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Meio Ambiente
Em Itaipu, diretor da ANA defende a geração de energia em aterros
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06/09/2013

O diretor-presidente da Agência Nacional das Águas (ANA), Vicente Andreu, defendeu a experiência de Itaipu, de estímulo à produção de biogás, como um modelo a ser seguido pelos municípios, que devem investir no aproveitamento do gás dos aterros sanitários para a produção de energia elétrica.

A declaração foi feita durante a abertura da 4ª Conferência Estadual de Meio Ambiente, na quinta-feira (5), no Cineteatro dos Barrageiros, na Itaipu, em uma solenidade que teve a presença de 630 pessoas. Andreu representou a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira.

Também participaram da cerimônia o diretor-geral brasileiro de Itaipu, Jorge Samek; o secretário estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Luiz Eduardo Cheida; o prefeito de Foz do Iguaçu, Reni Pereira; e os diretores da Itaipu Nelton Friedrich (Coordenação), Pedro Domaniczky (Coordenação executivo) e Cézar Ziliotto (Jurídico), além de outras autoridades.

O encontro terminou na sexta-feira (6), com a eleição dos 50 delegados que representarão o Paraná na Conferência Nacional de Meio Ambiente em Brasília, em outubro. Entre junho e agosto, 20 mil pessoas participaram das seis Conferências Macrorregionais e das 187 Conferências Municipais de Meio Ambiente.

O Paraná produz 20 mil toneladas de lixo por dia. Segundo relatório do Instituto Ambiental do Paraná (IAP), em 2012 o Estado tinha 214 municípios com aterro sem licença ambiental e outros 93 com lixões. A previsão é que, até 2014, o Paraná tenha 40 consórcios intermunicipais para o gerenciamento e o tratamento dos resíduos sólidos.

Modelo

Na abertura da Conferência, Andreu argumentou as vantagens do aproveitamento dos gases dos aterros. Ele também pediu apoio de Itaipu para que ajude na sensibilização do setor elétrico brasileiro para a compra da energia oriunda dos aterros. “Pela importância do contexto elétrico brasileiro, ela pode inspirar essa iniciativa”, disse o diretor-presidente da ANA.
 
Para ele, a venda desse subproduto energético é uma contrapartida aos custos elevados da instalação e manutenção dos aterros sanitários. A operação de um aterro custa, por ano, em torno de 30% do valor de instalação. “E se ele não funcionar adequadamente, em um mês volta a ser um lixão. Portanto, todo tipo de aproveitamento deve ser incentivado. E um deles é o do gás”, disse, em alusão aos “resíduos sólidos”, tema-chave da conferência.

“Estamos mostrando como é possível na prática conciliar esse processo de desenvolvimento econômico, geração de emprego e renda e a preservação do meio ambiente”, disse Samek, durante a solenidade.

O diretor lembrou, ainda, que o engajamento dos municípios da Bacia do Paraná 3 tem promovido a sustentabilidade, e atribuiu isso não apenas ao Programa Cultivando Água Boa (CAB), mas com as conferências regionais que antecederam a 4ª Conferência Estadual de Meio Ambiente.

“Na região elas foram feitas em todos municípios, com mais de cinco mil participantes. É gente que abre seu horário para ouvir, propor, dar opiniões, atitude de uma riqueza extraordinária”, completou Samek.

Biogás

A Itaipu, ao lado de diversos parceiros, instalou o Condomínio de Agroenergia para Agricultura Familiar Sanga Ajuricaba, em Marechal Cândido Rondon, no Oeste do Paraná, a 180 quilômetros de Foz do Iguaçu. O condomínio reúne 33 pequenos produtores rurais. Nessas propriedades, os dejetos de suínos e de gado leiteiro são transferidos para biodigestores, para a extração do gás metano.

Os biodigestores estão conectados por 22 quilômetros de gasoduto a uma central termelétrica, que abastece com energia as propriedades rurais. A experiência é um dos modelos de sustentabilidade adotados pela hidrelétrica, replicado inclusive no Uruguai.