Compartilhando soluções na COP30

Mais que energia, a Itaipu é ação

A usina hidrelétrica Itaipu Binacional é uma referência mundial na geração de energia limpa e renovável e na promoção do desenvolvimento territorial sustentável, com diversas iniciativas, alinhadas ao Governo do Brasil, que contribuem para o enfrentamento das mudanças climáticas.

No Brasil, essas ações estão abrigadas no programa Itaipu Mais que Energia, e são realizadas em 434 municípios do Paraná e Mato Grosso do Sul, além de Belém (PA), sede da 30ª Conferência Mundial do Clima, a COP30.

Vídeos

Infográficos

Confira abaixo os infográficos que ilustram as ações da Itaipu, suas interconexões, e como elas contribuem para a promoção do desenvolvimento territorial sustentável.

Rios Voadores

Como a Itaipu atua no território

Gestão participativa e territorialização dos ODS

Rios Voadores

Como a Itaipu atua no território

Gestão participativa e territorialização dos ODS

Ações

Confira as principais ações da empresa alinhadas com os eixos temáticos da COP30

Ações da Itaipu em Belém

O apoio da Itaipu Binacional à realização da COP30 é parte do compromisso com a agenda global de sustentabilidade e reforça a conexão entre a conservação das florestas e a segurança hídrica do setor hidrelétrico, mostrando que cuidar do meio ambiente e das comunidades da região é cuidar do futuro da geração de energia.

Combate à desinformação climática

A desinformação climática é um tema central na COP30. E a Itaipu Binacional busca contribuir com essa questão por meio da divulgação de informações científicas e de meios para identificar as principais estratégias de desinformação.

Ações da Itaipu

Perguntas e Respostas

O que é mudança climática?

A atmosfera tem um efeito estufa natural: parte dos raios do sol que chegam à Terra ficam “aprisionados” nessa camada de gases que envolve o planeta e isso contribui para produzir as condições próprias para a vida como conhecemos. Porém, com a revolução industrial, a queima de combustíveis fósseis gera gases que aumentam esse efeito estufa e, consequentemente, a temperatura média do planeta. É como se estivéssemos tornando o “cobertor” que envolve o planeta cada vez mais espesso.  

A ciência climática demostra uma relação clara e direta entre o crescimento das emissões e da temperatura. Com mais energia na atmosfera, aumentam a intensidade e a frequência de eventos climáticos extremos, como ondas de frio e de calor, tempestades, secas e enchentes. As temperaturas mais elevadas também contribuem para o degelo dos polos e dos glaciares, gerando, assim, a elevação do nível do mar.  

A queima de combustíveis nos meios de transporte, ou de carvão para gerar energia e aquecer as casas são exemplos de como a energia de origem fóssil contribui para a emissão de gases de efeito estufa. Porém, outro vilão do clima é o desmatamento de matas e florestas, que também libera dióxido de carbono, além de diminuir a quantidade de árvores e plantas. Estas, por sua vez, desempenham um importante papel no clima ao sequestrar (retirar) carbono da atmosfera. 

Fonte: un.org

O que está causando a mudança no clima?

A temperatura média do mundo está aumentando mais rapidamente do que em qualquer outro momento já registrado, provocando alterações nos padrões climáticos da Terra. Essa mudança não tem uma causa única, mas o que a ciência já tem certeza é de que há forte influência da atividade humana.  

Entre as causas principais estão:  

  • A geração de energia pela queima de combustíveis fósseis (carvão, petróleo ou gás), tanto para produzir eletricidade, ou realizar transporte (rodoviário, marítimo ou aéreo), ou aquecer/resfriar casas e edifícios;   
  • A fabricação de produtos como cimento, ferro, aço, eletrônicos, plástico, entre outros, que liberam gases de efeito estufa;  
  • O desmatamento florestal para a criação de fazendas ou pastos, expansão das áreas urbanas, extração de madeira ou outros motivos (as árvores absorvem dióxido de carbono e a destruição delas limita a capacidade da natureza de absorver as emissões de gases de efeito estufa); 
  • A produção de alimentos com técnicas insustentáveis, pois, além do desmatamento para a expansão da agropecuária, o ato de revolver (ou deixar o solo agrícola exposto) expõe matéria orgânica que gera gases do efeito estufa, ou ainda a flatulência do gado e a geração de dejetos da pecuária bovina, suína e outras, que são fortes produtoras de gás metano, um dos mais agressivos gases de efeito estufa;  
  • O consumo em excesso também contribui para a mudança climática: a parcela 1% mais rica da população global responde por mais emissões de gases do efeito estufa do que os 50% mais pobres. 

