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Meio Ambiente
Brasil investe R$ 18 milhões para a formação de 86 mil educadores ambientais
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31/08/2006

O Ministério da Educação (MEC), em parceria com núcleos estaduais de educação e outras instituições, investiu R$ 18 milhões na formação de 86 mil educadores ambientais nos últimos dois anos e meio. Além da preparação de formadores, em Brasília, em 2004, o programa contou com etapas em todos os estados e foi reforçado nos municípios do Pantanal e nas regiões banhadas pelo Rio São Francisco. “O grande desafio da Educação Ambiental hoje, no país, é se estabelecer como política pública, inserida nas diretrizes curriculares de todas as escolas”, afirma Rachel Trajber, do órgão gestor da Política Nacional de Educação Ambiental, composto por especialistas do MEC e do Ministério do Meio Ambiente (MMA). “Nós atingimos muita gente. Mas as pessoas precisam de mais tempo para decantar as informações para que isso se reflita em mudanças de atitude no cotidiano.”

 

Como representante do órgão, ela está participando do I Encontro de Especialistas em Educação Ambiental, que acontece até amanhã (31), no Hotel Rafain Palace, em Foz do Iguaçu (PR). O principal objetivo do evento é definir os contornos do Centro de Saberes Ambientais da Bacia do Prata. O nome ainda está em discussão, mas já é certo que o centro será baseado no Parque Tecnológico de Itaipu. A Binacional, juntamente com o MEC, o MMA e a Coordenação de Educação Ambiental do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), está promovendo o encontro.

 

Rachel explica que o centro terá como objetivo a aglutinação de saberes regionais sobre o meio ambiente no contexto da Bacia do Prata. “Apesar de ser um centro regional, nada impede que essas informações sejam universalizadas. Esse é, por sinal, o objetivo do MEC. É importante que esses saberes sobre bacias hidrográficas cheguem as escolas como forma de democratizar o conhecimento ambiental”, garante Rachel.

 

Além de apoiar iniciativas de Educação Ambiental, com cursos presenciais e a distância, o centro fornecerá subsídios para ações ambientais. Por isso, as discussões nesse encontro são divididas em três eixos: formatação do centro, educação ambiental e ações ambientais. A criação do centro tem o apoio do Comitê Intergovernamental Coordenador dos Países da Bacia do Prata (CIC), que tem como objetivo homogeneizar iniciativas dos diversos países da região. Para o presidente do CIC, Hélio de Macedo Soares, as ações de Itaipu no campo ambiental podem ser replicadas nos demais países do Prata com facilidade. “A água tem de ser fator de união dos países do Prata”, afirma.

 

O Encontro de Especialistas em Educação Ambiental dá continuidade ao Fórum Internacional “Diálogos da Bacia do Prata”, realizado em novembro de 2005, e reúne representantes do Brasil, Bolívia, Paraguai, Uruguai e Argentina. O diretor de Coordenação de Itaipu, Nelton Friedrich, lembra da importância da temática do evento diante da degradação dos ecossistemas, destruição da Camada de Ozônio, extinção massiva de espécies e aquecimento global, que, na opinião dele, não são sintomas de uma mera crise ambiental. “Temos de entender que o que ameaça o planeta é o comportamento do homem”, diz. 

 

Além da criação do Centro de Saberes Ambientais, espera-se do evento a finalização de um documento que servirá de base para um programa de educação ambiental em toda a região da Bacia do Prata.