Líder mundial na geração de energia limpa e renovável

Institucional
Aos 40 anos, Itaipu faz planos para ser referência mundial
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13/05/2014

Há 40 anos, a Itaipu começava a sua história como empresa. Em 17 de maio de 1974, brasileiros e paraguaios deram o passo efetivo para o início da construção da usina com a constituição da binacional. Nas quatro décadas seguintes, a obra transformaria a região Oeste do Paraná e viria a contribuir para um novo perfil econômico, mais industrializado, do Brasil e do Paraguai.
   
Hoje, Itaipu é fundamental para a infraestrutura energética (atende a 17% do consumo brasileiro e a 75% do paraguaio), para a integração e para o desenvolvimento dos dois países. No Paraguai, a empresa representa 8% do PIB e a exportação de energia para o Brasil é a segunda maior fonte de receita para o país.
     
Recordista mundial em produção de energia, com 98,6 milhões de MWh em 2013, a Itaipu chega ao seu 40º aniversário com novos desafios, que estão além da questão energética . Em 2003, a empresa ampliou sua missão institucional, que passou a abranger a responsabilidade socioambiental e o desenvolvimento sustentável em sua área de influência. Agora, tem como visão de futuro chegar a 2020 como a hidrelétrica com melhores padrões operativos e práticas socioambientais no mundo.
     
O Parque Tecnológico Itaipu, o programa Cultivando Água Boa, a Plataforma Itaipu de Energias Renováveis com ênfase no biogás, o Programa do Veículo Elétrico e diversas ações em prol do desenvolvimento do turismo regional e da equidade de gênero mostram essa nova face da empresa.
     
“Aos recordes sucessivos soma-se o orgulho pelo reconhecimento internacional, por sermos referência na gestão socioambiental e na inovação tecnológica, pela cultura organizacional exemplar, pela promoção da integração regional e por contribuir, cada vez mais decisivamente, para o desenvolvimento sustentável do Brasil e do Paraguai”, resume o diretor-geral brasileiro da Itaipu, Jorge Samek.
      
Segundo Samek, manter a excelência em geração de energia e, paralelamente, alcançar os objetivos embutidos na visão 2020 são os principais fatores de motivação entre os colaboradores da empresa. “É uma Itaipu que se renova e se reinventa para servir melhor aos interesses e aspirações das sociedades brasileira e paraguaia”, completa.
    
Com o Cultivando Água Boa (CAB), por exemplo, a Itaipu vem contribuindo para criar uma rede de proteção dos recursos da Bacia Hidrográfica do Paraná 3, na confluência dos rios Paraná e Iguaçu. São 20 programas e 65 ações que envolvem recuperação de microbacias, proteção das matas ciliares, cultivo de plantas medicinais, produção de peixes em tanques-rede, monitoramento e avaliação ambiental, entre muitas outras iniciativas.
    
A dimensão do CAB se reflete na mobilização de cerca de 2 mil parceiros – prefeituras e outros órgãos de governo, empresas, ONGs, instituições de ensino, cooperativas e associações comunitárias. Com a chancela do Ministério das Relações Exteriores, a iniciativa se tornou um programa de cooperação do governo brasileiro com outros países da América Latina. República Dominicana e Guatemala estão iniciando projetos-piloto neste ano em que utilizam a metodologia do CAB de gestão compartilhada com as comunidades.
    
Já o Parque Tecnológico Itaipu (PTI), instalado em 2003 nos antigos alojamentos dos operários que construíram a usina, reúne diversos projetos educacionais, como o campus de ciências exatas da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), além de laboratórios, experiências de educação à distância e instituições de pesquisa voltadas à segurança de barragens, energias renováveis e outros temas.
      
O PTI, segundo Samek, é um ambiente de criação e disseminação do conhecimento que “está fazendo coisas que vão repercutir nos próximos 40, 50 anos”. O diretor-geral brasileiro lembra que foi também na esteira das novas atribuições de Itaipu que surgiram as condições para a criação da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila), que hoje tem seu campus provisório no PTI e, futuramente, terá sede própria (com projeto de Oscar Niemeyer) em uma área doada pela binacional, junto à entrada da usina.
         