Fonte: un.org 

Como é calculada a temperatura média do planeta? Como sabemos que está aumentando?

Em 2024, o Brasil foi um dos pontos do globo com registro de ano mais quente de sua história. De acordo com os dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a média das temperaturas no país ficou em 25,02 °C, a maior desde 1961, quando esse tipo de dado começou a ser produzido. Mas como é calculada a temperatura média do planeta? 

De acordo com a Organização Mundial de Meteorologia (WMO), o número foi calculado a partir da análise e da consolidação dos valores obtidos por seis serviços climáticos independentes. Três são de instituições norte-americanas: a agência espacial (Nasa), a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (Noaa) e a entidade não governamental Berkeley Earth. Os outros três são o Copernicus, da União Europeia, o Met Office, do Reino Unido, e a Agência Meteorológica do Japão. 

A medição da temperatura local é feita de diversas maneiras. Em terra, termômetros afixados em dezenas de milhares de estações meteorológicas nos fornecem leituras precisas da temperatura do ar. Navios e boias flutuando no oceano capturam as temperaturas na superfície do mar. O cálculo da temperatura média global leva em conta todos esses dados coletados na superfície terrestre e oceânica. E a série histórica desses dados demonstra que há uma trajetória de aumento, com o ano de 2024 tendo sido considerado o mais quente da história.  

Fontes: fapesp.br, nasa.gov

Quais são os gases de efeito estufa?

O dióxido de carbono (CO2), o metano (CH4) e o óxido nitroso (N2O) são os principais gases de efeito estufa (GEEs). O CO2 é produzido, por exemplo, pela queima de combustíveis fósseis ou pelas queimadas. O metano, por sua vez, resulta da decomposição de matéria orgânica (como dejetos da pecuária). Já o óxido nitroso pode ser produzido pelo uso de fertilizantes.  

Com base em uma pesquisa que se estendeu por 20 anos, o metano é 80 vezes mais potente do que o CO2 como causa da mudança climática e, em relação ao óxido nitroso, essa proporção é de 280 vezes. 

Diferentemente de outros países, em que o setor de energia é o principal emissor de gases de efeito estufa, no Brasil, as emissões desses gases se devem à Mudança de Uso da Terra e Uso da Terra, que inclui o desmatamento. Saiba mais sobre as emissões do Brasil, na 6a edição das  Estimativas Anuais De Emissões De Gases De Efeito Estufa — Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação 

Fonte: unep.org 

Quais as consequências da mudança climática?

Em todo o mundo, estão sendo observadas alterações na atmosfera, nos oceanos e nos continentes causadas pela atividade humana. Isso têm levado a perdas e danos à natureza e às pessoas. Comunidades vulneráveis de todo o mundo, que menos contribuíram para as emissões de gases de efeito estufa, estão entre as mais impactadas pela mudança do clima.  

Segundo o último relatório do IPCC, é inequívoco que a atividade humana tem aquecido o planeta. E, como consequências, estão a elevação do nível dos oceanos e a maior frequência e intensidade de ondas de calor, de secas, de tempestades e de ciclones tropicais.  

Aproximadamente 3,6 bilhões de pessoas em todo o mundo vivem em contextos que são altamente vulneráveis à mudança climática. A vulnerabilidade de seres humanos e de ecossistemas é muito interdependente. A intensificação da mudança climática tem levado à insegurança alimentar e reduzido o acesso à água, além da perda de vidas humanas e financeiras em desastres climáticos.  

Muitas das perdas provocadas pela mudança climática já são consideradas irreversíveis, especialmente em ecossistemas onde está comprovada a redução da biodiversidade, com a extinção de espécies de fauna e flora. Em áreas urbanas, está comprovado o impacto sobre a saúde, moradia e infraestrutura, incluindo transporte, saneamento e sistemas de energia.  

Fonte: Synthesis Report for the Sixth Assessment Report (IPCC) ippc.ch

O que é IPCC?

O Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima (IPCC) foi criado pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (ONU Meio Ambiente) e pela Organização Meteorológica Mundial (OMM) em 1988, com o objetivo de fornecer aos formuladores de políticas avaliações científicas regulares sobre a mudança do clima, suas implicações e possíveis riscos futuros, assim como propor opções de adaptação e mitigação.  

Atualmente, o IPCC possui 195 países membros, entre eles o Brasil e reúne as conclusões de pesquisas realizadas por milhares de cientistas de todo o mundo. Por meio de suas avaliações, o IPCC determina o estado do conhecimento sobre a mudança do clima, identifica consensos da comunidade científica, e em que áreas mais pesquisas são necessárias. As avaliações constituem insumos fundamentais para as negociações internacionais que visam ao enfrentamento da mudança do clima. 

Os Relatórios de Avaliação do IPCC consistem nas contribuições de três Grupos de Trabalho e em um Relatório de Síntese que integra essas contribuições e quaisquer relatórios especiais preparados durante o mesmo ciclo de avaliação. Os Relatórios Especiais do IPCC tratam de questões específicas acordadas entre os países membros, e os Relatórios de Metodologia fornecem diretrizes práticas para a preparação de inventários de gases de efeito estufa. 

Fonte: ippc.ch

O que podemos fazer para enfrentar a mudança climática?

O enfrentamento da mudança climática se dá por estratégias de mitigação (focada na redução de gases de efeito estufa), e de adaptação (que tem como objetivo criar resiliência a seus impactos). As ações e compromissos dos países para promover essas estratégias estão expressos, principalmente, no Acordo de Paris, e a promoção dessas ações depende, em grande parte do Financiamento Climático.   

Além disso, a Agenda 2030 do Desenvolvimento Sustentável dá especial atenção à ação climática, evidenciada nas metas do Objetivo do Desenvolvimento Sustentável de número 13 (ODS 13), ‘Ação contra a mudança global do clima’.  

É importante destacar que o ODS 13 se relaciona com todos os demais ODS, uma vez que a mudança climática impacta a produção de alimentos, a estrutura das cidades, o fornecimento de água potável, a saúde pública e os ecossistemas, entre outros temas da Agenda 2030.   

O Brasil se compromete a algumas ações importantes relacionadas ao ODS 13:  

  • Ampliar a resiliência e a capacidade adaptativa a riscos e impactos resultantes da mudança do clima e a desastres naturais;  
  • Integrar a Política Nacional sobre Mudança do Clima (PNMC) às políticas, estratégias e planejamentos nacionais;  
  • Melhorar a educação, aumentar a conscientização e a capacidade humana e institucional sobre mudança do clima, seus riscos, mitigação, adaptação, impactos, e alerta precoce; e  
  • Estimular a ampliação da cooperação internacional em suas dimensões tecnológica e educacional objetivando fortalecer capacidades para o planejamento relacionado à mudança do clima e à gestão eficaz, nos países menos desenvolvidos, inclusive com foco em mulheres, jovens, comunidades locais e marginalizadas. 

Para cidadãs e cidadãos, o Programa para o Meio Ambiente da ONU (Unep) destaca as seguintes ações:  

  • Disseminar informações confiáveis sobre a questão climática;  
  • Pressionar políticos e empresas locais a se empenharem na eliminação e redução da poluição por carbono;  
  • Mudar seu meio de transporte para descarbonizar a mobilidade em todo o mundo; controlar seu consumo de energia;  
  • Adaptar sua dieta para um maior consumo de vegetais, pois boa parte das terras têm sido usadas para pasto e pecuária;  
  • Consumir produtos sustentáveis e de origem local;  
  • Não desperdiçar comida;  
  • Vestir-se com inteligência, reciclando roupas e evitando o consumo desenfreado da chamada fast fashion (moda rápida);  
  • Plantar árvores; e  
  • Fazer investimentos favoráveis ao planeta, como não consumir de indústrias que promovem a poluição. 

Fontes: ipea.gov.br, unep.org

O que é mitigação da mudança climática?

Mitigação é, essencialmente, reduzir as emissões de gases de efeito estufa, além de fortalecer as remoções desses gases da atmosfera por meio de sumidouros de carbono, como as florestas, por exemplo. 

Por isso, a mitigação é uma das principais estratégias de resposta à mudança do clima, pois busca estabilizar as concentrações de gases de efeito estufa na atmosfera e, com isso, estabilizar também a temperatura média global. 

