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Tecnologia
Tecnologia da Itaipu vai beneficiar comunidade isolada da Amazônia
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05/09/2014

A Itaipu Binacional e o Exército Brasileiro vão instalar, no Pelotão Especial de Fronteira (PEF) de Tiriós, no Estado do Pará, uma versão industrial do Sistema Inteligente de Armazenamento de Energia (IESS, na sigla em inglês), desenvolvido dentro do Programa Veículo Elétrico (VE).
    

Comitiva do Exército em visita à Itaipu.

O objetivo é melhorar a disponibilidade de energia elétrica para a comunidade daquela região, utilizando os raios solares, uma fonte limpa e renovável. No futuro, a mesma solução poderá ser replicada em outros pontos isolados da extensa área de fronteira do País e que também não são atendidos pelo sistema interligado nacional (SIN).

O assunto foi discutido nesta quarta-feira (3), em Foz do Iguaçu, pelo diretor-geral brasileiro da Itaipu, Jorge Samek, e o chefe do Estado-Maior do Exército, general Adhemar da Costa Machado Filho. A expectativa é que até o primeiro semestre de 2015 o sistema já esteja em funcionamento na Amazônia Legal.
   
Também participaram da reunião o chefe da Assessoria de Informações da Itaipu, Carlos Roberto Sucha, o comandante de Operações Terrestres (Coter), general Eduardo Dias da Costa Villas Bôas, e o comandante militar do Sul, general Antônio Hamilton Martins Mourão – entre outras autoridades militares.
   
A iniciativa é resultado do memorando de entendimento assinado entre Itaipu e Exército no mês de março deste ano, prevendo intercâmbio em diversas áreas de interesse.

Além de Tiriós, uma versão menor do IESS será instalada no Quartel General do Exército, em Brasília (DF). Na sequência, outro equipamento similar deverá beneficiar o PEF de Porto Índio, no Mato Grosso do Sul, onde será instalado, também, equipamento do Sistema de Monitoramento de Fronteira (Sisfron).

“Não existe desenvolvimento sem energia elétrica. Por isso, com esse projeto, a Itaipu se propõe a levar segurança energética, e em consequência, melhorar a qualidade de vida de populações que vivem nas áreas mais isoladas do País”, afirmou o chefe-adjunto da Assessoria de Informações da Itaipu, coronel Francisco Ronald Rocha Fernandes.

Ronald trabalhou durante oito anos na região amazônica e conhece bem a realidade – e as dificuldades – da população daquele local. Segundo ele, normalmente, aos destacamentos do Exército estão atreladas pequenas comunidades, inclusive indígenas, que, além de receber do Exército o apoio médico e odontológico, são abastecidas com energia elétrica produzida por meio de grupos geradores.

Em Tiriós, por exemplo, próximo da fronteira com o Suriname, vivem cerca de 2 mil pessoas, que dependem de geradores a diesel para ter energia. O combustível chega ao local em aviões cargueiros da Força Aérea. Além de ser mais cara e suja, a energia precisa ser racionada e só fica disponível por algumas horas do dia.

O que é o IESS

A solução do IESS alia uma fonte limpa, gratuita e abundante no Norte do País (a energia solar) a um sofisticado sistema de armazenamento, com baterias de sódio 100% recicláveis. O equipamento foi dimensionado por técnicos da binacional e produzido na fábrica de baterias FIAMM, na cidade de Almisano di Lonigo, na Itália.


Técnicos de Itaipu acompanharam o comissionamento do sistema na fábrica da FIAMM, na Itália.

O coordenador brasileiro do Programa VE, Celso Novais, explica que o sistema será abastecido por painéis solares e terá capacidade de 1,2 MWh, 12 vezes superior ao laboratório do IESS instalado atualmente na Itaipu e que serviu de modelo para o novo projeto.
     
“O equipamento foi montado dentro de um contêiner e funciona como uma caixa d’água: você abastece na hora que tem energia sobrando, com vento ou sol, e depois controla a saída. Assim, conseguiremos deixar os moradores com energia por 24 horas por dia, praticamente sem ter que usar diesel, ou usando o mínimo possível”, disse Novais.

Outra vantagem será abrir o mercado para a bateria de sódio, foco de outra pesquisa do Programa VE, feita pela Fundação Parque Tecnológico Itaipu (FPTI) no Brasil e na Suíça. “O sistema no Pará será uma unidade de demonstração”, adiantou o engenheiro.