Buscar neste site:
O turismo em Foz do Iguaçu (PR), na fronteira do Brasil com a Argentina e o Paraguai, é sempre associado às Cataratas do Iguaçu, uma das Sete Novas Maravilhas da Natureza, e à usina hidrelétrica de Itaipu, a gigante de aço, ferro e concreto que abastece 15% de toda a energia consumida no País.
Mas a região tem muito mais a oferecer, especialmente ao turista que procura um contato mais próximo com o meio ambiente e os animais.
Uma ótima opção é conhecer o Refúgio Biológico Bela Visita (RBV), unidade de conservação mantida por Itaipu e que reúne parte expressiva da rica biodiversidade da região.
Do recinto das onças, que reproduz o habitat natural do felino, passando pelo viveiro das harpias, o único no mundo com cinco animais dividindo o mesmo espaço, o atrativo começou a ser descoberto por gente de todos os cantos do planeta. No ano passado, mais de 17 mil turistas visitaram o local.
Durante o passeio, o turista recebe informações detalhadas sobre a fauna e a flora regional e conhece ações desenvolvidas por técnicos da unidade, como a reprodução em cativeiro de espécies ameaçadas de extinção. Tudo acompanhado por guias especializados.
O tour começa no Centro de Recepção de Visitantes (CRV) de Itaipu, ao lado da barreira de controle da usina. De lá, parte a carretinha que levará o turista por uma trilha de 10 quilômetros, contornando o Canal da Piracema, o maior e mais complexo sistema de transposição de peixes do mundo.
Chegando ao refúgio, os visitantes assistem a um vídeo institucional, recebem orientações sobre o passeio e seguem pela trilha dos animais, no Zoológico Roberto Ribas Lange, uma caminhada de aproximadamente dois quilômetros.
No caminho, é possível avistar animais ameaçados de extinção, como o mutum-de-penacho, além de jacarés, cobras, jaguatirica, duas espécies de cervídeos (o cervo-do-pantanal e veado-bororó), o tamanduá-bandeira, furões, macacos, papagaios, araras e corujas.
Recentemente, também faz sucesso entre os turistas um filhote de anta que nasceu no Criadouro de Animais Silvestres da Itaipu Binacional (Casib), dentro do programa de reprodução. Nos primeiros meses, a pelagem rajada do filhote lembra a casca de uma melancia.
A caminhada passa pelo espaço das harpias, que é uma das três maiores e mais fortes aves de rapina do planeta, considerada em risco de extinção na América do Sul. O talão, como é chamada a unha da harpia, pode chegar a 9 centímetros, equivalente à unha de um urso pardo.
A última parada é o recinto das onças-pintadas, onde foi instalada uma grande tela de vidro para que o turista possa ficar ao lado do maior e mais belo felino da região. Impossível não tirar uma selfie com a fera.
O médico veterinário Wanderlei de Moraes, do RBV, explica que os animais são apresentados de forma didática, contemplando quatro grandes eixos: hábitos, cadeia alimentar, ambiente que ele necessita para sobreviver e – se for o caso – risco de extinção.
“São temas que mostram as necessidades básicas dos animais e os perigos que eles sofrem na natureza. Dentro do circuito, também discutimos a influência do homem ao promover a caça, o desmatamento e a poluição”, pontuou.
Moraes acrescenta que o espaço é formado por um conjunto de edificações sustentáveis, com telhados verdes, ocupação racional da área, integração com a paisagem natural e acomodação dos animais em recintos com área maior que a exigida pela legislação. “Alteramos o projeto para aproveitar as clareiras existentes”, exemplificou.
Guia turístico do refúgio há dois anos e meio, Rafael Soares da Silva Júnior conta que muita gente visita o atrativo apenas para ver as onças-pintadas e, durante o passeio, se surpreende com a diversidade da fauna e da flora regional e com os projetos ambientais desenvolvidos por Itaipu.
“Chama a atenção principalmente a forma como os animais são tratados, com recintos preparados, muitas árvores, a boa alimentação, tudo para deixá-los menos estressados. A gente fala tudo isso no passeio, o que acaba sendo um diferencial gigantesco em comparação com um zoológico tradicional”, disse.
Visitantes de Foz, SP e Texas
O passeio ao Refúgio Biológico de Itaipu atrai turistas de perto e de longe – como a norte-americana Lauren Bencini, de Austin, Texas, que visitou o espaço no último dia 14. “Deslumbrante, muito legal, especialmente para as crianças. Vou recomendar para os meus amigos”, disse a turista, que aproveitou as férias no Brasil para explorar os atrativos da região.
Também de férias em Foz, Omar Brandão (marido), Dilma Celis (mulher) e Laura (filha), de São Paulo, decidiram conhecer o refúgio após uma visita à usina de Itaipu. A família ficou encantada com o que viu.
“Em relação à Itaipu, impressionou a grandiosidade da obra, de tudo o que foi construído, do cuidado, tudo muito bem feito e qualificado. Em relação ao refúgio, gostei muito da forma como os animais são tratados, de como são resgatados da natureza, quando estão doentes, e o cuidado com a alimentação e o bem-estar”, elogiou Omar.
Emely Belmonte não precisou viajar para aproveitar o espaço. Moradora de Foz do Iguaçu, ela gostou tanto do passeio que retornou para apresentá-lo ao irmãozinho, João Victor, e à amiga Jéssica Carolina Batista. “Eu gosto muito da natureza, dos animais, mas não sabia que existia um espaço desses na cidade. Só conhecia o bosque (no centro de Foz do Iguaçu)”, apontou Jéssica.
“Foi uma ótima surpresa, acho que os moradores de Foz deviam conhecer mais as atrações da cidade”, completou a visitante.
Um pouco de história
O Refúgio Biológico Bela Vista foi criado há 31 anos, pela Itaipu Binacional, e abriga uma área de proteção ambiental de 1.920 hectares. O espaço reúne, entre outras estruturas e projetos, o Zoológico Roberto Ribas Lange e o Criadouro de Animais Silvestres da Itaipu Binacional (Casib, para programas de reprodução, onde a visitação não é permitida).
O zoológico e o Casib mantêm atualmente 361 animais, entre mamíferos, aves, répteis e anfíbios, de 62 espécies. A infraestrutura conta com um dos melhores hospitais veterinários do País, atendendo a animais de outros zoológicos ou vítimas do tráfico. Sempre que possível, eles são reintegrados à natureza.
Como visitar
A visitação ao Refúgio Biológico Bela Vista é feita de terça-feira a domingo em quatro horários: 8h30, 10h, 14h30 e 15h30. A duração do passeio é de aproximadamente duas horas e meia. Moradores de Foz e municípios lindeiros e empregados de Itaipu (mediante a apresentação do crachá) não pagam.
Mais informações e reservas no site do Complexo Turístico Itaipu (www.turismoitaipu.com.br [1]) ou pelos telefones 0800 645 4645 e +55 45 3529-2892.
Links:
[1] http://www.turismoitaipu.com.br