No Brasil, as emissões de gases de efeito estufa se devem principalmente à redução da cobertura florestal. Elas diminuíram na comparação com os níveis de 2005, principalmente pela redução do desmatamento da Amazônia entre 2005 e 2012. A partir de 2018 voltaram a crescer.  

Nos últimos três anos, houve uma redução, graças ao Plano de Ação para a Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônica (PPCDAm), lançado em junho de 2023 (Saiba mais) .  

Outra importante estratégia é o Plano Nacional de Recuperação da Vegetação Nativa (Planaveg), que prevê restaurar 12 milhões de hectares de matas até 2030, e é um dos compromissos do Brasil no Acordo de Paris.  

Apesar disso e do compromisso do Brasil de eliminar o desmatamento até 2030, isso não será suficiente para que o País cumpra suas metas internacionais. Por isso, está em elaboração o novo Plano Clima, contendo as principais estratégias de mitigação e adaptação do País (saiba mais em: Plano Clima — Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima) 

Fonte: https://www.gov.br/mma/pt-br/assuntos/mudanca-do-clima/mitigacao 

Além disso, a Agenda 2030 do Desenvolvimento Sustentável dá especial atenção à ação climática, evidenciada nas metas do Objetivo do Desenvolvimento Sustentável de número 13 (ODS 13), ‘Ação contra a mudança global do clima’.  

É importante destacar que o ODS 13 se relaciona com todos os demais ODS, uma vez que a mudança climática impacta a produção de alimentos, a estrutura das cidades, o fornecimento de água potável, a saúde pública e os ecossistemas, entre outros temas da Agenda 2030.   

O Brasil se compromete a algumas ações importantes relacionadas ao ODS 13:  

  • Ampliar a resiliência e a capacidade adaptativa a riscos e impactos resultantes da mudança do clima e a desastres naturais;  
  • Integrar a Política Nacional sobre Mudança do Clima (PNMC) às políticas, estratégias e planejamentos nacionais;  
  • Melhorar a educação, aumentar a conscientização e a capacidade humana e institucional sobre mudança do clima, seus riscos, mitigação, adaptação, impactos, e alerta precoce; e  
  • Estimular a ampliação da cooperação internacional em suas dimensões tecnológica e educacional objetivando fortalecer capacidades para o planejamento relacionado à mudança do clima e à gestão eficaz, nos países menos desenvolvidos, inclusive com foco em mulheres, jovens, comunidades locais e marginalizadas. 

Para cidadãs e cidadãos, o Programa para o Meio Ambiente da ONU (Unep) destaca as seguintes ações:  

  • Disseminar informações confiáveis sobre a questão climática;  
  • Pressionar políticos e empresas locais a se empenharem na eliminação e redução da poluição por carbono;  
  • Mudar seu meio de transporte para descarbonizar a mobilidade em todo o mundo; controlar seu consumo de energia;  
  • Adaptar sua dieta para um maior consumo de vegetais, pois boa parte das terras têm sido usadas para pasto e pecuária;  
  • Consumir produtos sustentáveis e de origem local;  
  • Não desperdiçar comida;  
  • Vestir-se com inteligência, reciclando roupas e evitando o consumo desenfreado da chamada fast fashion (moda rápida);  
  • Plantar árvores; e  
  • Fazer investimentos favoráveis ao planeta, como não consumir de indústrias que promovem a poluição. 

Fontes:  ipea.gov.br, unep.org

O que é adaptação à mudança climática?

Segundo o Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima da ONU (IPCC, em inglês), adaptação é o processo de ajuste aos efeitos do clima atual e esperado.  

Nos sistemas humanos (cidades, produção agrícola e industrial, geração de energia) a adaptação busca moderar ou evitar danos, assim como explorar oportunidades benéficas. Em alguns sistemas naturais, como ecossistemas terrestres e aquáticos, as intervenções humanas podem facilitar o ajuste a mudanças do clima e seus efeitos.  

Um primeiro passo em direção à adaptação ao clima futuro é reduzir as vulnerabilidades e exposição à variabilidade climática atual; na sequência, fazer o planejamento da adaptação; implementar as iniciativas; e, como última etapa, monitorar e avaliar a adaptação.  

