Líder mundial na geração de energia limpa e renovável

Meio Ambiente
Itaipu, PTI e Unila vão analisar a presença de micropoluentes na água e no solo da região
Tamanho da letra
04/07/2018

A Itaipu Binacional, em parceria com o Parque Tecnológico Itaipu (PTI) e a Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila), vai desenvolver um projeto inédito para analisar a influência de micropoluentes nos rios, no solo e na biodiversidade na área de fronteira entre o Brasil e o Paraguai. O convênio entre as três instituições foi assinado na última sexta-feira (29).


Reservatório e faixa de proteção ambiental: solo e água da região serão analisados.

Intitulado “Estudo da dinâmica de micropoluentes em diferentes matrizes ambientais na região transfronteiriça”, o trabalho terá como foco 12 rios da Bacia do Paraná 3 (BP3) e outros 12 localizados na bacia correspondente na margem paraguaia.

A iniciativa complementa outro projeto, “Micropoluentes em águas superficiais da BP3”, desenvolvido a partir de 2016 e que analisou a concentração dos agrotóxicos glifosato (utilizado no cultivo de soja) e atrazina (milho) em 21 rios da BP3, todos em áreas de forte atividade agrícola.

Além de expandir o trabalho para o país vizinho, a nova fase do projeto pretende estudar o solo, para identificar os tipos de pesticidas presentes, quantificar os de maior incidência e avaliar o poder de degradação dessas substâncias por micro-organismos.

Também serão coletadas amostras de água, peixes e diatomáceas (organismos aquáticos), para mensurar o impacto dos agrotóxicos nos rios. Todo o material será analisado no Laboratório Multiusuário Engenheira Enedina Alves Marques, inaugurado no final de 2016 no Edifício das Águas, no PTI.

O novo projeto terá como responsáveis técnicos a bióloga Simone Frederigi Benassi (da Itaipu), Fabio Plut Fernandes (PTI) e Gilcélia Aparecida Cordeiro (Unila). Os responsáveis administrativos são Fabricio Baron Mussi (Itaipu) e Nara Nami (PTI).


Assinatura do convênio, na última semana: solo e água da região serão analisados.

Simone Benassi disse que primeiro projeto já revelou dados importantes – como, por exemplo, que não havia grandes concentrações de pesticidas na água analisada, como era esperado. Foram encontradas concentrações abaixo dos limites estabelecidos pela resolução 357/2005 do Conselho Nacional do Meio Ambiente. “Conseguimos ter um primeiro panorama. Agora, nesta nova fase, vamos estudar mais a fundo a dinâmica desses poluentes”, indicou.

A bióloga acrescentou que o solo da região tem características específicas, que favorecem a degradação dos pesticidas por micro-organismos. Isso é positivo porque o fenômeno transforma o glifosato em fosfato, que não é tóxico.

Porém, essa transformação induz à eutrofização, que é a poluição da água. “Queremos saber por que isso acontece e como afeta a biodiversidade”, disse. “Somente conhecendo essa dinâmica poderemos agir para minimizar impactos e apoiar a elaboração de políticas públicas para o setor”, completou.

O prazo previsto para conclusão dos trabalhos é de quatro anos e meio. A expectativa é que a fase de coletas das amostras comece em janeiro de 2019.