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Meio Ambiente
Começa a retirada de 63 toneladas de lixo eletrônico da Itaipu
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07/12/2012

Começou, nessa quarta-feira (5), a remoção das 63 toneladas de resíduos eletrônicos que serão reciclados ou descartados de forma ambientalmente correta, depois de permanecerem guardados por até 30 anos no Almoxarifado de Itaipu.

A retirada prossegue nas próximas semanas e é feita pela Irmãos Krefta Ltda, de Foz do Iguaçu. A empresa, vencedora da licitação aberta pela Itaipu em setembro, receberá R$ 9.450 pelo transporte e destinação sustentável dos equipamentos, considerados inservíveis para a binacional.

As caixas de madeira serão levadas pela empresa e devolvidas à Itaipu, para reaproveitamento. Os componentes armazenados também serão reaproveitados por outras empresas.

As 63 toneladas estão guardadas em 23 caixas, com cerca de 2,8 toneladas cada. Parte do material será reciclada no Brasil e outras peças serão remetidas ao Japão, país que detém tecnologia para separar e reaproveitar metais pesados presentes no lixo eletrônico. Entre eles estão mercúrio, chumbo, cádmio e berílio, usados nas placas de computadores. O prazo do contrato é de 180 dias.

Na primeira etapa, os componentes são retirados do Galpão 4 do Almoxarifado de Itaipulevados à sede da Irmãos Krefta, no bairro Parque Imperatriz, em Foz do Iguaçu. No local, as peças serão triadas e seguirão para outras empresas especializadas em cada classe de resíduo.

Destino
 
Vidros não-contaminados devem ser entregues à empresa habilitada Krefta & Groff Ltda. Toners, cartuchos, placas, HDs, CDs, fontes de computadores e metais não-ferrosos seguirão para a Hamaya do Brasil, exportadora asiática de eletroeletrônico recicláveis. A subsidiária está instalada na Fazenda Rio Grande, na grande Curitiba, de onde os resíduos de Itaipu devem partir para o Japão. será descartado em aterros industriais aquilo que, de fato, não tiver mais condição de reúso.

O restante das peças será repassado pela Irmãos Krefta às empresas Paraná Ambiental, Plasnoi Comércio de Plástico e Marombi Comércio de Sucatas. Todas as subcontratadas tiveram que comprovar aptidão para o descarte e apresentar certidões ambientais, incluídas no Plano de gerenciamento de resíduos feito para o contrato. “Esses materiais são inservíveis para nós, mas têm valor de mercado”, explicou Fabrício Rocha, da Divisão de Almoxarifado (MTAA.DF) de Itaipu.

Para garantir o descarte ecológico, Itaipu acompanhará o processo até o final, inclusive com visitas aos centros de triagem. “Há uma destinação para tudo. Alguns materiais serão recolocados no ciclo produtivo, como as placas eletrônicas, que podem ser descontaminadas e ter seus componentes reutilizados”, afirmou o engenheiro ambiental Cassiano Commetti, da Irmãos Krefta.

Logística Reversa

O descarte das 63 toneladas é o primeiro feito pela Itaipu conforme os preceitos da logística reversa. O conceito prevê a devolução dos produtos no pós-consumo aos seus fabricantes ou retorno desses insumos ao ciclo produtivo. A medida está em consonância com o Sistema de Gestão da Sustentabilidade da binacional, em vigência desde junho deste ano.

Nos anos de 1980, os galpões da hidrelétrica começaram a acumular milhares de peças de eletroeletrônicos quebrados e irreparáveis. A armazenagem era a única saída à época, que não havia no mercado empresas especializadas no descarte deste tipo de componentes.
 
Agora, a previsão é que Itaipu não chegue mais a armanezar tanto resíduo eletrônico em estoque. Quando necessário, eles serão descartados nos mesmos moldes da contratação em andamento.