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Com “Revista do Tio Lema”, obra de Leminski vai para escolas públicas
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08/11/2013

Depois de atrair mais de 110 mil pessoas ao Ecomuseu de Itaipu, a produção intelectual de Paulo Leminski (1944-1989) ultrapassou os limites físicos da exposição e será discutida em sala de aula para os alunos da rede pública de Foz do Iguaçu. Nesta sexta-feira (8), a Itaipu iniciou a distribuição de uma cartilha voltada ao público infantojuvenil sobre o multifacetado artista.

A primeira escola contemplada foi a Padre Luigi Salvucci, Vila C, onde estudam 800 crianças. A distribuição também será feita para escolas públicas que já visitaram ou que ainda visitarão a exposição Múltiplo Leminski no Ecomuseu, criando a oportunidade para que o assunto retorne à sala de aula.

A Revista de Atividades do “tio Lema”, em alusão ao carinhoso apelido dado ao artista, foi produzida por meio de uma parceria entre a Itaipu e o Grupo Positivo. A concepção é de Aurea Leminski e a elaboração de Estrela Ruiz Leminski, com produção de Téo Ruiz.

Lúdico e curioso

Segundo Aurea Leminski, a ideia da Revista do tio Lema foi criar algo que despertasse o interesse do público infantil pela obra de Paulo Leminski. O material tem duas funções específicas: resgatar a produção do Leminski que foi criada especialmente para crianças e contar um pouco sobre curiosidades da vida do artista.

Para isso, as oito páginas trazem atividades lúdicas, sempre relacionadas à obra do artista. Pictogramas revelam a poesia de Leminski, além de caça-palavras, pistas, enigmas e um poema infantil – Ovo de Coelho – publicado pelo autor no Jornal Folha de São Paulo.

“Partimos de um modelo simples de revista de atividades com brincadeiras e desafios para que passássemos o conteúdo de forma leve e atrativa para essa faixa etária”, explicou Aurea.

A cartilha será usada pela primeira vez em Foz e passará a fazer parte da mostra itinerante Múltiplo Leminski como uma ferramenta para atender o público mais jovem.

A multiplicidade do artista também é lembrada na revista. Nela, é contada quais profissões ele desempenhou em sua vida: de escritor, publicitário, jornalista, tradutor, compositor, atleta de karatê e judô, e músico.

Leminski na memória

Mesmo sem saber todas as facetas de Leminski, muitos estudantes que receberam a cartilha nesta sexta-feira guardaram ao menos uma delas em sua lembrança. “Ele era poeta”, disse uma das aulas na cerimônia da primeira entrega da cartilha. “Era músico”, afirmou outra jovem ao ser questionada pela diretora da Escola Padre Luigi, Paulina Simões.

A solenidade teve a presença de Paulino Motter, consultor do diretor-geral brasileiro, Jorge Samek, da gerente da Divisão de Educação Ambiental (MAPE.CD), Leila Alberton, e das educadoras ambientais do Refúgio, Lucilei Rosassi, Hildete Aparecida de Silva e Souza e de Davi Mora de Rezes. “É um material simples, mas preparado especialmente para esse público”, disse Paulino Motter, que iniciou a entrega das cartilhas na escola.

Mesmo com a produção voltada ao público adulto, a poesia de Leminski atrai jovens leitores. O jogo e a disposição de palavras de modo lúdico são um estímulo à criatividade e à interpretação de texto, como em “Lua na Água”, uma das poesias expostas no Ecomuseu, onde Pablo Eduardo Carvalho dos Santos, 10 anos, conheceu o “tio Lema”.

“Ele foi escritor de vários livros e falei sobre ele para minha mãe”, disse Pablo, estudante do 5º ano do ensino fundamental. “Depois, fui ver o livro lá na biblioteca e gostei muito”, afirmou.

Pâmela Araújo de Jesus, 10 anos, e Milena Alves Quadros, 9 anos, também gostaram do que viram no Ecomuseu e poderão relembrar na escola. “Achei muito interessante conhecer os livros e a máquina que ele escrevia”, disse Pâmela. “E eu também quero ser poeta. Já tenho um caderno como o dele, onde eu escrevo as minhas poesias. Está lá em casa”, concluiu Milena.

A exposição sobre Leminski vai até 17 de novembro no Ecomuseu de Itaipu.