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Meio Ambiente
Alerta: embarcações devem ficar longe da barragem
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07/01/2010

Em coletiva de imprensa, nesta quarta-feira (6), representantes de órgãos que patrulham o reservatório de Itaipu reforçaram um alerta: navegar próximo demais da barragem, além de proibido, é perigoso. O maior movimento de barcos, nesta época do ano, agrava o risco de acidentes. A área de segurança do lago é vigiada por radar e agentes em postos de observação. Os acidentes não são recorrentes. Mas o risco é sério.

 

 
O patrulhamento é feito em conjunto por quatro forças, representadas, durante a coletiva, por Alexandre Cardoso, da Itaipu; Ricardo Dondeo, da Marinha; Augusto Rodrigues, da Polícia Federal; e Nilson Alves Júnior, da Polícia Militar Ambiental
Verão, tempo bom, férias escolares e aquela vontade de ficar perto da água. A combinação faz com que o fluxo de embarcações no reservatório da Itaipu aumente consideravelmente nesta época do ano. Mas o maior movimento também agrava o risco de acidentes com qualquer veículo flutuante que, desavisado, se aproxime demais da barragem da hidrelétrica.

 

O alerta vale para todos: de humildes veleiros e barquinhos a remo a sofisticadas lanchas e jet skis. Para avisar sobre esse perigo, representantes de órgãos que patrulham o lago deram uma entrevista coletiva, nesta quarta-feira (6), na crista da barragem da usina.

      
Casos de embarcações que ultrapassam a faixa de segurança no reservatório ou no leito do Rio Paraná não são muito frequentes. Mas acontecem. O último foi no dia 3, durante o primeiro domingo de 2010, quando um jet ski foi interceptado, a montante, prestes a ultrapassar a linha de segurança. O radar da usina alertou e uma das equipes de agentes de segurança acionou os patrulheiros da Marinha, que escoltaram o aventureiro para longe. Mais um possível acidente foi evitado.

 


Agente Leandro de Barros espia pela luneta: olhos atentos durante 24 horas por dia para flagrar desgarrados
A guarda do reservatório é feita pela Segurança Empresarial da Itaipu em conjunto com a Capitania Fluvial do Rio Paraná, da Marinha, a Polícia Militar Ambiental e a Polícia Federal, por meio da Delegacia Especial de Polícia Marítima (Depom). Cada qual com sua atribuição, as quatro forças trabalham em equipe para coibir a pesca predatória, o contrabando e a navegação irregular, entre outros.

         
“Atuamos em parceria na repreensão de crimes diversos, com uma equipe colaborando com a outra, de acordo com a necessidade”, explica Augusto Rodrigues, chefe da Depom.

Segundo Alexandre Cardoso, gerente do Departamento de Operação de Segurança (SEO.AD) da Itaipu, os principais riscos da navegação próxima da barragem são a colisão com as estruturas de concreto e rochas e, sobretudo, a sucção nas tomadas d’água e nas comportas do vertedouro. Panes em motores e súbitas ventanias aumentam ainda mais a possibilidade de desastres.

   
Além de um moderno radar militar, a hidrelétrica conta com um posto avançado de observação, no alto da barragem, para flagrar barcos desgarrados. De lá, munidos de luneta, binóculos e rádio, agentes se revezam durante 24 horas por dia na vigilância da área do reservatório onde é proibida a navegação. Tamanho cuidado é plenamente justificável, garante Alexandre Cardoso. De acordo com ele, o espaço próximo da barragem é considerado de segurança binacional, o que exige o cumprimento de algumas normas.

    
Entre elas, estão a proibição de sobrevoos abaixo de 2 mil pés de altura (609 metros) e a navegação a menos de mil metros da represa, a montante e a jusante. Essa área é sinalizada com placas e boias, demarcando a distância, conforme determina legislação específica.

   
“Transpor essa linha é proibido e muito perigoso, ainda mais com o vertedouro aberto”, adverte Alexandre Cardoso. Sempre que isso acontece, patrulhas da Marinha, Itaipu ou PF entram em ação com seus barcos. “Se alguém se recusar a sair em uma situação dessas, poderá ter a sua embarcação apreendida e sofrer outras sanções”, diz o capitão-de-fragata Ricardo Dondeo, comandante da Capitania Fluvial do Rio Paraná.

  

Acidentes

         

O agente de segurança Rui Coelho recorda um resgate marcante. “Há cerca de dez anos, um homem furtou um barco no ICLI e, ao passar pelo reservatório, foi trazido pela correnteza até a barragem”, diz. “O barco virou e ele teve a vida salva pelo agente que estava de plantão”, lembra.

           
A mesma sorte não tiveram os agentes Sílvio Américo Sasdelli  e Luiz Ojeda. Em 1986, eles morreram durante o trabalho, a jusante da barragem, ao tentar resgatar um pescador que estava em uma área proibida.

   

A lancha dos dois sofreu uma pane e foi arrastada para baixo do vertedouro, que jorrava água, e acabou totalmente destruída. O pescador foi salvo por outra embarcação da Segurança Empresarial. Desde 1998 Sasdelli dá nome a uma das principais vias da Vila A, em Foz do Iguaçu.