As estratégias e ações de adaptação podem aumentar a resiliência entre uma faixa de cenários climáticos futuros, enquanto contribuem para a melhoria da saúde humana, condições de vida, bem-estar econômico e social e qualidade ambiental (IPCC, 2014). 

No Brasil, nos últimos 10 anos, 83% dos municípios brasileiros enfrentaram algum desastre associado a eventos climáticos extremos, que afetaram cerca de 117 milhões de pessoas. Segundo a plataforma Adapta Brasil, cerca de 66% desses municípios tem uma capacidade adaptativa às mudanças climáticas considerada baixa ou muito baixa.  

Daí a importância de desenvolver estratégias de adaptação. E isso faz parte do novo Plano Clima, em desenvolvimento pelo governo do Brasil.  

Fontes: gov.br, Adapta Brasil, Plano Clima 

O que é resiliência climática?

No dicionário, entre seus significados, resiliência aparece como a capacidade de se recuperar de adversidades; superação. Em termos agronômicos, resiliência é a capacidade de um ecossistema se recuperar e retomar as mesmas funções após um determinado impacto (seca, enchente, fogo, desmatamento etc). Já a adaptação no contexto climático é a capacidade dos sistemas ou populações de adotarem medidas e práticas para diminuir os impactos advindos da mudança do clima. 

Estudos apontam que o aquecimento global deve ocasionar alterações no clima capazes de impactar forte e negativamente ambientes naturais e os sistemas agropecuários. E daí advém a necessidade de estratégias de adaptação, para fomentar o incremento da resiliência dos sistemas produtivos, reduzindo sua vulnerabilidade e aumentando a capacidade adaptativa, diante dos impactos causados por eventos climáticos.  

Fonte: https://www.embrapa.br/visao-de-futuro/adaptacao-a-mudanca-do-clima/sinal-e-tendencia/resiliencia-e-adaptacao 

O que é o Acordo de Paris?

O Acordo de Paris é fruto da 21ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP21) realizada em 2015, em Paris. Nessa COP, foi adotado um novo acordo com o objetivo central de fortalecer a resposta global à ameaça da mudança do clima e de reforçar a capacidade dos países para lidar com os impactos decorrentes dessas mudanças.   

O documento, adotado por 195 Partes, entrou em vigor em 4 de novembro de 2016. A meta geral é manter “o aumento da temperatura média global em bem menos de 2°C acima dos níveis pré-industriais” e promover esforços “para limitar o aumento da temperatura em 1,5º C acima dos níveis pré-industrial”.   

O Acordo de Paris é considerado um marco no processo multilateral de mudança climática porque, pela primeira vez, um acordo vinculativo reúne todas as nações para combater a mudança climática e se adaptar aos seus efeitos.  

Sua implementação requer transformação social e econômica baseada na ciência. Desde 2020, os países submetem seus planos nacionais de ação climática, conhecidos como NDCs (da sigla em inglês para nationally determined contributions, ou contribuições nacionalmente determinadas).  

A cada cinco anos, o processo do Acordo de Paris é avaliado pelo chamado Global Stocktake (GST), ou Balanço Global, uma espécie de inventário o que foi feito em termos de adaptação e mitigação às mudanças climáticas. O último foi realizado durante a COP 28, em Dubai.  

O Acordo de Paris oferece uma estrutura apoiar a construção de capacidades e de apoio técnico e financeiro para a promoção da ação climática.  

Fontes: https://unfccc.int/process-and-meetings/the-paris-agreement 

O que são NDCs?

O Acordo de Paris estabeleceu que cada país descreva e comunique suas ações climáticas pós-2020, conhecidas como NDCs (sigla para Contribuições Nacionalmente Determinadas, em inglês). 

As NDCs representam os esforços para mitigar as emissões nacionais e se adaptar aos impactos das mudanças climáticas. Em conjunto, essas ações climáticas determinam se o mundo alcançará as metas de longo prazo do Acordo de Paris e se atingirá o pico global de emissões de gases de efeito estufa (GEE) o mais breve possível. 

Entende-se que o pico de emissões levará mais tempo para os países em desenvolvimento e que as reduções de emissões serão realizadas com base na equidade e no contexto do desenvolvimento sustentável e dos esforços para erradicar a pobreza, que são prioridades críticas para esses países. 

Fonte: https://unfccc.int/process-and-meetings/the-paris-agreement/nationally-determined-contributions-ndcs 

Quais são as NDCs do Brasil?

