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Alta costura chega ao Mirante de Itaipu
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27/10/2009

Da tesoura à passarela, usina será cenário para o trabalho de detentas da Penitenciária Feminina de Piraquara, nesta quinta.

 


Verônica acredita que poderá gerar renda em casa, após cumprir sua pena.  (fotos: Provopar)
Com dedos rápidos, o olhar atento, Verônica Silva faz seu serviço. Na mesa ao lado, Jocélia Vieira trabalha com igual afinco, passando o tecido delicado sob a agulha da máquina de costura. É o que também faz Jaqueline Alvez, seguindo o riscado e criando um belo vestido.

 

Mas o que Verônica, Jocélia e Jaqueline têm em comum? As três são detentas da Penitenciária Feminina de Piraquara, na região metropolitana de Curitiba. Elas participam do Programa “Costurando a Liberdade”, do Programa do Voluntariado Paranaense (Provopar), que ensina às presas a arte da alta costura.

        
O resultado são vestidos glamourosos, exibidos em desfiles de moda por modelos deslumbrantes. Para mostrar este trabalho, o Mirante Central da Itaipu vai se transformar na passarela da moda, em um desfile especial que acontece na quinta-feira (29), às 21h30. O desfile está aberto para 400 convidados – 90 convites estão disponíveis nas Relações Públicas, somente para empregados brasileiros. Os interessados podem falar com Rebecca Montanheiro (ramal 6987) e pegar até dois convites. No dia do desfile, é preciso estar no CRV às 20h. Todos os convidados serão levados até o mirante em ônibus de Itaipu.

 

 
Desfile no Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba, exibiu os vestidos produzidos pela primeira turma
O desfile de quinta-feira expõe o trabalho de 15 detentas da 2ª turma do programa. São mulheres como Jaqueline e Verônica, que buscam na costura uma forma de regressarem à sociedade com dignidade. "Eu sei que com o curso e a máquina poderei trabalhar sossegada em casa”, diz Jaqueline. “Há um resgate da auto-estima”, complementa Verônica, “a gente começa a sonhar de novo”.

   
Além de aprenderem uma nova profissão, as detentas recebem 70% do salário mínimo, e redução da pena. A cada três dias trabalhados, diminuem um dia de prisão. Quando libertas, elas ganham do Provopar uma máquina de costura para começar uma nova profissão. “Há uma mão-de-obra escassa no mercado de alta costura, e elas vão estar capacitadas para isso”, explica a vice-presidente do Provopar, Maria Olívia Samek. “Nem todas trabalharão na área, mas muitas poderão trabalhar com costura”.

Tecidos finos

  
Foi uma doação da Receita Federal que motivou o Provopar a iniciar o programa. “Recebemos cinco contêineres de tecido finos, todos de altíssima qualidade”, conta Maria Olívia. Seda pura, organza e outros tecidos sofisticados foram distribuídos pelos projetos de costura do Provopar. Uma parte foi destinada às detentas.
           
“São tecidos difíceis de se costurar”. Entraram na parceria, então, os estilistas da Gianni Cocchieri, empresa de alta costura de Curitiba. Cinco professores ensinaram a primeira turma para, nove meses depois, gerarem os primeiros frutos: desfiles no Museu Oscar Niemeyer (Curitiba), em Bela Vista do Paraíso e em Brasília, este com a presença da primeira-dama, Marisa Letícia Lula da Silva. Agora é a vez do mirante de Itaipu receber o desfile.