Líder mundial na geração de energia limpa e renovável

Institucional
Brasil vai integrar rede mundial da Onudi de Energias Renováveis
Tamanho da letra
28/05/2013
 
O Centro Internacional de Energias Renováveis – Biogás (CIBiogás-ER),  desenvolvido pela Itaipu e outros 19 entidades parceiras, vai integrar a rede mundial da Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (Onudi) de Energias Renováveis.   
   
A rede é composta por oito centros internacionais. Os outros ficam na China, Itália, Turquia, Índia e Cabo Verde. O anúncio foi feito nesta terça-feira, dia 28 de maio, pelo diretor-geral da Unido, Kandeh Yumkella, no Fórum de Energia de Viena, na Áustria.  
   
O evento conta com a participação de lideranças políticas e autoridades na área de energias renováveis de todo o mundo. O diretor-geral brasileiro de Itaipu, Jorge Samek, participa do fórum como palestrante convidado e também como representante do ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, que não pôde comparecer.
  
Inaugurado há uma semana, o CIBiogás-ER está instalado no Edifício do Saber, no Parque Tecnológico Itaipu (PTI), em Foz do Iguaçu, e é inédito na América Latina.
  
  
O processo de instalação demorou menos de um ano depois de iniciada a negociação entre o diretor-geral brasileiro de Itaipu e o diretor da Onudi. Essa agilidade chamou a atenção e recebeu o elogio de Yumkella.   

A criação do centro internacional com ênfase em biogás foi proposta em 2011. A ideia ganhou força no final do mesmo ano, na 14ª Conferência Geral da Onudi, em Viena, e foi ratificada no ano passado, no Brasil, durante a Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável – a Rio+20.
   
Durante o anúncio do CIBiogás-ER, nesta terça-feira, o diretor da Onudi ressaltou a importante parceria com o Brasil, especificamente com a Itaipu Binacional para impulsionar as energias renováveis.
  
Pouco antes da solenidade de abertura do fórum, durante um café da manhã na residência do embaixador brasileiro Evandro Didonet, Yumkella reafirmou a necessidade de ter técnicos brasileiros em seu staff, nas áreas de hidroenergia e de bioenergia.
  
Para Jorge Samek, com essa parceria com a Onudi, a usina hidrelétrica de Itaipu, maior produtora de energia limpa e renovável do planeta, caminha para se transformar também em referência nas pesquisas para microgeração de energia a partir do biogás.
  
O que é
   
O CIBiogás-ER é uma instituição científica, tecnológica e de inovação, resultado da parceria entre a Itaipu Binacional, as Centrais Elétricas Brasileiras S/A (Eletrobras) e a Onudi.
  
Outras 19 entidades, todas com atuação direta ou indireta no campo do biogás, estão envolvidas no projeto. Entre elas, o Itamaraty, Eletrobras/Cepel, Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), Embrapa, Centro de Tecnologia do Gás e Energias Renováveis CTGAS-ER, Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) e Federação das Indústrias do Paraná (Fiep).
  
De acordo com o superintendente de Energias Renováveis de Itaipu, Cícero Bley Júnior, a integração do centro à rede da Onudi coloca o biogás na pauta internacional e a Itaipu passa também a ser reconhecida como referência de bioenergia.
  
Um dos objetivos da nova entidade será “organizar, desenvolver, acompanhar e dar suporte aos programas, pesquisas e projetos de viabilização do biogás como gerador de energia e de seus subprodutos” – conforme prevê o estatuto aprovado pelos parceiros.
  
“O CIBiogás-ER será uma ferramenta de interação dos setores científicos e tecnológicos com o setor produtivo. Esperamos que essa experiência possa ajudar o Brasil e outros países a incluir o biogás na sua matriz energética”, afirmou Jorge Samek. “O biogás é uma fonte limpa e renovável, como é a hidreletricidade”, reforçou.
  
Solução ambiental
  
Cícero Bley disse que a geração de energia a partir do biogás, além de oferecer ao produtor rural uma nova e importante alternativa de renda, representa a solução para um grave problema ambiental.
  
Atualmente, boa parte dos dejetos da produção agropecuária (criação de gado, suínos e aves) contamina o solo e é carregada pela chuva para rios e lagos, além de contribuir para o aquecimento global. Isso ocorre porque o gás metano liberado na decomposição orgânica é 20 vezes mais poluente que o dióxido de carbono (CO2).
  
Com o biogás, o problema vira solução. Os dejetos são levados para biodigestores, para extração do gás metano, que depois pode ser convertido em energia térmica, elétrica e veicular. O subproduto da atividade é um potente biofertilizante. Tudo é reaproveitado.
 
A experiência liderada por Itaipu no Condomínio de Agroenergia para a Agricultura Familiar da Microbacia do Rio Ajuricaba, em Marechal Cândido Rondon, no oeste paranaense, mostra que o projeto é viável mesmo em pequenas propriedades.
 
No Ajuricaba, foi construído um gasoduto de 25,5 quilômetros, que passa por 34 pequenas propriedades rurais e leva o biogás para uma microcentral elétrica. A energia gerada abastece as propriedades e todo o excedente é vendido para a Copel.
 
Cícero Bley lembra que o uso de biodigestores no meio rural ganhou força ainda na década de 1970. No entanto, a alternativa desapareceu por falta de uma instituição que tratasse o biogás como atividade econômica viável. “Agora, o CIBiogás-ER vai cumprir esse papel”, afirmou.
  
Ainda segundo ele, o projeto atual envolve instituições representativas, todas com interface na área do biogás, e a tendência é a formação de uma grande rede nacional – viabilizando, inclusive, levantamentos estatísticos. Hoje, não há dados oficiais sobre quem produz biogás no Brasil e qual o volume.
 
“Somente no Estado do Paraná, 103 municípios destacam-se com produção de animais. Neles, seria possível instalar uma rede de microgeradores de energia na ordem de 111,5 megawatts”, estimou Bley.
 
Considerando apenas o oeste do Estado, o potencial seria de 56,5 megawatts, volume superior ao produzido por uma pequena central hidrelétrica (PCH). “Isso contando apenas a produção de suínos e vacas ordenadas”, complementou. O metano também pode ser extraído, por exemplo, do lixo urbano.
 
“O novo Centro Internacional de Energias Renováveis estabelece no Brasil, e em Itaipu, particularmente, uma referência na produção de biogás. É uma instituição que está nascendo com muito vigor e que poderá levar, no futuro, a experiência do biogás para todas as regiões do mundo”, completou.
      
Cícero Bley Júnior é o diretor-geral do CIBiogás-ER. O assessor da Diretoria Brasileira de Itaipu e coordenador do Sistema de Gestão da Sustentabilidade, Herlon Goelzer de Almeida, ocupa o cargo de diretor de desenvolvimento tecnológico. A função de diretora administrativo-financeiro é de Soraya Penzin, da Fundação Parque Tecnológico Itaipu (FPTI).