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Ecomuseu terá a partir de julho a exposição “Múltiplo Leminski”
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05/06/2013

Depois do Museu Oscar Niemeyer (MON), em Curitiba, onde fica até este domingo (8 de maio), a exposição "Múltiplo Leminski" vem para o Ecomuseu, em Foz do Iguaçu, onde será inaugurada no dia 11 de julho e permanecerá no mínimo por três meses.
  
No MON, quase 200 mil pessoas visitaram a mostra, que traz as várias facetas de Paulo Leminski – poeta, músico, tradutor, publicitário, além de grafiteiro, biógrafo, jornalista e autor de histórias em quadrinhos eróticas, entre outras funções que exerceu ao longo de seus 44 anos de vida. E, claro, boêmio inveterado e polêmico em tudo o que fazia.
  
A exposição vem primeiro para Foz do Iguaçu, antes de seguir para outras capitais – já estão na lista de espera Goiânia e Recife -, graças à Itaipu Binacional, que fez uma parceria com o MON.
 
Atende carências
Paulino Motter, assessor do diretor-geral brasileiro de Itaipu, Jorge Samek, foi quem negociou a vinda da mostra, já a partir de meados de abril. Ele considera que o evento atende a uma série de carências de Foz do Iguaçu  na área cultural e, ainda, vai ao encontro da política e da missão do Ecomuseu, de levar cultura aos moradores de toda a região de influência de Itaipu.
“Será certamente a maior exposição que o Ecomuseu já realizou e colocará Foz do no circuito cultural brasileiro”, diz Paulino, lembrando que uma das reclamações mais frequentes dos turistas que visitam a cidade é justamente a falta de eventos culturais.

Leminski estudava guarani
Áurea Leminski, filha do poeta e assistente de curadoria da exposição, diz que Foz do Iguaçu interessava desde o início como destino da mostra, por suas características de cidade onde vivem mais de 70 etnias e estar na Tríplice Fronteira. “Foz era uma cidade que atraía Leminski, um estudioso de guarani e de outras línguas faladas nessa região”, diz.

Ela destaca ainda a presença de turistas do Brasil e do mundo inteiro, atraídos pelos atrativos da cidade. E conta que, embora o espaço no Ecomuseu seja menor que no MON, todas as facetas de Leminski estarão presentes. Aliás, uma delas também surpreende quem visita a exposição: ele foi autor de um livro infantil, “Lua no cinema”, e um infanto-juvenil, “Guerra dentro da gente”, muito vendido porque foi adotado por escolas.

Mais apoio
Tanto Áurea quanto Paulino lembram que a vinda da mostra está garantida, mas será preciso buscar parceiros em Foz para reduzir os custos diretos e indiretos, o que inclui desde hospedagem para os responsáveis pela montagem até apoio dos veículos na divulgação e dos operadores de turismo para que incluam a exposição no calendário artístico e no roteiro dos visitantes.

Paulino acha que os empresários devem compreender a importância de investir em cultura, porque mesmo destinos com grande apelo turístico, como é o caso de Foz, não podem deixar de oferecer opções culturais. E Foz do Iguaçu precisa se tornar um polo cultural à altura do cada vez mais importante polo universitário, com novas universidades públicas e fortalecimento das públicas e particulares existentes.

Ingressos
No Ecomuseu, ainda não foi definido os espaços para a mostra, que no MON ocupou os 1.700 metros quadrados do Olho. Aqui, será feita uma adequação à área do Ecomuseu, possivelmente com parte do acervo exposta na área externa.

Paulino conta que não está definida a questão de cobrança de ingressos, mas que será prioridade atender as escolas públicas.  “A minha ideia é que se torne a mais pública possível”, diz, lembrando que no MON o valor do ingresso foi apenas simbólico, para cobrir alguns custos básicos.

Para ele, o importante é que a mostra trará um incentivo à leitura e poderá despertar nos jovens, principalmente, sensibilidade estética e criação artística. Ele avalia que a poesia de Leminski é em linguagem direta e acessível, que pode ser captada facilmente pela “geração da cultura digital”, isto é, os mais jovens.

Paulino Motter lembra que o diretor-geral brasileiro de Itaipu, Jorge Samek, sensibilizou-se a apoiar a vinda da exposição a Foz do Iguaçu porque conheceu Paulo Leminski e sabe que ele foi “um ícone das gerações de 70 e 80, que ainda é pouco conhecido das gerações atuais”. Itaipu, segundo Samek, pode agora contribuir para que as novas gerações de Foz do Iguaçu tenham oportunidade de se encantar com o talento do artista curitibano.

Até show
Para viabilizar a exposição em Foz do Iguaçu, patrocinou o show de encerramento da exposição no MON, na quarta-feira (4), com a participação do cantor Arnaldo Antunes e de músicos que interpretaram composições de Paulo Leminski. Este mesmo show irá encerrar a mostra em Foz do Iguaçu, provavelmente no dia 18 de outubro, quando o Ecomuseu comemora 26 anos.

Paulo Leminski (1944-1989) desperta hoje o interesse dos mais diferentes públicos, por sua linguagem acessível e criatividade nas várias áreas em que atuou. O livro “Toda Poesia”, que reúne toda a sua obra poética, é um dos mais vendidos no Brasil.

Um mês depois de lançado, já tinha três reimpressões e batia em vendas a trilogia de E. L. James (Cinquenta Tons de Cinza, Cinquenta Tons de Liberdade e Cinquenta Tons Mais Escuros), que havia mais de um ano dominava a primeira posição do ranking.