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Meio Ambiente
Cultivando Água Boa melhora a vida na Bacia do Paraná 3
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19/11/2010

Horas antes do início oficial do Encontro Cultivando Água Boa + 8, na noite desta quarta-feira (17), uma multidão de 4 mil pessoas procedentes de várias partes do Brasil já lotava o saguão do Rafain Palace Hotel, onde o encontro acontece até sexta-feira (19).  Estudantes, professores, agricultores, catadores de materiais recicláveis, agrônomos e técnicos, ‘disputavam’ o melhor lugar para assistir à cerimônia de abertura e à palestra do climatologista Carlos Nobre.
   
Nada de deixar para a última hora e perder um ensinamento valioso. O catador de materiais recicláveis Afonso Kray (à esquerda), de 43 anos, veio logo cedo do município de Missal, a 60 quilômetros de Foz do Iguaçu, para garantir um bom lugar. E conseguiu. “Quero aprender novas técnicas de preservação do meio ambiente, para depois repassar aos meus amigos e familiares”, disse.
   
E tanta disposição para participar do CAB+8 não é para menos. O empenho está relacionado diretamente à mudança que o Programa Cultivando Água Boa causou em sua vida. Desde o final de 2009, quando recebeu da Itaipu um carrinho elétrico para recolher papel e plásticos pelas ruas de Missal, passou a trabalhar menos e ganhar mais. “Antes eu enchia o carrinho três vezes por dia. Hoje, faço apenas duas viagens. Cansava mais e ganhava menos”, contou.
   
O carrinho elétrico, além de ser maior, é também mais leve. A renda mensal de Afonso saltou de R$ 300 para R$ 800. Segundo ele, sobra até para fazer uma poupança. “Cubro todas as minhas despesas e, ainda, guardo R$ 200 todos os meses. Agora, só falta eu arrumar uma namorada”, brinca.
  
Vai um cafezinho orgânico aí?
 
Salete Link (à esquerda) produz, na sua pequena propriedade em São Miguel do Iguaçu, a 40 quilômetros de Foz do Iguaçu, café, extrato de tomate e vários legumes orgânicos. Na Feira Vida Orgânica, montada no saguão do evento, ela aproveita para vender seus produtos e faturar uma graninha extra. O campeão de vendas é um cafezinho especial. Tudo fresquinho, feito na hora.
  
Assim como Afonso, Salete também teve no Cultivando Água Boa o grande incentivo para melhorar de vida. Periodicamente, ela recebe a visita e orientação de técnicos e agrônomos do programa. Com o apoio desses profissionais, ela consegue produzir, colher e comercializar os produtos de forma sustentável. Salete ainda aprendeu dicas importantes para combater as pragas e comprar insumos.  
  
Antes da chegada do Cultivando Água Boa, Salete, que cultiva orgânicos desde 1997, estava tendo algumas dificuldades. Não havia especialistas na área. “Sem essa ajuda, eu já teria desistido”, desabafa.
   
Mais dinheiro em caixa
  
A renda da família de Guiomar Santana Neves (à esquerda), de Vera Cruz do Oeste, a 200 quilômetros de Foz, cresceu consideravelmente nos últimos três anos.
  
Ela acrescentou à produção de leite e grãos o cultivo de plantas medicinais.
  
Começou devagar, mas hoje já tem mais de 30 variedades plantadas. “A Itaipu doa as mudas, oferece cursos de capacitação, auxilia no plantio e, ainda, me ajuda a vender. O encontro é chance garantida de novas parcerias”, conta entusiasmada.
  
Só com a venda das ervas para a prefeitura municipal ela ganha R$ 1,2 mil todos os meses. “Foi um incremento excelente no nosso caixa. O valor chega a ultrapassar o lucro com a venda do leite”, faz as contas.
    
Artesanato
  
Desde pequenininha, a índia Fátima Antunes, de 28 anos, produz artesanato. Essa é uma das principais fontes de renda da Aldeia de Ocoy, em São Miguel do Iguaçu, onde mora.
  
As índias utilizam madeira, bambu e fibras para confeccionar as peças – bijuterias e outros enfeites. Mas até uns anos atrás, o estoque ficava parado. Mal dava para ganhar R$ 50 com a mísera produção. Com o projeto de Sustentabilidade das Comunidades Indígenas, mantido por Itaipu, ela viu os lucros darem um grande salto.
   
Agora, ela tira R$ 700 por mês com o trabalho artesanal. De encontro e encontro, diversifica os negócios e garante uma clientela maior.  “A equipe do Cultivando Água Boa me ajuda a vender. Mês passado, participei de um encontro em São Paulo. Hoje, estou aqui, e acho que vou conseguir ganhar um bom dinheiro”, diz.