Instituída em 12 de janeiro de 2010, a Unila começou suas atividades naquele mesmo ano, com 200 alunos do Brasil, Paraguai, Uruguai e Argentina, matriculados em seis cursos de graduação. Em 2014, já são 1.500 alunos de 11 países divididos em 16 cursos de graduação e um mestrado. No segundo semestre, a universidade inaugura o curso de Medicina, o primeiro da região, além de outro mestrado.
     
“Um dos diferenciais da Itaipu é a interação com a comunidade”, assegura a diretora financeira executiva, Margaret Groff. “A empresa promoveu ações concretas que mudaram essa região e criaram oportunidades de trabalho e educação. E Itaipu realmente conseguiu abrir sua perspectiva de gestão, ao trazer desenvolvimento educacional e tecnológico, e usar todo o seu know-how para buscar evolução tecnológica. Agora, por exemplo, estamos trabalhando no desenvolvimento de veículos elétricos com bateria de sódio com tecnologia própria, um tipo de inovação que serve de referência para o Brasil inteiro."
   
História
     
Itaipu foi fundada em 17 de maio de 1974. Nesse mesmo ano, chegaram as primeiras máquinas, e Itaipu deu início à preparação do canteiro de obras e à construção de algumas estruturas auxiliares, como o almoxarifado. Entre 1975 e 1978, Itaipu construiu mais de 9 mil moradias e alojamentos para abrigar os 40 mil trabalhadores que participaram da obra. O grande fluxo de pessoas viria a fazer a população de Foz do Iguaçu saltar de cerca de 20 mil para mais de 100 mil em uma década.
    
Nesse mesmo período, se deram os trabalhos em um dos pontos mais desafiadores da construção, o Canal de Desvio do Rio Paraná. As escavações removeram 55 milhões de metros cúbicos de terra e rocha, mais do que as do Eurotúnel. Paralelamente, também foram iniciadas as obras da barragem, que viria a ser concluída em 1982, ano que foi formado o reservatório e a usina foi oficialmente inaugurada pelos presidentes João Figueiredo (Brasil) e Alfredo Stroessner (Paraguai).
    
Com as obras civis concluídas, Itaipu deu início à montagem das unidades geradoras. A produção de energia começou em maio de 1984 e as 18 unidades do projeto inicial foram concluídas nos sete anos seguintes. Outras duas unidades geradoras seriam acrescentadas e inauguradas em 2007, pelos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (Brasil) e Nicanor Duarte Frutos (Paraguai).
    
Com a usina completa, Itaipu consolidou-se como a maior geradora de energia do planeta, estabelecendo recordes de produção em 2008 (94,6 milhões de MWh), 2012 (98,2 milhões de MWh) e 2013 (98,6 milhões de MWh). Para isso contribuiu não só a grandeza do projeto, mas também a experiência acumulada em 30 anos de geração, que permitiu à usina estabelecer índices de produtividade superiores a 95%. Ou seja, quase toda a água passa por Itaipu é transformada em energia.
    
Desde a entrada em operação, em 5 de maio de 1984, Itaipu acumula uma geração de quase 2,2 bilhões de megawatts-hora (MWh), energia suficiente para iluminar o planeta por 40 dias e que gera benefícios econômicos diretos para governos municipais, estaduais e nacionais. Como compensação financeira pela utilização do potencial hidrelétrico do Rio Paraná, a usina já repassou mais de US$ 9 bilhões em royalties aos tesouros nacionais dos dois países.
    
Para o futuro, a empresa já tem pela frente um importante marco –  provavelmente, a terceira grande transição da empresa: em fevereiro de 2023, se encerrará a amortização do financiamento feito há quatro décadas para a construção da usina e novas bases financeiras para o tratado entre Brasil e Paraguai serão negociadas.