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Meio Ambiente
Estudo da Itaipu quebra velho mito sobre migração de peixes
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29/08/2013

Os estudos de migração desenvolvidos por Itaipu Binacional e parceiros na bacia do Rio Paraná, com utilização de marcadores eletrônicos, derrubaram um velho mito de que sistemas de transposição impedem que peixes desçam os rios.

De acordo com Hélio Martins Fontes Júnior, da Divisão de Reservatório da Itaipu, sinais de peixes marcados na usina Porto Primavera, cerca de 400 quilômetros acima da barragem de Itaipu, foram capturados no Canal da Piracema, a partir de 2010.


Canal da Piracema, construído pela Itaipu, permite a migração dos peixes

“Uma das principais críticas ao Canal da Piracema e a outros sistemas de transposição de peixes em geral era de que eles são uma via de mão única, ou seja, que os peixes só sobem e não descem [os rios]. E isso a gente acabou desmistificando aqui”, afirmou Fontes (foto ao lado).

Os resultados da pesquisa foram apresentados nesta quarta-feira (28), no Ecomuseu, durante o workshop Estudo da Migração de Peixes no Rio Paraná, promovido pela Superintendência de Gestão Ambiental de Itaipu, em parceria com a Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste) e a Companhia Energética de São Paulo (Cesp).

O encontro, que segue até quinta-feira (29), com plenárias, discussões e visita ao Canal da Piracema, reúne mais de 40 especialistas, de 16 entidades e instituições de todo o País.

Fontes disse que os dados apresentados no workshop são recentes, após Itaipu começar a fazer marcação com chip eletrônico, em 2009. O sistema também registrou, na escada de peixes da Cesp, em Porto Primavera, peixes que foram marcados na Itaipu.

“Tem peixe que subiu a escada e, depois de meses, desceu”, acrescentou. “Então é realmente um fato novo que chamou a atenção da comunidade científica.”

Referência na América do Sul

A marcação de peixes por Itaipu e parceiros começou em 1997, com a utilização de etiquetas externas, e hoje o sistema já é o maior da América do Sul. De lá para cá, já foram marcados cerca de 46 mil peixes, de 48 espécies diferentes – entre elas, Armado, Curimba, Mandi, Pacu, Barbado, Piau, Piapara, Dourado, Cascudo-preto, Pintado, Chinelo e Jurupoca.

Fontes explicou que os estudos são importantes para a conservação e a exploração sustentável das espécies e também para avaliar o sistema de transposição de Itaipu, que é de 2002. “Na verdade, são poucos os profissionais que trabalham com estudos de migrações de peixes no Brasil”, comentou.

“Acho que grande parte do que se conhece hoje sobre o comportamento migratório das espécies de peixes no Rio Paraná é graças ao nosso estudo. Já apresentamos e publicamos 28 trabalhos com os dados produzidos aqui e isso é muito importante para efeito de conservação dessas espécies”, reforçou.