A Itaipu e a Associação Internacional de Hidreletricidade (International Hydropower Association – IHA) formalizaram, na tarde desta quarta-feira (3), um acordo de cooperação para a criação de um escritório regional da IHA na América do Sul. Será a primeira representação oficial da IHA fora de sua sede, em Londres. O escritório deve ser instalado nos próximos meses, no Parque Tecnológico Itaipu (PTI), e consolida a liderança da Itaipu na defesa de ações de sustentabilidade entre hidrelétricas.

O acordo será válido para o período de 1º de abril de 2010 a 31 de março de 2012, e pode ser renovável por mútuo acordo entre a Itaipu e a IHA.

Na prática, o escritório atuará como “voz” e “braço” da IHA na América do Sul, difundindo informações e ações da associação na região. Ele terá, basicamente, dois objetivos principais: apoiar o trabalho da IHA voltado à hidreletricidade sustentável e aumentar o número de associados sul-americanos. A entidade não escolheu Itaipu como parceira por acaso: a binacional é tida por ela como modelo de práticas sustentáveis e sempre se mostrou disposta a dar todo o apoio necessário para que a IHA alcance suas metas no continente sul-americano.

    
Por meio do escritório, a Itaipu prestará uma série de serviços à IHA. Entre eles estão o gerenciamento de uma lista de associados e potenciais associados na América do Sul; a distribuição e tradução para o espanhol e português de documentos estratégicos; a realização de reuniões entre associados e possíveis associados; o apoio a atividades da associação na região; e a pesquisa e manutenção de um inventário de hidrelétricas operando na América do Sul; entre outros.

Itaipu e IHA: aliança pela sustentabilidade

Representantes da IHA e da Itaipu posam para foto  na sala de reuniões da diretoria e do conselho da binacional

“Temos a obrigação de participar ativamente das mais importantes discussões internacionais sobre energia e sustentabilidade, e o apoio ao escritório atua nesse sentido”, ressalta Samek. “Este é um momento marcante porque mais uma vez destaca Itaipu, PTI e Foz do Iguaçu no mapa mundial da hidreletricidade sustentável”, afirma Friedrich. Segundo Cardoso, a criação do escritório é apenas mais uma da série de colaborações da Itaipu com a IHA.

“Há dois anos trabalhamos para congregar mais associados, o que conseguimos, tanto no Brasil, com todas as empresas do Sistema Eletrobrás e algumas empreiteiras aderindo à IHA, como também em outros países sul-americanos, como no Colômbia e Chile”, diz.

O responsável

Mesmo antes de a estrutura própria do escritório ficar pronta, o trabalho já começou pelas mãos do engenheiro civil Ricardo Krauskopf Neto, da Divisão de Recursos Hidrológicos e Energéticos (OPSH.DT). Foi ele quem recebeu, de Cardoso, a missão de coordenar a representação da IHA. Futuramente, com o desenvolvimento de suas atividades, outros devem se juntar a ele. Krauskopf Neto tem mestrado em engenharia de recursos hídricos, é professor da Unioeste e se diz preparado por tocar uma empreitada de grande projeção para a empresa. “A criação desse escritório mostra o alcance da visão externa da Itaipu, que contribui de forma exemplar para a sustentabilidade mundial”, ressalta.

Outra novidade: Centro de Treinamento

A parceria entre Itaipu e IHA ainda vai além. Também foi assinada, nesta quarta (3), uma carta de intenções para a criação, novamente no PTI, do “Centro de Treinamento em Hidreletricidade Sustentável”. Como a IHA pretende criar um processo de certificação para referendar boas ações de sustentabilidade em hidrelétricas, o centro capacitará tanto os auditores responsáveis pela avaliação das empresas, como também os próprios representantes das organizações interessadas em obter o “selo”.

  
A IHA pretende criar um centro como esse em cada continente. O sul-americano, no PTI, será o primeiro. “Dependemos apenas de alguns procedimentos que estão sendo feitos no escritório central da IHA para criá-lo, e também da formação da equipe que vai comandar esse processo no âmbito mundial”, explica Cardoso.

IHA

A IHA é uma organização não-governamental internacional que promove ações de sustentabilidade em hidrelétricas. Com o apoio da Unesco e base em Londres, na Inglaterra, foi formada em 1995 para promover e disseminar boas práticas e conhecimentos socioambientais em hidrelétricas. Atualmente, conta com representantes em mais de 80 países.