A Companhia Paranaense de Energia (Copel) é a mais nova parceira do projeto de desenvolvimento de carros elétricos, coordenado pela Itaipu Binacional. O diretor-presidente da Copel, Rubens Ghilardi, e o diretor-geral brasileiro da Itaipu, Jorge Samek, assinaram hoje (28), um convênio que prevê a aquisição de sete veículos pela estatal paranaense (dois a serem entregues neste ano e cinco em 2008). Esses protótipos serão testados como parte da frota da empresa.
O projeto do carro elétrico é fruto de um acordo entre a Itaipu, a Fiat e a empresa suíça Kraftwerke Oberhasli (KWO). Juntas, as três companhias pretendem viabilizar a produção em larga escala de veículos elétricos, que são livres da emissão de poluentes e praticamente não causam ruídos. “A Copel é uma importante parceira da Itaipu em outros projetos como o de geração de energia a partir da biomassa. Agora, com o carro elétrico, ela irá ajudar a viabilizar a produção desses veículos com tecnologia brasileira”, afirmou Samek.
O projeto de energia a partir da biomassa vem sendo desenvolvido com produtores de aves e suínos da região Oeste do Paraná. A idéia é produzir eletricidade a partir dos dejetos dessa cultura, evitando a poluição dos rios que abastecem o reservatório da hidrelétrica. Futuramente, segundo Samek, os dois projetos poderão ser unidos, com o desenvolvimento de um utilitário movido a bateria, proporcionando autonomia energética para os produtores rurais.
A Copel investiu R$ 900 mil no projeto do veículo elétrico, principalmente com a aquisição dos carros. A concessionária já participa com o desenvolvimento tecnológico através do Lactec, que é uma das diversas instituições de pesquisa e ensino ligadas à iniciativa. “Para a Copel, é estratégico participar do aprimoramento das tecnologias baseadas em energia renovável”, disse Ghilardi.
Os protótipos são montados pela Fiat, que é responsável pelo kit mecânico (carroceria, motor e caixa de câmbio). Ainda em 2007, eles passarão a serem produzidos nas instalações da Itaipu, em Foz do Iguaçu. Os objetivos do projeto até 2010 são: elevar a autonomia da bateria dos 120 quilômetros atuais para 450 quilômetros; aumentar a velocidade máxima de 110 km/h para 150 km/h; e reduzir o tempo de recarga da bateria de oito horas para 20 minutos.
O convênio também tem como objetivo capacitar profissionais para a manutenção de veículos, reduzir custos e desenvolver tecnologia nacional para a fabricação de baterias. Os protótipos atuais são movidos com uma bateria Zebra, que é totalmente reciclável e não poluente, mas é cara porque é produzida na Europa, pela empresa MES-DEA. No longo prazo, a Itaipu, que está investindo US$ 230 mil no projeto até 2011, pretende ampliar os objetivos dessa iniciativa, com a produção de veículos movidos a hidroeletricidade (hidrogênio) e aproveitar as pesquisas para impulsionar o Parque Tecnológico Itaipu.