Como anfitrião da COP 30, o Brasil foi o segundo país a atualizar suas NDCs, ainda durante a 29ª edição da Conferência do Clima da ONU, em Baku, em novembro de 2024. 

A atual NDC do Brasil inclui os objetivos de reduzir as emissões de gases de efeito estufa enre 59% e 67% até 2035, em comparação com os níveis de 2005, o que equivale a alcançar entre 850 milhões e 1,05 bilhão de toneladas de CO2 equivalente em termos absolutos.  

Com base na nova NDC, foram desenvolvidos os Planos Setoriais de Mitigação, alinhados com o objetivo de promover a neutralidade climática até 2050, e ao objetivo geral do Acordo de Paris, de limitar o aquecimento global a 1,5º C.  

Fonte: Brasil entrega à ONU nova NDC alinhada ao Acordo de Paris — Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima 

O que é Financiamento Climático?

O Financiamento Climático é a mobilização de recursos para lidar com os efeitos da mudança do clima, ou seja, para a promoção de ações de mitigação e adaptação. E o Acordo de Paris afirma que os países desenvolvidos (que foram os principais beneficiados pela revolução industrial e que, nesse processo, foram os principais responsáveis pelas emissões de gases de efeito estufa) são os que devem prover a assistência financeira aos países em desenvolvimento, que precisam sanar seus problemas em infraestrutura, saúde, educação, geração de empregos, entre outros, sem aumentar suas emissões.  

Nesse contexto, os Meios de Implementação (MdI) são instrumentos que viabilizam a transformação dos compromissos climáticos em ações concretas. De acordo com a UNFCCC, os MdI englobam financiamento climático, transferência de tecnologia, capacitação e outras formas de apoio técnico e operacional. Além disso, os MdI estão alinhados ao Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 17 (ODS 17), que enfatiza a importância das parcerias e do financiamento para a promoção do desenvolvimento sustentável.  

Consulte o link abaixo para conhecer algumas das principais fontes de financiamento climático nos níveis Federal, Estadual, Municipal e Internacional.  

Fonte: Financiamento Climático — Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima 

O que é COP?

COP é a sigla para Conferência das Partes. A Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC) reúne anualmente as Partes signatárias (países) em conferências mundiais. Suas decisões, coletivas e consensuais, só podem ser tomadas se forem aceitas unanimemente pelas Partes, sendo soberanas e valendo para todos os países signatários. 

Seu objetivo é manter regularmente sob exame e tomar as decisões necessárias para promover a efetiva implementação da Convenção e de quaisquer instrumentos jurídicos que a COP possa adotar. 

À COP também compete:  

  • Examinar periodicamente as obrigações das Partes e os mecanismos institucionais estabelecidos por esta Convenção; 
  • Promover e facilitar o intercâmbio de informações sobre medidas adotadas pelas Partes para enfrentar a mudança do clima e seus efeitos; 
  • Promover e orientar o desenvolvimento e aperfeiçoamento periódico de metodologias comparáveis para elaborar inventários de emissões de gases de efeito estufa por fontes e de remoções por sumidouros; 
  •  Examinar e adotar relatórios periódicos sobre a implementação desta Convenção. 

A COP conta com um secretariado, com sede em Bonn, na Alemanha, que mantém atualizadas todas as informações relativas à Convenção no site www.unfccc.int.  

Fonte: What are United Nations Climate Change Conferences? | UNFCCC 

Como as mudanças climáticas afetam a geração hidrelétrica?

A hidrelétrica tem sido, historicamente, a principal fonte de energia elétrica no Brasil, representando 60% da eletricidade consumida no País em 2023, de acordo com o Balanço Energético Nacional de 2024. 

A geração hidrelétrica é fortemente influenciada pela variação natural do regime hidrológico e, assim, períodos de seca ou chuvas afetam diretamente a geração das usinas.  

O aumento da temperatura média global resulta em impactos nos sistemas de circulação atmosférica e no ciclo hidrológico afetando, consequentemente, a precipitação. Alterações nos padrões de precipitação, seja em quantidade, seja em sua distribuição sazonal e geográfica, podem afetar a disponibilidade de água para as hidrelétricas, prejudicando a gestão dos reservatórios e a produção de energia elétrica. 

