Até dezembro deste ano, o trecho Santa Maria do Corredor da Biodiversidade, entre o reservatório de Itaipu e o Parque Nacional do Iguaçu, estará concluído, anunciou ontem (segunda-feira, 18) o diretor-geral brasileiro de Itaipu, Jorge Samek, em palestra no Congresso Brasileiro de Unidades de Conservação, que está sendo realizado em Foz do Iguaçu.

O trecho Santa Maria é o primeiro passo para interligar grandes áreas de mata protegida no Brasil, Paraguai e Argentina - o Parque Estadual do Morro do Diabo, no extremo oeste de São Paulo; o Parque Nacional de Iguaçu , entre o Paraná e Mato Grosso do Sul; as faixas verdes em torno do reservatório de Itaipu; o Parque Nacional do Iguaçu e o de Iguazú, na Argentina; e o Parque Estadual do Turvo, no Rio Grande do Sul.

Há dois motivos principais para essa interligação, como explicou Samek em sua palestra: o primeiro é garantir a perpetuação das espécies de fauna e de flora, que terão mais facilidade para encontrar parcerias para reprodução. E o segundo é que será possível um enriquecimento genético, reduzindo-se a consangüinidade e evitando-se o isolamento e, por conseqüência, a extinção de plantas e animais.

As áreas verdes no entorno do reservatório facilitam a criação do Corredor da Biodiversidade. Só a Faixa de Proteção do reservatório representa uma área de 65 mil hectares, com largura média de 210 metros e 2.900 km de comprimento. Ali foram plantadas 43 milhões de mudas, a maioria de espécies nativas. Além disso, Itaipu mantém 40.301 hectares de reservas e refúgios biológicos, no Brasil e no Paraguai.

O trecho Santa Maria do Corredor da Biodiversidade tem início na Faixa de Proteção, em área dos municípios de Santa Terezinha de Itaipu e São Miguel do Iguaçu. Dali, por 70 km de extensão, já está praticamente concluída uma faixa verde, de 70 metros de largura, que liga ao Parque Nacional do Iguaçu. O trecho leva o nome da Fazenda Santa Maria, onde há uma grande área preservada utilizada no projeto.

As obras no trecho verde - recuperação de matas ciliares, plantio de mudas, bem como o saneamento ambiental das propriedades que com ele fazem divisa - tiveram início em maio de 2003, com a construção de cercas de divisa e reflorestamento com essências nativas da região.

Jorge Samek disse que, em relação ao Corredor da Biodiversidade, segue-se o lema: “Pensar grande, começar pequeno e andar rápido”. E explicou: Pensar grande é imaginar a interligação de todos os parques, como está no projeto; começar pequeno é agir para interligar a faixa de proteção do reservatório de Itaipu ao Parque Nacional Iguaçu. E andar rápido se confirma pelo resultado: em pouco mais de quatro anos, o Trecho Santa Maria estará consolidado, com o fim do plantio em toda sua extensão. 

A criação do Trecho Santa Maria do Corredor da Biodiversidade é um trabalho em parceria entre Itaipu, o Ministério Público, a comunidade lindeira, as prefeituras de Santa Terezinha de Itaipu e de São Miguel do Iguaçu, da concessionária Rodovia das Cataratas S.A. e da Faculdade Anglo Americano.