Engajamento de stakeholders
[G4-25; G4-27]

A Itaipu interage direta e indiretamente com vários públicos de interesse e de maneira diferenciada, conforme o nível de relacionamento e necessidades específicas de cada grupo de stakeholders. Não há um processo formal estabelecido para realizar o engajamento, embora a empresa adote práticas específicas conforme a atividade e/ou ação.

As principais ferramentas de comunicação da Itaipu com seus públicos de interesse são a Ouvidoria e o Fale Conosco, o site institucional e redes sociais (Twitter, Facebook), além de assessoria de imprensa e instrumentos de comunicação interna como o Jornal Itaipu Eletrônico (JIE) e Jornal Itaipu Mural (JIM).

O principal objetivo é obter conhecimento das demandas e realidade dos diversos parceiros (tais como sociedade civil, comunidades locais, fornecedores, empregados, setor elétrico) para orientar a estratégia de gestão corporativa, bem como regular o acompanhamento de instrumentos contratuais.

No exercício de 2015, o resultado desse processo pode ser exemplificado pelo fortalecimento e legitimação das relações da empresa com seu grupo de fornecedores, via [+] Programa Compras Sustentáveis e Programa Desenvolvimento de Fornecedores. Esta conquista também se reflete nas relações da Itaipu com a comunidade regional, por meio de programas, ações e projetos desenvolvidos.

O [+] Programa de Voluntariado Empresarial da Itaipu – Força Voluntária é outro caso. Todas as atividades passam por processos de engajamento com a comunidade, por meio de organizações da sociedade civil e instituições públicas. Um exemplo foi a realização de capacitação presencial gratuita para gestores de 30 instituições sociais de Foz do Iguaçu como forma de fortalecer e profissionalizar a atuação do Terceiro Setor. Levantamento realizado anteriormente junto às entidades identificou as principais demandas, que foram abordadas nos treinamentos ocorridos ao longo do ano, com carga horária superior a 300 horas. Entre elas, estão: gestão financeira, aspectos jurídicos, captação de recursos, elaboração de projetos e gestão de voluntários.

No âmbito interno, o Sistema de Gestão da Sustentabilidade (SGS) é a ferramenta de comunicação que possibilita a consolidação binacional dos valores de sustentabilidade da Itaipu, bem como a formação e disseminação dessa cultura. Eventualmente são realizadas as palestras “Diálogos Sustentáveis”, nas quais empregados e convidados externos discorrem sobre aspectos ambientais, sociais e econômicos de todas as ações empresariais e no relacionamento com stakeholders.

Gestão participativa

A Itaipu, por meio do [+] programa Cultivando Água Boa, executa ações na região da Bacia do Paraná 3 (BP3) de forma voluntária, sendo que todas as suas fases (planejamento, execução, monitoramento e avaliação) ocorrem de forma participativa, e possuem caráter contínuo. A gestão junto aos atores políticos, econômicos e sociais envolve a articulação e corresponsabilização, o que gera o comprometimento necessário à sustentabilidade da iniciativa, possibilitando desta forma a construção coletiva. Assim, o compromisso com a execução das ações, o envolvimento, o comprometimento e a efetiva participação são fortalecidas, pois possuem relação direta com a atuação do indivíduo nas discussões, nas decisões e nas práticas.

São 38 comitês gestores, sendo 29 comitês gestores municipais instituídos legalmente e 9 comitês gestores de programas, todos compostos por órgãos governamentais, lideranças comunitárias, empresas, universidades e representantes da binacional, somando mais de 2.100 organizações parceiras.

Nos Encontros Cultivando Água Boa, celebrações anuais do programa caracterizados por serem momentos de socialização, formação e partilha entre os diversos atores sociais, lideranças locais, parceiros, gestores públicos, estudantes, convidados e interessados, acontece a avaliação do programa, ocorrendo também a definição dos novos passos. A preparação desses grandes eventos é feita com “pré-encontros” realizados nos 29 municípios onde acontecem as oficinas temáticas, nas quais os parceiros e participantes do programa avaliam as ações executadas durante o ano, as dificuldades e os avanços, e planejam as ações a serem executadas no futuro.

O programa também disponibiliza um canal “Fale Conosco” [+] no site, que recebe demandas externas e questionamentos.

Etapas de engajamento do Programa Cultivando Água Boa

Os projetos de adequação ambiental são realizados em cada microbacia, com base em diagnóstico técnico detalhado:

  1. Sensibilização: realização de encontros da equipe da Itaipu com autoridades, lideranças e donos de propriedades em que existam rios, córregos e nascentes que precisam ser recuperados ou preservados.
  2. Oficinas do Futuro: com aplicação da metodologia do educador e filósofo Paulo Freire, visam reunir toda a comunidade para estabelecer um compromisso dos moradores da microbacia com o meio ambiente no qual e do qual vivem. Acontecem em três etapas: a) Muro das Lamentações, que consiste na identifi- cação das condutas causadoras dos danos ao meio ambiente e dos problemas que precisam ser resolvidos; b) Árvore da Esperança, em que são levantadas as aspirações da comunidade; e c) Caminho Adiante, etapa em que a comunidade define as ações corretivas para os problemas identificados e compromete-se a assumir nova conduta, alicerçada na ética do cuidado. Já foram realizadas 250 Oficinas, envolvendo 40 mil pessoas.
  3. Pacto das Águas: Momento de celebração pelo cuidado com as águas, onde a comunidade simbolicamente assina a “Carta do Pacto das Águas”, documento gerado a partir das Oficinas do Futuro, no qual a comunidade revela seus problemas, seus sonhos e os passos a serem dados a partir daquele momento para garantir a sua sustentabilidade da Agenda 21 do Pedaço. No total, foram firmados 59 pactos.