Líder mundial na geração de energia limpa e renovável

Sala de Imprensa
Chuvas provocam vazão histórica no encontro dos rios Iguaçu e Paraná
Tamanho da letra
25/06/2013

A vazão no encontro dos rios Iguaçu e Paraná, no Marco das Três Fronteiras (entre Brasil, Argentina e Paraguai), em Foz do Iguaçu, nesta terça-feira (25), atingiu o volume histórico de 33 mil metros cúbicos por segundo (m³/s) – o maior registrado nos últimos 15 anos.

Na confluência, o Paraná recebe as águas do Iguaçu, depois dele formar as Cataratas. Em 29 anos de operação de Itaipu, desde quando a usina começou a fazer o controle hidrológico do local, esse é o oitavo ano em que a vazão ultrapassa a casa dos 32 mil m³/s naquele ponto.

Houve registro de enchentes em 1987, 1990, 1992, 1993, 1995, 1997 e 1998. Na maior cheia de todos os tempos, em 1992, a vazão chegou a 49 mil m³/s. Naquele ano, foram 11 dias com vazão acima de 32 mil m³/s. Em 1987 foram quatro acima desse índice. Em 1990 houve 15 dias com vazão acima desse volume. Foram quatro dias em 1992, quatro dias em 1993, outros dois em 1995, 18 em 1997 e 12 em 1998.

Agora, a vazão deve continuar acima desse patamar por mais alguns dias, mas não há previsão exata por quanto tempo ainda. A cheia do Rio Iguaçu é provocada por intensas chuvas no Paraná, principalmente no Litoral e na região de Curitiba, onde o rio nasce, e também na bacia incremental do Rio Paraná. Há previsão de mais chuvas ao longo desta semana.

Com a cheia, a paisagem nas Cataratas do Iguaçu e da usina de Itaipu vem sendo alterada como há muito não se via. O espetáculo das águas ganha novas dimensões com as chuvas de inverno, o mais chuvoso dos últimos dois anos. Tanto no Iguaçu quanto no Paraná já choveu até esta terça-feira (25) o dobro da média para o mês de junho.

Sobre o Iguaçu, rio genuinamente paranaense, que nasce em Curitiba e deságua nas Cataratas, foram 400 milímetros de precipitação pluviométrica. No Rio Paraná, só de chuvas localizadas, o volume chega a 130 milímetros.

Nas Cataratas do Iguaçu, o volume de água atinge marcas históricas desde sexta-feira (21) – entre oito e dez vezes mais que a vazão normal, de 1.200 m³/s. Na manhã desta terça-feira, o volume registrado nas quedas era de 12 mil m³/s. No sábado (22), o pico atingiu 14 mil m³/s.

Nas duas margens das Cataratas, os turistas se surpreenderam com tanta água, que forma uma massa quase compacta, deixando de delinear as 275 quedas d’água que podem ser vistas em períodos normais.

No Parque Nacional do Iguaçu, por questão de segurança, foram interditadas as passarelas que dão acesso à Garganta do Diabo. No Parque Nacional Iguazú, na Argentina, também foi fechada a passarela de acesso à Garganta do Diabo e cancelada a travessia para a Ilha San Martin.

Na usina de Itaipu, o vertedouro, depois de fechado por vários meses, desde quinta-feira (20) não para de verter de forma ininterrupta. Nesta madrugada, chegou a escoar 11,9 mil m³/s. E a previsão é que o Rio Paraná continue despejando no reservatório um volume muito superior à média normal. A vazão que está chegando é de 18,6 mil m³/s, quando normalmente este volume oscila entre 11 e 13 mil m³/s.

Como não é possível armazenar tanta água e a usina pode aproveitar até 13 mil m³/s, quando está produzindo a plena carga, o restante tem de ser escoado pelo vertedouro.

Desde segunda-feira (24) à noite, Itaipu abriu a segunda calha do vertedouro. Estão abertas as calhas esquerda e central. A direita normalmente só é aberta com vazões acima de 30 mil m³/s.

Construído justamente para escoar a água que não é aproveitada para gerar energia, o vertedouro de Itaipu deve permanecer aberto pelo menos durante toda esta semana.

Com as cheias, a situação é de alerta para as populações ribeirinhas. De acordo com o último boletim hidrológico da Itaipu, na estação de medição da Ponte da Amizade, que liga Foz do Iguaçu, no Brasil, a Ciudad del Este, no Paraguai, o nível está em 118 metros. A partir do nível 115 já ocorrem inundações.

O bairro paraguaio San Rafael, em Hernandárias, cidade vizinha de Ciudad del Este, está submerso. O bairro foi construído de forma irregular no leito natural do Rio Paraná. No lado brasileiro, a Vila Bancária e o Iate Clube Cataratas, na região do grande Porto Meira, podem sofrer pequenas inundações.

Com as chuvas intensas, os reservatórios atingiram bons índices de armazenamento em boa parte do País. Nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, o índice chega a 63%. No Sul, a situação é ainda melhor: 74,4%. No Nordeste, o volume é de quase 50%.