Líder mundial na geração de energia limpa e renovável

Responsabilidade Social
Construção da 2ª ponte entre Brasil e Paraguai começa no ano que vem
Tamanho da letra
03/07/2014

Após 22 anos de discussão, as obras da segunda ponte internacional entre Brasil e Paraguai, em Foz do Iguaçu, tem data para começar: fevereiro de 2015, e previsão de término em outubro de 2017. O custo é de R$ 233,4 milhões. A execução ficará a cargo do Consórcio Construbase-Cidade-Paulitec, vencedor da licitação.

O contrato e a ordem de serviço para a nova ponte, que está sendo chamada de “Ponte da Solidariedade”, foram assinados nesta quinta-feira (3) pelo ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, em uma cerimônia no Hotel Bella Itália, em Foz do Iguaçu. A solenidade teve a participação da senadora Gleisi Hoffmann e do diretor-geral brasileiro de Itaipu, Jorge Miguel Samek.

Na ocasião, o ministro também lançou oficialmente o edital para as obras de revitalização da Ponte da Amizade, publicado hoje no Diário Oficial da União.
“Esta é uma data de um simbolismo muito forte para Foz do Iguaçu e Paraguai. A ponte permitirá um transporte mais adequado entre os países, desafogando a outra fronteira entre Brasil e Paraguai”, disse Sérgio Passos. E acrescentou: “este é um compromisso que tínhamos com a cidade e viemos aqui para cumpri-lo com muita satisfação”.

Ele aproveitou o evento para anunciar a construção de um acesso viário de 15 Km entre a nova ponte e a BR-277. O objetivo é evitar a circulação de tráfego dentro da cidade.

“É uma excelente notícia que se soma a tantas outras na nossa região. Essa era uma reivindicação antiga de Foz do Iguaçu, atendida pela nossa presidente Dilma”, disse Jorge Samek.

“Para nós, é um motivo de alegria estarmos aqui comemorando esta conquista para a região”, disse a senadora Gleisi Hoffmann, que agradeceu ao apoio de Itaipu para os projetos. “Itaipu tem sido uma grande aliada ao desenvolvimento regional e do estado do Paraná”, afirmou.

Momento histórico

A solenidade, acompanhada por autoridades brasileiras e paraguaias, selou um momento histórico para os dois países. Desde 1992, o assunto fora tema de 17 reuniões da Comissão Mista Brasileiro-Paraguaia. Em 2012, uma primeira licitação havia sido lançada, mas acabou suspensa em fevereiro do ano passado para ajustes no certame.

Na cerimônia, estiveram ainda os deputados federais Assis do Couto e Osmar Serraglio; o deputado estadual Elton Welter, o prefeito de Foz do Iguaçu, Reni Pereira; o diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte, Jorge Ernesto Pinto Fraxe; o superintendente do DNIT no Paraná, José da Silva Tiago; além de vereadores de Foz do Iguaçu.

A estrutura

A “Ponte da Solidariedade” será construída sobre o Rio Paraná, entre a cidade de Presidente Franco, no Paraguai, e Foz do Iguaçu, na região do Marco das Três Fronteiras. Ela terá 760 metros de extensão e 19 de largura.

O modelo é estaiado, ou seja, suspenso por cabos e constituído de mastros. Serão duas pistas, pavimentadas com concreto betuminoso de espessura de sete centímetros. O DNIT estima a contratação de 1.000 trabalhadores diretos no auge das obras. “A empresa poderá contratar empregados de toda região, desde que cumpra a legislação trabalhista do Brasil”, disse o diretor-geral do DNIT.

Solidariedade e Amizade

Além de promover a integração social e econômica do Mercosul e das comunidades da região de fronteira, a estrutura deve desafogar o trânsito na Ponte da Amizade, que liga Foz a Ciudad del Este. Cerca de quatro milhões de veículos por ano passam pelo local por ano, de acordo com o DNIT.

O prefeito de Foz do Iguaçu, Reni Pereira, lembrou que a nova estrutura possibilita o desenvolvimento harmônico da cidade e falou da importância dela também como um atrativo turístico a mais na região. “Haverá um impacto ao turismo, certamente”, previu Reni.

Para o prefeito de Presidente Franco, Alcides Fernandez Lopéz, a nova ponte deve ser um marco na modernização da cidade, que passará por reformulações viárias e terá um novo plano diretor para a parte rural. “Teremos uma cidade verdadeiramente planejada. Esperávamos isso há mais de 20 anos e agora só aumentará a irmandade entre brasileiros e paraguaios”, concluiu.

Em visita a Itaipu, em outubro do ano passado, a presidente Dilma Rousseff afirmou que a ponte será mais que uma estrutura física, mas um novo elo entre os países. Na ocasião, Dilma esteve com o presidente do Paraguai, Horacio Cartes, para anunciar a operação da linha de 500 kV, entre Itaipu e a Grande Assunção. O linhão garante mais confiança ao sistema elétrico paraguaio.
O resultado da concorrência foi anunciado em 24 de abril pelo DNIT, responsável pelo processo licitatório.

Recuperação

Inaugurada há 49 anos, a Ponte da Amizade receberá recuperação prevista no edital 346/2014, lançado hoje pelo DNIT.
A reforma prevê a instalação de barras de proteção, cobertura da passarela de pedestres, nova iluminação, pinturas, reparos em geral, substituição de elementos vedantes das juntas de dilatação e dos gradis metálicos internos e externos, e recapeamento da via. “Será uma revitalização completa ao longo dos 600 metros da ponte”, disse o diretor-geral do DNIT, Jorge Ernesto Pinto Fraxe.

O prazo para revitalização é de um ano, contados a partir da ordem de serviço. O custo não foi divulgado. “Vamos esperar a licitação para saber o investimento”, afirmou Fraxe.

O projeto de reforma e revitalização foi feito pelo Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social de Foz do Iguaçu (Codefoz), cuja vice-presidência está a cargo do diretor-geral brasileiro de Itaipu, Jorge Samek. Em março, técnicos do DNIT iniciaram a análise.

“A construção da Ponte da Amizade mudou radicalmente a paisagem da região, mas ela estava ‘estrangulada’, tamanho foi o crescimento do fluxo para atender a exportação agrícola e o turismo”, disse Jorge Samek. “E não é só a Ponte da Amizade, mas todo entorno será beneficiado com as duas obras”.