Felídeos, canídeos, roedores e répteis do Refúgio Biológico Bela Vista (RBV) estão passando por exames de ultrassonografia preventiva no Hospital Veterinário do local. O check-up completo envolve 25 animais, todos com idade avançada. Entre eles, a onça-pintada Juma, com seus mais de 20 anos, que passou pelo procedimento na manhã desta sexta-feira (26). Os exames começaram na quinta (25) e vão até terça-feira (30).
 
O procedimento faz parte de um curso realizado pelo instituto de pós-graduação Qualitas, em parceria com Itaipu. Dez médicos veterinários de seis estados brasileiros participam do treinamento. “Eles já trabalham com ultrassonografia, mas, na Itaipu, estão tendo a oportunidade de aplicar seu conhecimento em animais silvestres”, afirmou a veterinária do instituto Eliana Guglielmetti Serra, coordenadora do curso.
      
Eliana explica que a finalidade da ultrassonografia é prever doenças, para que o tratamento possa ser feito antecipadamente. “O animal pode ser portador de uma doença, sem apresentar sintomas. Identificando futuros problemas, nós melhoramos a qualidade de vida dele”. Para isso, está sendo usado um equipamento de última geração que foi emprestado para o instituto promover o curso.

    
De acordo com o médico veterinário Wanderlei de Moraes, da Divisão de Áreas Protegidas (MARP.CD), o treinamento atende a dois objetivos do RBV. Primeiro, manter os profissionais e parceiros constantemente atualizados sobre o que há de mais moderno nos equipamentos e procedimentos da veterinária. Segundo, avaliar o estado de saúde dos animais.
     
“São todos animais senis, que vão apresentar problemas de saúde devido à idade”, explicou Wanderlei. “Com o diagnóstico gerado a partir da ultrassonografia, poderemos planejar o tratamento”.
    
Troca de experiências
 
O médico veterinário Jean Cristo Teixeira Ciarallo tem uma clínica em Conselheiro Lafaiate (MG) e já tem experiência em ultrassonografia com animais silvestres, como o lobo-guará. Mas ele pôde estudar outros animais no RBV. “Eu fiquei impressionado com a estrutura do refúgio”, contou. “Gostaria que outros lugares fossem como aqui, onde as coisas dão certo”.
        
A veterinária Maria Fernanda Martins, do Rio de Janeiro (RJ), estava emocionada quando concluíram o procedimento com a onça-pintada Juma. “Eu tenho experiência com animais de pequeno porte, e sempre quis estudar uma onça-pintada.”