samek, representou a binacional. O prefeito Reni Pereira participou da cerimônia.

Todo o processo de reinserção no mercado de trabalho foi coordenado pelo Patronato Penitenciário Municipal de Foz do Iguaçu, com o apoio da Itaipu. Também são parceiros da iniciativa a Secretaria Municipal de Assistência Social, o Provopar, o Senai e a Construtora Mendes Jr – empresa contratante dos novos profissionais.

 “Não viemos oferecer curso, mas emprego. Primeiro fizemos a parceria para conseguir as vagas e só depois selecionamos os assistidos do Provopar e os egressos”, explicou Luciane Ferreira, diretora-geral do Patronato.

Vulneráveis

Para os cursos, iniciados em junho e concluídos agora, foram selecionados 30 ex-detentos e outras oito pessoas em situação de vulnerabilidade econômica. Duas mulheres estão no grupo: uma delas, egressa do sistema prisional.

Elisângela Marques Ramos, 33 anos, cumpriu pena por “quatro anos, 11 meses e 18 dias” contados. Saiu em 2011 e, até agora, só tinha conseguido dois trabalhos temporários. “Ainda tem muito preconceito com a gente”, afirmou. “Esta foi a melhor oportunidade da minha vida. Estou feliz”, completou.

Mão na massa

Certificado em mãos, os profissionais não veem a hora de começar o trabalho. O salário mensal é de R$ 1.080, mas com os benefícios adicionais o rendimento equivale a R$ 1.500.

Desempregado há cinco meses, Lauri Gonçalves de Paula, 45 anos, nunca esteve em um presídio, mas conhecia bem a dificuldade de encontrar trabalho sem muita formação. “Deixei mais de dez currículos aqui na Unila. Consegui o curso e o trabalho por meio do Conselho Comunitário da Vila C, porque a situação estava difícil”, comemorou.

Para um dos egressos, esta também é uma oportunidade inédita em sua vida. Aos 35 anos de idade, ele terá sua carteira de trabalho assinada pela primeira vez. “Será meu primeiro registro”, disse o rapaz, que pediu para não ser identificado na matéria. O motivo? Mesmo empregado, ele diz que a sociedade ainda não vê com bons olhos os ex-presidiários, embora haja iniciativas positivas, como essa, promovida pelo Patronato.

“Buscamos o resgate da cidadania dessas pessoas, porém este não é um programa meramente social. É também econômico, pois estamos formando profissionais para uma necessidade empresarial”, disse a coordenadora de Responsabilidade Social Corporativa da Mendes Júnior, Maria Bernadete Belizário Maia.

 “A situação econômica favorável do Brasil exige demanda de mão de obra e esta iniciativa concilia a ressocialização e a necessidade do País”, afirmou Joel de Lima. Em 2010, a Itaipu assinou um convênio de cooperação técnica para a reinserção social de egressos do sistema penitenciário.

O compromisso da binacional, assumido com o Conselho Nacional de Justiça, é incentivar a contratação de ex-presos pelas empresas prestadoras de serviços. A Itaipu também patrocina ações diversas do Patronato.