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Meio Ambiente
Refúgio Biológico da Itaipu comemora reprodução de jacutingas
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03/11/2022

O Refúgio Biológico Bela Vista (RBV), mantido pela Itaipu Binacional, em Foz do Iguaçu (PR), comemora mais uma vitória no trabalho de reprodução de aves ameaçadas de extinção. Uma década depois da chegada das primeiras jacutingas ao local, a equipe divulgou agora o nascimento dos primeiros filhotes da espécie, que é endêmica da Mata Atlântica e já foi dizimada em várias regiões do país. 


Fotos: Rafa Kondlatsch.

Segundo a médica veterinária Aline Luiza Konell, uma das responsáveis pelo manejo das aves do Refúgio, a jacutinga é essencial para o ecossistema que habita, mas a espécie tem sido muito castigada. “Ela é uma importante dispersora de sementes de palmito juçara e acaba sofrendo com o desmatamento e a caça ilegal”, explica.

Por conta dessa redução populacional, atualmente existem programas de conservação que, juntamente a criadouros e zoológicos, conseguem realizar a soltura de indivíduos nascidos sob cuidados humanos. O objetivo dos profissionais do RBV é aumentar o número de pássaros para poder colaborar com projetos de repovoamento da espécie. Atualmente, com os novos filhotes, o local passou a contar com sete aves e já aguarda o nascimento de mais dois, que estão em processo de incubação na chocadeira.

E a boa notícia para esse objetivo é que uma das aves do Refúgio nasceu no ninho, junto aos pais, o que é ótimo do ponto de vista de soltura, porque aumenta as chances de a ave poder ser integrada à natureza. “Quando o filhote nasce ao lado dos pais ele vai imitar o comportamento deles, então aprenderá a se alimentar e desenvolver seus comportamentos naturais mais facilmente”, aponta Aline. Já filhotes incubados em chocadeira dependem de outras aves de idade próxima, como pintinhos, por exemplo, para ajudar nesse desenvolvimento e têm menos chances de serem soltos no futuro.

Para o diretor de Coordenação da Itaipu, Luiz Felipe Carbonell, esse cuidado com o meio ambiente é parte do modelo de negócio da empresa, que tem se dedicado bastante para cumprir com esse compromisso. “Nós cultivamos água. Já ultrapassamos a marca de 24 milhões de árvores plantadas, mas é preciso cuidar do todo e isso inclui espécies como as jacutingas, que naturalmente são responsáveis pela preservação das florestas”, destaca. 

Outras espécies

O Refúgio Bela Vista é uma referência internacional no cuidado com espécies em extinção. O mais conhecido é o trabalho com as harpias, que já contou com o nascimento de 56 filhotes no local. Destes, seis animais foram transferidos para outras instituições do Brasil e outros dois casais encaminhados para Alemanha e França, um casal para cada país.

E é importante destacar também o trabalho com o mutum-de-penacho. Com 65 nascimentos no RBV, já foi realizada a soltura de 10 indivíduos em parceria com instituições na Argentina. De acordo com a veterinária Aline Luiza Konell, o próximo passo agora é conseguir parceiros para a soltura destes animais no Brasil. “Para isso são necessários vários estudos prévios à liberação dos animais, bem como a aclimatação destes ao novo ambiente para que se acostumem a buscar alimento em vida livre e que haja um monitoramento pós-soltura.”