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Catadores de todo o País usarão carrinho de Itaipu
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03/11/2009

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou, nesta quinta-feira, a transferência da patente do carrinho elétrico, desenvolvido por Itaipu, para o Movimento Nacional de Catadores de Materiais Recicláveis (MNCMR). O anúncio foi feito na abertura da Expocatadores 2009, em São Paulo. No mesmo evento, Itaipu assinou um protocolo de intenções com a Eletrobrás se comprometendo a apoiar o movimento de catadores no fornecimento dos veículos elétricos. A binacional foi representada pelo diretor-geral brasileiro, Jorge Samek, pelo diretor de Coordenação, Nelton Friedrich, e pelo coordenador do Projeto Coleta Solidária, Luiz Carlos Matinc.

 


Carrinhos elétricos desenvolvidos em Itaipu.
Em 2008, foram entregues 50.
Na cerimônia, o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, se comprometeu a abrir uma linha de crédito específica para a compra dos veículos elétricos. Em agosto, a Fundação Nacional de Saúde (Funasa) abriu um edital de R$ 6 milhões destinados para a construção de barracões de reciclagem.

 

De acordo com Samek, a Eletrobrás já destinou R$ 1 milhão para o Movimento dos Catadores investir em barracões e outros equipamentos usados na reciclagem. Sobre a linha de crédito para a compra dos carrinhos, ele informou que Itaipu, BNDES e os catadores vão se reunir para definir como será feito o financiamento. "O objetivo é universalizar o carrinho elétrico no Brasil", disse Samek.

     

 


O presidente visita os estandes da
Expocatadores (foto: Presidência da República).
Pela linha de crédito, o BNDES subsidiará parte da compra e financiará a outra, com parcelamento a longo prazo e baixos juros. "Os catadores poderão pagar os carrinhos com a própria venda do material reciclado", informou Samek.

 

"Como a eficiência da coleta aumenta com o carrinho elétrico, os catadores poderão destinar uma parte de seu lucro para o pagamento das parcelas".

Prefeituras

  

Com a tecnologia desenvolvida por Itaipu, as prefeituras de todo País poderão contatar o movimento nacional para a compra dos carrinhos. “São os catadores que irão administrar e vender esses carrinhos daqui para a frente”, explicou Lula. Os veículos poderão ser fabricados no próprio município, para baratear o seu custo de produção. Ficará a cargo do movimento fornecer o “kit tecnológico”, com bateria e motor elétrico.   

 

“O movimento vai dar treinamento, capacitação e a manutenção aos carros”, explicou Matinc. Segundo ele, Itaipu continuará apoiando os catadores, com a experiência que já tem no assunto. Mas outras empresas devem se integrar ao programa, investindo na compra desses carrinhos. No mesmo evento, dado o pioneirismo do projeto, Itaipu foi homenageada como Empresa Amiga do Catador.

      

O presidente Lula fez ainda um apelo às prefeituras, para que sejam criados projetos que envolvam os catadores na coleta seletiva das cidades. Ele ainda pediu aos prefeitos que defendam os interesses dos catadores, em oposição aos oportunistas que começam a aparecer para lucrar com a reciclagem. “Quero pedir a todos os prefeitos deste País para que levem em conta: é muito melhor para a cidade, para o Brasil e para a cidadania termos muitos ganhando pouco do que ter apenas um ganhando muito”, disse Lula.

 

O carrinho de Itaipu

 

Antes de ser difundido para todo o País, os carrinhos elétricos eram usados por catadores dos 29 municípios da Bacia do Paraná 3. Até hoje foram fabricados 81 carrinhos elétricos espalhados pelos municípios do entorno do lago de Itaipu e outros que o Movimento dos Catadores já repassou para outras capitais do Brasil. O primeiro protótipo foi apresentado ao presidente Lula em 2007.      

 

O carrinho foi desenvolvido em parceria entre a Plataforma Itaipu de Energias Renováveis, o Parque Tecnológico Itaipu (PTI) e a empresa Blest Engenharia, de Curitiba. Seu custo de produção gira em torno de R$ 6,8 mil. A capacidade de transporte é de 300 quilos de carga, com autonomia para rodar de 4 a 5 horas, ou 25 a 30 quilômetros. Após isso, a bateria precisa ser carregada – a recarga completa leva em torno de seis horas. O acionamento do motor e o controle de velocidade são feitos manualmente em botões localizados no guidão.

   

A parceria de Itaipu com o Movimento dos Catadores acontece por meio do Programa Coleta Solidária. E a ação não se resume aos carrinhos elétricos. Cerca de 2 mil catadores, de quatro cooperativas, 13 associações e 11 grupos, fazem parte do programa. São 30 barracões construídos em 20 municípios (só em Foz, foram construídos oito barracões). Além disso, o Coleta Solidária distribuiu prensas, balanças, carrinhos manuais, uniformes e luvas para os catadores da região.