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Especialistas debatem na Itaipu a relação entre setor elétrico e meio ambiente
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30/11/2017

Se a usina hidrelétrica de Itaipu é exemplo de como a geração de energia pode ser aliada do meio ambiente, ao promover um dos maiores e mais bem-sucedidos programas de reflorestamento da faixa de proteção do mundo, o projeto de Santa Isabel, no Rio Araguaia, entre Pará e Tocantins, mostra o contrário: a usina não saiu do papel por restrições ambientais e hoje a área, que deveria ter sido preservada, está degradada.

A observação foi feita nesta quinta-feira (30) pelo conselheiro de Itaipu e secretário executivo do Ministério de Minas e Energia (MME), Paulo Pedrosa, na abertura do seminário “O futuro da relação: meio ambiente e setor elétrico”. O evento, que ocorre até sexta-feira (1º), em Foz do Iguaçu (PR), é promovido pelo Fórum de Meio Ambiente do Setor Elétrico (Fmase), em parceria com a Itaipu, e reúne mais de 200 especialistas, representantes de comunidades indígenas e profissionais ligados à gestão ambiental e ao setor elétrico.

“Itaipu mostra que não há um conflito natural e necessário entre a produção de energia e o meio ambiente”, reforçou Pedrosa, que aponta Santa Isabel – projetada na década de 1990 – como uma espécie de “anti-Itaipu”. “Eu acho que nós temos que ter uma capacidade maior de comunicação, para mostrar à sociedade que, como no caso de Itaipu, a conciliação (entre meio ambiente e geração) é possível. Afinal, energia é muito importante para o desenvolvimento do Brasil.”

O diretor-geral brasileiro de Itaipu, Luiz Fernando Leone Vianna, destacou que, com maior diálogo e compreensão, é possível estabelecer novos padrões na relação entre o setor elétrico geração e o meio ambiente. Do contrário, o prejuízo para o País é certo. “Se tivéssemos harmonia, usinas como Santo Antônio, Jirau e Belo Monte não teriam sacrificado o seu reservatório, sacrificado a acumulação [de água], em prol do licenciamento”, exemplificou.

Vianna defendeu que a usina de Itaipu, de propriedade do Brasil e do Paraguai, mostra que esse diálogo é possível. “O Rio Paraná é um rio que não separa, mas que une os dois países. Nós só conseguimos ter hoje essa participação, abastecendo 17% da energia consumida no Brasil e 76% do Paraguai, porque temos harmonia, temos uma convivência pacífica.”

Para o presidente do Fórum de Associações do Setor Elétrico (Fase), Mario Menel da Cunha, é necessário que as discussões do setor tenham como base o tripé da sustentabilidade – levando em consideração o social, o econômico e o ambiental. “Não podemos nunca nos esquecer de que o ser humano é parte do meio ambiente e quer, cada vez mais, um maior nível de conforto”, disse, sobre a demanda crescente por energia elétrica. “O meu receio é que as discussões tenham críticas e radicalismos e não tenham proposições. Precisamos discutir racionalmente.”

Presidente do Fmase, Enio Marcus Brandão Fonseca lembrou que o objetivo do encontro é justamente promover um espaço de diálogo, para que questões regulatórias e ambientais sejam vistas de maneira mais ampla. A expectativa é que, ao final do evento, nesta sexta-feira, seja assinada uma Carta de Foz do Iguaçu, com sugestões para melhorar a relação entre produção de energia e o meio ambiente. "O setor vive um momento de mudança, que permite uma reflexão profunda”, disse. “E existe a clareza de que alguma coisa precisa ser ajustada."

A mesa de abertura do seminário contou ainda com a participação do diretor técnico de Itaipu, José Maria Sanchez Tilleria, que representou o diretor-geral paraguaio, James Spalding; do diretor de Coordenação executivo, Francisco Pedro Domaniczky; e do presidente da Associação Brasileira de Entidades Estaduais de Meio Ambiente (Abema), Luiz Tarcisio Mossato Pinto.

Após a abertura, foram promovidos três painéis: Matriz energética – oportunidades para o setor; Desafios do licenciamento ambiental; e Gestão social, desenvolvimento regional e tecnologia. À noite, no Mirante Central de Itaipu, está marcado o lançamento do livro O setor elétrico e o meio ambiente, de Adriana Coli e Pedro Dias.

O evento termina nesta sexta-feira com palestras sobre os programas ambientais de Itaipu, no Refúgio Biológico Bela Vista (RBV), e visitas às instalações da binacional.