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Meio Ambiente
Sociedade civil participa de prévia da COP-20 em Foz do Iguaçu
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01/08/2014

Representantes da sociedade civil de todo o País, como lideranças de movimentos sociais, catadores, indígenas, quilombolas, entre outros, estão reunidos com o Ministério das Relações Exteriores nesta sexta-feira (1º), em Foz do Iguaçu, para apresentar demandas e sugestões em relação à posição brasileira nas negociações internacionais em torno das mudanças climáticas.
 

O embaixador (ao centro) conheceu o programa Cultivando Água Boa. Foto: Adenésio Zanella.
    
O encontro em Foz é uma prévia da COP-20, que será realizada em dezembro, em Lima (Peru), e é vista com grande expectativa porque deverá resultar em um esboço do próximo acordo global sobre o clima, que substituirá o protocolo de Kyoto e será definido na COP-21, em 2015, em Paris (França). O encontro também servirá para discutir o Fórum Latino Americano de Economia Social, que será realizado em outubro, em Porto Alegre (RS), e o próximo Fórum Social Mundial, em Manaus (AM).

O embaixador José Antônio Marcondes de Carvalho, sub-secretário geral de Meio Ambiente, Energia, Ciência e Tecnologia, que participa, pelo Brasil, das negociações em torno das mudanças climáticas e lidera o encontro em Foz, aproveitou para conhecer de perto as ações do Programa Cultivando Água Boa, da Itaipu e de mais de 2 mil parceiros, e que constitui um conjunto de estratégias locais para o enfrentamento das mudanças climáticas.

“Hoje existem iniciativas muito boas em diversos países, a exemplo do que temos aqui com o Cultivando Água Boa, e que precisam ser mais conhecidas. É importante que haja um intercâmbio dessas iniciativas, que têm foco em vários aspectos ligados ao tema das mudanças climáticas”, afirmou Carvalho.
    
O embaixador traçou um panorama das negociações sobre mudanças climáticas no âmbito da ONU. Segundo ele, são negociações bastante complexas, principalmente porque tudo passa pela energia.
    
“Os países desenvolvidos conseguiram atingir esse patamar porque fizeram a revolução industrial, queimaram e continuam queimando carvão. Nós, por outro lado, temos a obrigação de nos desenvolvermos também. Então, a questão se resume a como limitar as emissões e as partículas que se acumulam na atmosfera, sem que os países em desenvolvimento cometam os mesmos erros dos países desenvolvidos”, explicou.
   
Ainda segundo Carvalho, o teor do próximo documento global sobre mudanças climáticas deverá ter um enfoque diferente do Protocolo de Kyoto. Enquanto este falava em evitar o aquecimento global, o próximo será na linha da adaptação às mudanças, procurando trabalhar em um cenário de aumento de 1,5 a 2 graus Celsius na temperatura do planeta.
    
“Embora o agricultor do Oeste do Paraná contribua muito pouco com o aquecimento global, a mudança impacta sobre ele também, por conta da disponibilidade de água, o regime de chuvas, as temperaturas ao longo das safras. Daí a importância de obter as contribuições de todos os segmentos da sociedade, para que possamos chegar a uma posição unificada do Brasil na próxima COP”, acrescentou Carvalho.
    
O encontro em Foz conta ainda com a participação de representantes da organização da COP-20 que vieram explicar como se dará a programação da sociedade civil durante o evento em Lima. “Viemos para ouvir as propostas do Brasil e conhecer as expectativas para a COP. E, como país-anfitrião, dar todas as informações necessárias”, afirmou Lucía Sato Westphalen, do Ministério do Ambiente do Peru.