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Responsabilidade Social
Venda de reciclagem mantém área administrativa de cooperativa
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25/05/2016

A venda de material reciclado, recolhido durante um ano em Itaipu, gerou uma renda de mais de R$ 31 mil à Cooperativa de Agentes Ambientais de Foz do Iguaçu (Coaafi).

De abril de 2015 a abril deste ano, a binacional recolheu quase 130 mil quilos de papel, plástico, isopor e alumínio – itens que puderam ser revertidos em recurso financeiro para a Coaafi. O dinheiro é usado para manter a administração da cooperativa, na qual estão afiliados 78 catadores, de oito barracões em toda a cidade.

“Se não tivesse esta ajuda, este custo teria que ser arcado pelos próprios catadores”, explica a presidente da Coaafi, Cleusa Cordeiro, catadora há quase 20 anos no bairro Porto Meira. Segundo ela, o valor gerado com a venda dos resíduos e entregue a cada dois meses pela Itaipu paga internet, telefone, material de escritório, serviço de limpeza e o salário de um funcionário que responde por toda a burocracia da cooperativa.

Itaipu tem uma Comissão Permanente de Alienação de Resíduos, que acompanha o quanto é gerado na empresa e qual é o encaminhamento ideal dos resíduos.

Para a verba chegar à Coaafi, há um ciclo de atividades na binacional. Da separação diária nos escritórios, passando pela infraestrutura de lixeiras e o serviço de recolhimento do material. A separação é feita na Central de Triagem, e o armazenamento e pesagem, no Almoxarifado. Também envolve as áreas jurídica, que controla a doação, a educação ambiental, com o processo de convencimento das pessoas, e o Programa Coleta Solidária, responsável pelo contato com as cooperativas e catadores.

Trabalho em cooperativa

No mesmo escritório mantido por Itaipu trabalham outros quatro funcionários do Projeto Resgatando a Esperança, da Secretaria Nacional de Economia Solidária do Ministério do Trabalho e Previdência Social (Senaes/MTPS). O projeto, criado em 2011 e com atuação nos municípios da BP3, tem o objetivo de profissionalizar a coleta seletiva nas cidades e capacitar os catadores com noções de leis, higiene básica e segurança do trabalho, entre outras.

“A principal dificuldade das cooperativas é fazer a sua gestão”, explica Mirian Hernandes, uma das funcionárias do projeto. “A população não conhece este trabalho, não entende o que fazem os catadores, que eles trabalham de forma independente da prefeitura”. Para Mirian, é cada vez mais importante esta relação entre catadores e a população.

“Os catadores precisam se sentir integrados à comunidade”, colabora Felipe Salatino, também do projeto. “Até pouco tempo atrás, eles nem se reconheciam como catadores”. Segundo Felipe, o trabalho em cooperativa dá garantia de que os direitos mínimos do catador estão sendo respeitados, como uma renda mensal e a segurança no trabalho. A atividade será feita com dignidade e o catador passará a ser integrado à sociedade.