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Meio Ambiente
Desafio de Bonn: para líderes ambientais, contribuição da Itaipu ao reflorestamento é exemplo mundial
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16/03/2018
As ações da Itaipu em cuidados com o meio ambiente e os recursos hídricos levaram o governo alemão e a União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN, na sigla em inglês) a escolherem Foz do Iguaçu para sediar a 3ª Reunião Internacional do Desafio de Bonn, maior iniciativa mundial de restauração de florestas. O evento reuniu representantes de mais de 40 países nesta sexta-feira (16), no Recanto Cataratas Thermas, Resort e Convention, com o apoio da binacional. 
 
Participaram da mesa de abertura a diretora-geral do Departamento de Natureza do Ministério do Meio Ambiente da Alemanha, Elsa Nickel; o vice-presidente da IUCN, Malik Amin Aslam Khan, o secretário de Biodiversidade do Ministério do Meio Ambiente do Brasil (MMA), José Pedro de Oliveira Costa; o embaixador alemão Georg Witschel; e o diretor de Coordenação da Itaipu, Newton Kaminski. 
 
O encontro acontece em meio à transição de governo na Alemanha e de uma mudança na pasta de Meio Ambiente. A representante do ministério alemão no evento aproveitou para assegurar que não haverá mudança nos objetivos. “A nova ministra, Svenja Schulze, já deixou claro que a preocupação com as metas do Desafio de Bonn permanece. E o que precisamos agora é de ação, de iniciativas de sucesso, como a que conhecemos no Brasil, com a Itaipu”, disse Elsa Nickel. 
 
Ao longo do evento, foram apresentados e debatidos exemplos concretos de implantação de políticas públicas de restauração florestal, em nível local, regional e nacional. “A Itaipu está no coração de diversas ações que merecem ser mostradas ao mundo, para servir de inspiração a empresas, governos e sociedade”, elogiou o secretário José Pedro de Oliveira Costa.
 
Corredor verde
 
Uma das iniciativas mais lembradas foi a do Corredor de Biodiversidade Santa Maria, em especial por se tratar de um caso de sucesso para o programa de corredores ecológicos que está sendo implementado pelo governo brasileiro. “É um corredor que une três países e recupera uma das matas mais ameaçadas do mundo [atlântica]”, comentou Everton Lucero, secretário de Mudança do Clima e Florestas do MMA. 
 
O Corredor de Biodiversidade busca interligar áreas naturais governamentais e privadas que acabaram isoladas com a destruição das florestas originais na região da fronteira comum a Brasil, Paraguai e Argentina.
 
O primeiro passo para a sua implantação foi reconstituir a ligação verde entre a faixa de proteção do reservatório da Itaipu e o Parque Nacional do Iguaçu, nos municípios de Santa Terezinha de Itaipu e São Miguel do Iguaçu, Oeste do Paraná. Esta conexão leva o nome de uma das fazendas pelas quais passa o projeto, Santa Maria. A participação de proprietários rurais é fundamental para o sucesso do projeto.
 
Os participantes do encontro vão a campo conhecer as iniciativas da Itaipu neste sábado (17), em uma visita ao Corredor de Biodiversidade Santa Maria, em Santa Terezinha de Itaipu, encerrando a agenda oficial do 3ª Reunião Internacional do Desafio de Bonn. 
 
Histórico
 
Representando os diretores brasileiro e paraguaio da Itaipu, Newton Kaminski agradeceu pela presença de todos e reforçou que a missão de Itaipu vai muito além de gerar energia. “Desde o começo da construção, na década de 1970, os dois países se preocupam com a conservação do recurso hídrico, com o território e a comunidade do entorno”, afirmou. “Nossa região pode dar uma contribuição ao Desafio de Bonn, e é isso que desejamos.”
 
A binacional mantém mais de 100 mil hectares de florestas em torno de seu reservatório, no Brasil e no Paraguai, e tem uma contribuição significativa para a recuperação da Mata Atlântica no Estado do Paraná.
 
Desafio
 
O Desafio de Bonn é um esforço global que tem como objetivo restaurar 150 milhões de hectares no mundo inteiro até 2020 e 350 milhões de hectares até 2030. O desafio foi lançado em 2011 pelo governo da Alemanha e pela IUCN. Até agora, mais de 40 países aderiram ao desafio e se comprometeram a restaurar 160,2 milhões de hectares em todo o mundo.
 
Para o Desafio de Bonn são contabilizadas as ações desde 2005. Nesse período, por meio do programa Cultivando Água Boa, a Itaipu plantou mais de 870 mil mudas em quase 500 hectares, além da formação do Corredor de Biodiversidade Santa Maria, que conecta o Parque Nacional do Iguaçu à faixa de proteção do reservatório. 
 
Compromisso brasileiro
 
Em dezembro de 2016, o ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho, anunciou a contribuição voluntária brasileira ao Desafio de Bonn: até 2030, o país irá restaurar, reflorestar e promover a regeneração natural de 12 milhões de hectares de áreas florestais. Além disso, serão implementados cinco milhões de hectares de sistemas agrícolas que combinem agricultura, pecuária e floresta e serão recuperados cinco milhões de hectares de pastagens degradadas.
 
Para alcançar essas metas, o Brasil estabeleceu uma Política Nacional de Recuperação de Vegetação Nativa (Proveg), que será implementada pelo Plano Nacional de Recuperação de Vegetação Nativa (Planaveg).