Embora influenciada pela variabilidade da precipitação, a geração de energia depende das vazões afluentes às hidrelétricas e que estão relacionadas não apenas ao comportamento das chuvas, mas também a uma série de outros fatores como a capacidade de regularização das vazões por meio de reservatórios, os usos da água na bacia hidrográfica, a evapotranspiração e, ainda, outros aspectos que influenciam o escoamento da água, como a cobertura vegetal e o tipo de solo. 

Fonte: https://www.epe.gov.br/sites-pt/publicacoes-dados-abertos/publicacoes/PublicacoesArquivos/publicacao-852/topico-736/FACT%20SHEET%20HIDRELETRICIDADE%20E%20MUDAN%C3%87AS%20CLIM%C3%81TICAS.pdf 

Por que a Itaipu participa da COP?

A mudança climática impacta na atividade econômica da Itaipu Binacional: a geração de energia limpa e renovável para o Brasil e o Paraguai. Para manter essa atividade no longo prazo, a empresa desenvolve ações sociais e ambientais que contribuem para a sustentabilidade das comunidades, das atividades econômicas e dos ecossistemas conectados à usina.  

Essas ações também contribuem para a mitigação e a adaptação às mudanças climáticas no território de atuação da empresa. E, por isso, são compartilhadas nas conferências do clima com outros governos e organizações, com o objetivo de contribuir com a estratégia brasileira de protagonismo na ação climática e na agenda do desenvolvimento sustentável.  

Como parte desse compromisso, a Itaipu apoia a realização da COP30 em Belém, não apenas com o compartilhamento de boas práticas e da participação em debates, mas também por meio de investimentos que somam um total de R$ 1,3 bilhão, viabilizando melhorias estruturais que beneficiam cerca de 1,3 milhão de pessoas em 37 bairros, incluindo 89 famílias de catadores, com melhores condições de trabalho e renda. Essas ações fortalecem o legado social da conferência.  

A atuação da Itaipu na COP30 reforça a conexão entre a conservação da Floresta Amazônica e a segurança hídrica do setor hidroelétrico nacional, mostrando que cuidar do meio ambiente e das comunidades da região também é cuidar do futuro da geração de energia.  

O que é desinformação climática?

Antes de definir o que é desinformação climática, é importante entender os conceitos de informação falsa (misinformation), mal-informação (mal-information) e desinformação (disinformation).  

A primeira se refere a informações falsas, mas que não foram criadas com a intenção de causar prejuízo. Trata-se de um erro. Uma notícia com dados desatualizados, errados ou trocados é um exemplo de informação falsa.  

Já a mal-informação tem cunho malicioso. É usar dados com a intenção de gerar prejuízos para uma pessoa, organização ou país. Quando a mal-informação se utiliza de informação falsa, ela caracteriza a chamada desinformação. 

No contexto da mudança do clima, a desinformação é empregada para desacreditar a ciência, lançar dúvidas sobre as pesquisas sobre a elevação da temperatura global, suas causas e consequências, e as responsabilidades relacionadas ao tema.  

Caracteriza-se, em grande parte pela negação das evidências científicas (daí o termo “negacionista climático”) e pela difusão de ideias como: a de que a temperatura não está aumentando; ou que, apesar de reconhecer que há elevação de temperatura, esta não se deve à ação humana; ou ainda de que há influência humana, mas que as consequências serão positivas.  

Uma outra face da desinformação no contexto da sustentabilidade é o chamado “greenwashing” ou “lavagem verde”, em uma tradução literal. Trata-se da divulgação de informações a respeito de uma empresa, produto ou serviço como se fosse ecologicamente correto, quando não o é, induzindo o público a erro.  

A prática do greenwashing se caracteriza pelo uso de expressões vagas como “verde”, “ecofriendly”, “100% ecológico” ou “biodegradável”, sem mais explicações. No contexto da desinformação climática, uma determinada tecnologia, produto ou serviço pode ser divulgada como “zero emissão”, escondendo o fato de sua produção ou utilização gera gases de efeito estufa e contribui para a mudança do clima.  

Quais as principais estratégias de desinformação?

O jornalista e pesquisador John Cook, do Hub de Pesquisa em Comunicação da Mudança Climática da Universidade Monash (Austrália), estabeleceu uma classificação das principais estratégias de desinformação utilizadas para lançar dúvidas sobre a ciência climática. Essas estratégias revelam um padrão já utilizado para desacreditar a ciência em outras situações como, por exemplo, surgiram estudos que apontavam os malefícios do cigarro para a saúde. 

