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Itaipu terá papel importante para o País enfrentar a escassez hídrica, afirma diretor-geral do ONS
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06/10/2017

A usina hidrelétrica de Itaipu vai exercer um papel importante na estratégia do Operador Nacional do Sistema (ONS) para enfrentar a escassez hídrica que afeta o Brasil neste segundo semestre. Por determinação do Operador Nacional do Sistema (ONS), a usina vai elevar a produção de energia agora em outubro.

A informação é do diretor-geral do ONS, Luiz Eduardo Barata, que esteve em Foz do Iguaçu (PR) nesta sexta-feira (6) para participar do painel de encerramento do 8º Seminário Nacional de Operadores de Sistemas e de Instalações Elétricas (Senop). O evento reuniu os maiores nomes e autoridades do setor elétrico do Brasil.

Luiz Eduardo Barata explica que, “ao aumentar o despacho de Itaipu, nós aumentamos a acumulação das usinas de cabeceira”, o que aumenta o equilíbrio na geração hidrelétrica. Se houver necessidade, ele diz que Itaipu poderá, inclusive, adotar medidas de deplecionamento de seu reservatório. Essa possibilidade, no entanto, ainda será analisada pelo Conselho de Administração de Itaipu, que reúne brasileiros e paraguaios.

Cota normal

Itaipu está operando, no momento, na cota de 218,8 metros acima do nível do mar. A medida de deplecionamento é adotada em situações emergenciais no setor elétrico, quando há escassez de água, depois de longos períodos sem ocorrência de chuvas.

O diretor-geral brasileiro de Itaipu, Luiz Fernando Leone Vianna, esclarece que o deplecionamento do reservatório será avaliado no final do mês pelo Conselho de Administração da empresa, por se tratar de uma decisão binacional. Segundo ele, os paraguaios estão conscientes da necessidade de maior utilização do reservatório, mas será feita uma análise criteriosa para que não haja nenhum problema para as comunidades do entorno, tanto no Brasil quanto no Paraguai.

Sistema Interligado

“Essa contribuição de Itaipu é extremamente importante porque poderemos ter um ganho de até 1% nos reservatórios do Sudeste”, diz o diretor-geral do ONS. Luiz Eduardo Barata explica que essa operação não é inédita – já foi feita em outras ocasiões, em situações hídricas semelhantes - e não terá impacto negativo nem para a usina nem para os municípios lindeiros ao Lago de Itaipu. “Vai ser uma excelente contribuição para o Sistema Interligado Nacional”, reforça.

Além de Itaipu, Barata disse que o ONS pretende utilizar parte da água da Hidrovia Tietê-Paraná na geração de energia – tomando o cuidado de não prejudicar a navegação – e ampliar a geração de termelétricas de baixo custo. “O foco é reduzir o custo de operação do sistema e aumentar a nossa segurança do setor elétrico.”

O diretor-geral do ONS garante que, apesar da falta de chuvas, o abastecimento de energia está assegurado no País. “Essa é a nossa convicção. O que temos chamado a atenção é que, em função da crise hídrica e da grande participação das hidrelétricas na matriz, a falta de chuvas faz com que o custo de operação aumente. E, aumentando o custo de operação, você tem impacto direto nas tarifas”.

Senop

A 8ª edição do Senop terminou nesta sexta-feira (6) com a apresentação de cinco artigos técnicos e a realização do painel “Atualização tecnológica com base para a inovação nos processos da operação em tempo real”, com a participação de representantes de Itaipu Binacional, ONS, Ministério de Minas e Energia e Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

José Jurhosa Junior, um dos diretores da Aneel, elogia a iniciativa e diz que o seminário é importante porque “visa fortemente os operadores, que, em última instância, são os que seguram no dia a dia o nosso sistema funcionando”. “São os operadores que dão o primeiro combate e mantêm de forma bastante estável o nosso sistema”, completa.

Para Luiz Eduardo Barata (que trabalhou na Itaipu de 1982 a 1992, na Operação e como superintendente de Engenharia), o seminário ganha relevância no momento atual. “Falamos em crise hídrica, mas o sistema elétrico enfrenta uma série de transformações que já são realidade no resto do mundo, como a intensificação das fontes renováveis e intermitentes, o uso de baterias e o aumento do poder de atuação do consumidor.”

“Isso torna a operação muito mais complexa e cada vez mais o papel do operador se torna relevante. É preciso que ele esteja capacitado e tenha instrumentos para reagir a essas mudanças todas que acontecem no tempo real”, completa.

Mais elogios

“Atingimos os objetivos e superamos todas as nossas metas: financeiras, técnicas e de satisfação dos participantes. Constato que, nesta 8ª edição do Senop, está configurada a integração entre a operação das instalações e dos sistemas”, avalia o coordenador técnico do seminário, Delfim Maduro Zaroni, do ONS.

Coordenador geral do seminário, o superintendente de Operação de Itaipu, Celso Torino, chamou a atenção para o fato de o evento promover encontros entre colegas (da operação de sistemas e de instalações) que muitas vezes só se conheciam por telefone.

“Eu acho que [o Senop] foi uma oportunidade que os operadores tiveram de se aproximar e de se tornarem mais parceiros. Porque quando você conhece o outro além do terreno exclusivamente técnico, começa também a criar uma relação de time, de parceria, de ajuda mútua. E um começa a cuidar do outro. Essa é uma situação que reflete positivamente no trabalho”, afirma Torino.

Na cerimônia de encerramento, os organizadores anunciaram que a próxima edição do Senop, em 2019, será em Florianópolis, organizada pela empresa Engie Brasil.