O superintendente regional da Polícia Federal (PF) no Paraná, Rosalvo Ferreira Franco, inaugurou oficialmente, nesta sexta-feira (11), em Foz do Iguaçu (PR), a base náutica do Núcleo Especial de Polícia Marítima (Nepom) no Rio Paraná, na fronteira com o Paraguai.

 

A estrutura já operava em fase de testes desde março, ajudando no patrulhamento ostensivo da barragem da usina de Itaipu até o Parque Nacional Iguaçu, além de ações em parceria com outros órgãos de segurança – como a Força Nacional, a Marinha e grupo Tigre da Polícia Civil.

 

A cerimônia deveria contar com a presença do ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, e do diretor-geral da PF, Leandro Daiello Coimbra. Por causa da chuva, porém, o avião que trazia as autoridades não conseguiu aterrissar no aeroporto local.

 

Franco disse que o Nepom de Foz é um dos mais atuantes do Brasil e que a base náutica “vai ser um ponto de apoio importante ao combate à criminalidade”. “A presença mais constante [das forças policiais no Rio Paraná] dará uma freada na criminalidade e o que acontece aqui, reflete em outros Estados da Federação”, declarou.

 

O delegado-chefe da Delegacia da Polícia Federal de Foz do Iguaçu, Fabiano Bordignon, acrescentou que a base náutica vai ajudar a impulsionar o Projeto Beira Foz, que tem o apoio de Itaipu Binacional e prevê ações de desenvolvimento urbano nas margens dos rios Paraná e Iguaçu.

 

“A perspectiva é que, a partir dessa base, o Projeto Beira Foz passe a se espraiar, dentro dessa ideia de que a fronteira não é o fim, mas o local de encontros e de colaboração”, defendeu.

 

A solenidade teve a presença da prefeita em exercício de Foz, Ivone Barofaldi; do diretor do Fórum de Justiça de Foz do Iguaçu, Marcos Antonio Frason; do diretor jurídico de Itaipu, Cézar Eduardo Ziliotto; representantes da Marinha, da Procuradoria da República, das forças de segurança do Paraguai e da Argentina – entre outras autoridades.

 

Também participaram o superintendente de Segurança Empresarial (SE.AD) de Itaipu, Rogel Abib Zattar, o chefe da Assessoria de Informações (IN.GB),  Carlos Roberto Sucha, e o superintendente de Comunicação Social (CS.GB), Gilmar Piolla.

 

Cézar Eduardo Ziliotto observou que o Nepom já possui uma base dentro da área de Itaipu, na margem do reservatório da usina. “Agora, essa nova base vai permitir que a Polícia Federal faça fiscalizações tanto na parte de cima da barragem (o Lago de Itaipu) como na parte de baixo (o Rio Paraná). Isso é fundamental para a segurança nacional.”

 

A base do Nepom no reservatório recebe apoio de Itaipu, a partir de um convênio formalizado em 2002. A usina ajudou o Núcleo de Polícia Marítima a adquirir lanchas blindadas e contribui com recursos para a manutenção de embarcações e viaturas.

 

“A Polícia Federal, cumprindo a sua missão constitucional, combate o crime organizado no reservatório e reduz as possibilidades de agressão à Itaipu Binacional”, observou Zattar. “Manter o entorno da empresa pacificado e em ordem é do interesse da Segurança Empresarial, o que nos ajuda a cumprir a nossa missão.”

 

 

A nova base náutica do Nepom ocupa o galpão de um antigo estaleiro, na margem do Rio Paraná, quase em frente à Ponte da Amizade. O espaço foi cedido por cinco anos (renovável por mais cinco) para servir como ponto de patrulhamento ostensivo e combate aos crimes de competência da Polícia Federal, como o contrabando.

 

No local, é possível guardar embarcações, viaturas e equipamentos. Contêineres foram adaptados e transformados em alojamentos, banheiro e escritório.

 

Uma rampa antiga do estaleiro, para descida de embarcações, está sendo reformada pelo Fundo Iguaçu e também vai atender ao núcleo. Além disso, drones doados pela Receita Federal ajudam na fiscalização.

 

Bordignon disse que, nos oito meses em que a base entrou em operação, os resultados positivos já são evidentes. “Essa base funciona 24 horas por dia e inibe a passagem de contrabando. Pacificou a região.”

 

No futuro, as bases do Nepom em Foz do Iguaçu poderão servir como academia de fronteira. “Porque aqui nós temos duas realidades distintas: o estreito do Rio Paraná e o largo do reservatório”, comentou o delegado.