Representantes da Itaipu Binacional e do Fundo de Convergência Estrutural do Mercosul (Focem) reuniram-se nesta quinta-feira (21), em Montevidéu (Uruguai), para o encerramento do projeto “Implementação do Sistema de 500 kV no Paraguai”.
Estação de Transmissão da Margem Direita, na usina de Itaipu.
No balanço final, a atuação da Itaipu na condução técnica do projeto foi considerada exemplar pelo Focem e pode servir como modelo para novas iniciativas similares. Um dos destaques foi a economia de recursos: dos $ 555 milhões inicialmente previstos, foram gastos $ 415 milhões.
Além da construção da linha de transmissão entre Villa Hayes e Itaipu e da própria subestação de Villa Hayes, o projeto compreendeu também a ampliação da Subestação da Margem Direita, localizada nas instalações da Usina Hidrelétrica de Itaipu.
Participaram do encontro os diretores financeiros da Itaipu, Miguel Gómez (Paraguai) e Marcos Stamm (Brasil); a diretora da Secretaria do Mercosul, Linda Rabbaglietti; a coordenadora interina da Unidade Técnica Focem, Verónica Ríos; e as representações permanentes do Brasil (ministros George Ney Fernandes e Roberto Goidanich), Paraguai (embaixador Bernardino Hugo Saguier Caballero), Argentina (embaixador Diego Tettamanti) e Uruguai (embaixador Juan Alejandro Mernies) para o Mercado Comum do Sul (Mercosul) e Associação Latino-Americana de Integração (Aladi).
Para Stamm, a participação da Itaipu no projeto demonstra a importância da empresa no contexto de integração de dois países irmãos.
“A construção dessa linha de transmissão é um exemplo dessa integração na prática. Além disso, havia uma estimativa de investimento de $ 555 milhões e gastou-se muito menos do que isso. Pela capacidade técnica demonstrada, a atuação da Itaipu foi considerada exemplar e deve servir de modelo para outros projetos similares”, afirmou Stamm.
“Agradecemos de coração o trabalho feito pelas equipes multinacionais em benefício deste projeto”, destacou Gómez. Segundo ele, a construção da linha não beneficia exclusivamente cidadãos paraguaios, mas também produtores e industriais brasileiros e uruguaios que se instalaram no país vizinho.
Segundo o engenheiro Hugo Marchi, gerente da Divisão de Planejamento e Controle da Diretoria Técnica (PCPC.TD) da binacional, as linhas operavam no limite e a demanda superava a oferta de energia, o que ocasionava frequentes cortes e interrupções.
Com a nova linha, essa situação mudou. Em 2014, a linha de 500 kV já permitia um aporte de 530 MW, representando um acréscimo de 21%. Em 2017, o aporte já atinge 774 MW, um incremento de 25%. Além do aumento da carga, houve também uma redução significativa nas interrupções do serviço.
O projeto
Aprovado em 2010, o projeto foi inicialmente orçado em US$ 555 milhões, o maior valor já alocado para uma iniciativa do Focem. A linha de transmissão de 500 kV construída entre Itaipu e Villa Hayes possui 348 km e 759 torres autoportantes.
O valor total alocado no projeto foi de US$ 415,4 milhões, sendo US$ 305,7 de recursos provenientes do Focem, US$ 68,2 milhões como contrapartida elegível - gastos inerentes diretamente ao projeto (US$ 54,9 milhões provenientes da Itaipu e US$ 13,3 milhões da Ande) e US$ 41,5 milhões como contrapartida inelegível (Ande).
Em 6 de outubro de 2013 foi energizado o Sistema de Transmissão em 500 kV e entregue à Ande para início dos ensaios de confiabilidade.
Em 29 de outubro de 2013 foi inaugurado o Sistema de Transmissão em 500 kV do Paraguai pelos presidentes da República do Paraguai e da República Federativa do Brasil.
Em 6 de janeiro de 2014 iniciou a operação assistida do Sistema de Transmissão a cargo da Ande (fim da operação assistida: 6 de janeiro de 2015).
Em 10 de fevereiro de 2017 foi aprovada a Prestação de Contas Final do Projeto pela UTF (Unidade Técnica do Focem).
Em 12 de julho 2017 foi aprovado o Relatório da UTF sobre o a Auditoria Externa Final do Projeto pelo Conselho de Representantes Permanentes do Mercosul.
