A partir desta sexta-feira (12), o Ecoelétrico, projeto desenvolvido em parceria entre a Itaipu Binacional, Prefeitura de Curitiba, Renault e Ceiia, passa a rodar pela primeira vez com uma nova modalidade de transporte. A frota, até então composta por 10 automóveis, ganhará um micro-ônibus Agrale, modelo MA 8.7, carroceria Mascarello Gran Mini, com capacidade para 17 pessoas. O veículo foi montado na Itaipu. Numa outra ponta, o Ecoelétrico receberá ainda minicarros elétricos Renault, que serão usados numa outra etapa do projeto, o Ecoeletrinho, voltado para o público infantil.

Haverá uma solenidade às 10 horas, na Casa Klemtz, com todos os parceiros do programa para a apresentação do micro-ônibus e a explicação dessa outra nova fase do projeto. Crianças da rede municipal de 12 escolas foram convidadas para participar do test-drive com os minicarros sob a orientação e supervisão de educadores para poderem vivenciar e aprender a se comportar no trânsito.

A chegada do micro-ônibus e dos minicarros marca um ano de operação do Ecoelétrico Curitiba, que teve início em 5 de junho, Dia Mundial do Meio Ambiente. Tanto o micro-ônibus quanto os minicarros serão utilizados pela Escola Pública de Trânsito, que é de responsabilidade da Secretaria Municipal de Trânsito (Setran).

O Ecoeletrinho tem como finalidade aliar educação ao tema inovação sustentável. O projeto prevê, dentro da ação “O trânsito e eu”, simular, em uma pista, como é esse cotidiano. Voltado às crianças com idade entre de 7 a 11 anos, o projeto tem por objetivo conscientizar a sociedade para um trânsito mais humano e seguro. O município se encarregará da construção de uma minicidade (inauguração prevista para agosto deste ano) dotada de uma minipista contendo todas as sinalizações e avisos de trânsito, contemplando pedestres, pessoas com deficiência, ciclistas e veículos, recriando o ambiente urbano das cidades.

O Curitiba Ecoelétrico faz parte do programa de Mobilidade Inteligente (Mob-i) de Itaipu, que mantém outros três projetos-piloto, o Mob-i, na própria usina, o Brasília Ecomóvel e o Mob-i ONU, ambos desenvolvidos na capital federal. Além dos carros elétricos (28 no total, incluindo todos os pilotos), o Mob-i conta com postos para abastecimento (os eletropostos) e utiliza a plataforma Mobi.me, aplicativo que fornece em tempo real indicadores como o dinheiro poupado em abastecimento, o CO2 que deixou de ser emitido na atmosfera e o número de quilômetros rodados.

Para a coordenadora do Curitiba Ecoelétrico, a vice-prefeita e Secretária do Trabalho e Emprego, Mirian Gonçalves, por ter se tornado uma referência mundial, “a experiência científica, de inovação acumulada, nos anima a avançar ainda mais, com projetos de compartilhamento de veículos elétricos, de educação aliada à sustentabilidade e ampliação da frota”, ressalta.

Segundo a diretora financeira de Itaipu, Margaret Groff, idealizadora do Mob-i, apesar de não ser incorporado ao transporte coletivo da capital, “a utilização do micro-ônibus na frota do Ecolétrico trará insumos importantes para o desenvolvimento tecnológico da plataforma, que tem como finalidade a interação entre os diferentes modais e o compartilhamento de veículos, entre outros benefícios”.

Além do Mob-i, Itaipu desenvolve desde 2006, em parceria com a companhia suíça KWO e outras empresas do Brasil e do exterior, o Programa Veículo Elétrico (VE). A empresa já montou em um galpão dentro da usina mais de 80 protótipos elétricos, a metade incorporada à própria frota e o restante destinada a empresas parceiras do programa.

VE

As linhas de pesquisa incluem carros de passeio, caminhão, utilitário, ônibus e até um avião, todos equipados com motor elétrico. A empresa também mantém uma oficina para montagem dos compactos elétricos modelo Twizy, em parceria com a Renault, e trabalha no projeto da bateria de sódio nacional, com recursos da Finep e parceria com o Parque Tecnológico Itaipu (PTI).

Outro projeto é na área de armazenamento de energia, em conjunto com o Exército brasileiro. A Itaipu agora é parceira da empresa inglesa de tecnologia Mira, uma das mais importantes consultorias mundiais do ramo de pesquisa de veículos híbridos e elétricos, para o desenvolvimento e a fabricação de uma bateria de lítio de arquitetura modular.

Indicadores do Ecoelétrico

Em um ano de operação, o Ecoelétrico deixou de emitir mais de 6 toneladas de dióxido de carbono (CO2) ao céu de Curitiba. A frota rodou aproximadamente 47 mil quilômetros, o que representa quase 8 mil viagens realizadas para a execução de serviços públicos, como da Secretaria Municipal de Trânsito (Setran), Guarda Municipal, Instituto Curitiba de Turismo e do Departamento de Proteção Animal, da Secretaria de Meio Ambiente. Com o Ecoelétrico foram economizados mais de 5,2 mil litros de combustível, o equivalente a 33 barris de petróleo.

Todos esses indicadores podem ser acompanhados on-line via site www.ecoeletrico.curitiba.pr.gov.br [1]. O Ecoelétrico opera dentro do Mobi-me (sistema de gestão de mobilidade elétrica inteligente), com monitoramento simultâneo de índices relacionados à energia elétrica consumida, distâncias percorridas, número de viagens, controle de emissão de poluentes e outras informações.

Para a operação do projeto, a Prefeitura instalou dez postos de abastecimento, os eletropostos, sensorizados para a captura de dados conectados em tempo real ao sistema de mobilidade inteligente (Mobi.me).