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Meio Ambiente
Curso no Refúgio traz tecnologia de ponta para a radiologia de animais
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09/05/2014

O Refúgio Biológico Bela Vista (RBV) está sediando uma capacitação pioneira, que atraiu 24 veterinários e especialistas de todo o País. É o Curso Teórico-Prático de Radiologia Digital em Animais Selvagens, que possibilita aos profissionais conhecer um equipamento de altíssima tecnologia, capaz de fazer radiografias de animais silvestres com maior qualidade de imagem, velocidade e segurança. O treinamento se encerra nesta sexta (9).
    

Organizado pela Associação Brasileira de Veterinários de Animais Selvagens (Abravas) em parceria com a Itaipu e a Macrotec, que fabrica o equipamento, o curso é constituído de aulas teóricas e práticas. A cada dia, vários animais são radiografados, incluindo aves, répteis, roedores, primatas, carnívoros e cervídeos. Muitos são do próprio RBV, mas alguns foram cedidos pelo Parque das Aves, Parque Zoológico Bosque Guarani e Hotel Bourbon.

O veterinário Zalmir Cubas, da Divisão de Áreas Protegidas da Itaipu (MARP.CD), é um dos orientadores do curso, ao lado das veterinárias Juliana Tolentino e Márcia Mello. “Ainda não trabalhamos com essa tecnologia no RBV, então está sendo um excelente aprendizado. É incrível, muito mais rápido e os resultados são mais claros. Sem contar que não precisamos revelar as chapas, como na radiografia tradicional, o que reduz a emissão de resíduos e material poluente”, disse.

Benefícios

O equipamento é composto de um aparelho portátil, uma chapa eletrônica para posicionar o animal e um software. As imagens vão do aparelho direto para o computador. “Também é mais seguro, porque emite raios X de potência baixa, o que dispensa a baritagem de chumbo que protege as salas”, explica Décio Ogawa, da Macrotec. Isso significa que os raios X podem ser feitos nas jaulas ou mesmo em campo, estressando menos os animais.

“É comum utilizarem esse tipo de equipamento em cavalos, pois as imagens são feitas sem que o animal precise ser sedado ou removido para determinado local. É muito prático no caso de lesão nos membros”, exemplificou a especialista em radiologia Márcia Mello.

Para a maioria dos animais, a participação no curso fez parte do check-up anual. Em alguns casos, porém, as imagens vão ajudar a identificar problemas e buscar a melhor forma de tratamento. “É o caso de uma harpia com artrite, por exemplo, e de outros animais com ferimentos”, explicou Zalmir Cubas.
      
Conhecimento

O curso é o primeiro do gênero realizado no Brasil. “É muito raro encontrar treinamento relacionado a animais selvagens, então não podia perder a chance”, disse a aluna Greyce Gomes, que veio de Brasília. Em 2013, foi realizado, também no RBV, um curso de ultrassom que teve grande procura.

“Esse também é um objetivo do Refúgio. Além de centro de tratamento e pesquisa, queremos ajudar a difundir o conhecimento, compartilhar o que sabemos e aprender com os colegas”, disse Zalmir. A ideia é oferecer um curso por ano, sempre voltado aos animais silvestres. O público é garantido. “Quero participar de todos, são cursos muito bons”, afirmou Daniela Reani, de Campinas.


      
Amor

Os profissionais que participam do curso não mediram esforços para vir a Foz do Iguaçu. Mesmo as palestrantes, Márcia Mello e Juliana Tolentino, são voluntárias – fazem tudo apenas pelo amor à profissão e aos animais.

Juliana não conseguiu se dividir entre dois amores. Veterinária com experiência no maior zoológico do Brasil, o Zoo de São Paulo, ela confirmou a participação no curso, mas trouxe “na bagagem” seu filho Bernardo, de seis meses, e a mãe, Jace, para cuidar do bebê. “É a primeira viagem dele, acho que está se divertindo”, brinca Juliana. E ela? “Estou amando. É muito bom poder discutir os temas com os colegas, e sempre aprendo um pouco.”