As cinco principais categorias são: 

Falsos especialistas: utilizar como fonte uma pessoa que não tem autoridade para falar sobre clima, muitas vezes como alguma formação científica, mas não nas ciências ligadas ao clima. Uma prática ligada a essa técnica é a promoção do “falso debate”, quando se coloca um cientista climático para discutir com um negacionista e isso cria a falsa ideia de que há um debate científico sobre o tema, quando na verdade há consenso sobre a mudança do clima e a influência humana. 

Falácias lógicas: categoria que abriga várias subcategorias, como atacar quem fala no lugar de discutir o assunto em si (“ad hominem” ou argumento contra a pessoa), ou explorar a ambiguidade (afirmar, por exemplo, que se já houve mudança climática no passado remoto e não havia queima de combustíveis fósseis, então não há relação entre esses dois temas).  

Expectativas impossíveis: dizer, por exemplo, que só irá acreditar em aquecimento global quando os cientistas afirmarem que estão 100% seguros sobre suas previsões. A ciência tem uma linguagem cautelosa. Cientistas dificilmente afirmam 100% de certeza em relação a determinado tema, especialmente quando tratam de previsões futuras. Eles usam expressões como “é muito provável” ou “há um grande grau de confiança” e isso é explorado por negacionistas para lançar dúvidas sobre a ciência climática.   

Cherry picking: o termo em inglês que significa “pegar uma cereja” vem da analogia de escolher uma cereja em um recipiente com várias unidades dessa fruta, prová-la e tirar conclusões generalistas sobre a qualidade das frutas que restaram. É uma alusão ao fato de se ater a um dado que corrobora um ponto de vista para tirar conclusões generalistas, como se o fato de este ano ter tido um inverno mais rigoroso fosse suficiente para negar que a temperatura global está aumentando.  

Teorias da conspiração: quando a pessoa acredita que há interesses não declarados, fatos ocultos ou alguma conspiração que envolve cientistas, governos, empresas, organizações etc, que querem esconder a verdade, impor algum plano maligno, ou algo do gênero.  

Esta resposta foi produzida com base em conteúdos do curso “How to cover the Climate Crisis – and Fight Disinformation”, do Knight Center for Journalism in the Americas. 

Por que a Itaipu atua no combate à desinformação climática?

A Itaipu Binacional é um exemplo de como usar a ciência a favor do desenvolvimento humano. Não é exagero afirmar que, sem pesquisa e conhecimento científico de ponta, não haveria eletricidade da Itaipu nas casas de brasileiros e paraguaios.
São inúmeros os conhecimentos científicos necessários para a operação da usina, desde as engenharias civil, elétrica e mecânica, até os saberes ambientais empregados nos cuidados com o reservatório, as áreas protegidas e o território.
A ciência climática também é essencial, para entender as relações entre o clima e as águas do Rio Paraná, matéria-prima para a geração de energia na Itaipu. Por isso, as mudanças climáticas são um tema que a Itaipu acompanha com grande interesse.
Mitigar os impactos, e promover resiliência e adaptação às mudanças do clima são questões diretamente ligadas ao negócio da Itaipu. E fazem parte da estratégia da empresa nos cuidados com a água, com o território e com as pessoas.
Nesse contexto, a empresa também está comprometida com o combate à desinformação climática. Hoje, mais de 97% dos cientistas climáticos concordam com a afirmação de que a atividade humana, especialmente os combustíveis fósseis, estão alterando o clima da Terra.
Mas esse consenso não se reflete na sociedade em geral. Interesses econômicos, políticos e ideológicos, muitas vezes, se sobrepõem ao saber científico e lançam mão da disseminação de informações falsas para colocar em dúvida a ciência climática.
A falta de conscientização sobre a urgência desse tema vem retardando a tomada de ação. Com isso, muitos impactos das mudanças do clima já são irreversíveis e vêm afetando a vida de milhões de pessoas em todo o mundo, além da extinção de espécies, colapso de ecossistemas e perdas econômicas.
Por isso, a Itaipu, alinhada às estratégias do Governo do Brasil para a COP30, vem atuando para contribuir com o combate à desinformação climática.