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Mexilhão dourado
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O mexilhão dourado é um molusco de água doce de pequeno porte (de três a quatro cm) originário do sudeste asiático que chegou acidentalmente ao continente sul-americano em meados da década de 1990. Trazido pelas águas utilizadas como lastro em navios cargueiros, após ocupação inicial da bacia do Rio da Prata, o mexilhão se dispersou em sentido ascendente pelas bacias dos rios Paraguai e Paraná, chegando à Itaipu em 2001.
 

Foto: Arquivo Itaipu.
 
Devido suas características séssil (que se fixa a estruturas rígidas) e gregária (que forma macroaglomerados de indivíduos), e pela grande capacidade de proliferação, o mexilhão dourado se destaca com espécie invasora pelo potencial de ocasionar obstrução de tubulações e equipamentos em instalações hidrelétricas e de abastecimento.
 
Em Itaipu logo após a detecção e início da dispersão da espécie ao longo do reservatório, os pontos suscetíveis a possíveis impactos à geração de energia foram mapeados, com início do monitoramento sistemático da espécie nos ambientes considerados vulneráveis. Nos anos seguintes, foram realizados diversos testes em escala experimental de medidas de controle (químicas e físicas) da espécie, tendo por objetivo avaliar a eficiência e a viabilidade de implantação na Central Hidrelétrica em situações emergenciais.
 
Concomitantes aos testes, foram feitas adaptações em filtros e tubulações dos sistemas de resfriamento das Unidades Geradoras com objetivo de reduzir as incrustações do molusco e obstrução dos equipamentos por organismos mortos. Onde possível e necessário houve aumento da vazão dos trocadores de calor, buscando velocidades próximas a 1,8 metro por segundo, capazes de inibir o desenvolvimento do mexilhão e não ocasionar desgastes dos equipamentos.
 
Desde o surgimento da espécie até os dias atuais em função de características hidráulicas próprias da Central Hidrelétrica de Itaipu não foi necessária a aplicação de nenhuma das medidas experimentais avaliadas, sendo as adaptações citadas em conjunto com limpezas mecânicas periódicas dos sistemas ações suficientes para que a espécie não ocasione o comprometimento da geração de energia.
 
O monitoramento do mexilhão nos últimos 17 anos, realizado na água bruta captada para os sistemas de resfriamento e câmaras das comportas de serviço, evidenciou uma estabilização populacional, com diminuição da abundância dos indivíduos após os primeiros anos de infestação, além de marcada influência da temperatura atuando como fator limitante à reprodução da espécie em períodos de inverno.
 
"Técnicos fazem o monitoramento de larvas e adultos em pontos das turbinas"
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