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Meio Ambiente
Seminário discute idéias e práticas
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03/03/2008

Com o objetivo de promover a preservação e o desenvolvimento de uma das maiores bacias hidrográficas do planeta, representantes do Brasil, Paraguai, Argentina, Bolívia e Uruguai abriram na manhã de hoje o Seminário Diálogos Sobre Economia Ecológica e Ecologia Política, no Auditório César Lattes, no Parque Tecnológico Itaipu (PTI).

 

Alexandre Marchetti
O evento, que lotou o auditório hoje e terá a duração de cinco dias, é realizado pelo Centro de Saberes e Cuidados Socioambientais da Bacia do Prata. Mais do que estimular debates, o encontro tem um sentido prático.

 

Diretores da Itaipu, membros de organizações de proteção ao meio ambiente e do meio acadêmico acreditam que o Seminário pode transformar sonhos em realidade.

 

Para não ficar só no discurso, exemplos de que idéias surgidas em eventos como esse podem render ações bem sucedidas foram lembrados. São aspirações que, aos poucos, ganham credibilidade e respeito. Já que a diminuição do uso do automóvel é praticamente uma utopia, o carro elétrico desenvolvido pela Itaipu é uma alternativa para atenuar a emissão de gases poluentes.

 

Alexandre Marchetti
E se parece apenas um desejo tornar a Bacia do Prata – que tem como rios principais o Paraná, o Paraguai e o Uruguai – um exemplo de qualidade hidrográfica em escala continental, o Programa Cultivando Água Boa mostra ser possível integrar diversos setores da sociedade em favor do progresso sustentável.

 

De acordo com Nelton Friedrich, diretor de Coordenação e Meio Ambiente da Itaipu, as práticas bem sucedidas se apresentam no Seminário como soluções replicáveis. "E o que é mais importante, aparecem como algo concreto, que já foi feito e bem sucedido. Assim, uma boa iniciativa puxa a outra, pois ela tem efeito multiplicador em encontros como esse", explica.

 

Para o diretor-geral brasileiro, Jorge Samek, este é círculo virtuoso. "Essas ações atuam como onda, como quando você joga uma pedrinha na lagoa. Começa sempre assim, com uma idéia que é discutida e depois adotada e, se der certo, multiplicada. Quem sabe os exemplos do Cultivando Água Boa não culminam em toda a Bacia do Prata?", ressalta Samek. "Podemos também repetir no Centro de Saberes o que foi feito no planejamento do PTI, que começou de forma humilde, mas teve pensamentos grandiosos e evoluiu com muita rapidez", complementa o DGB.

 

Segundo Jair Kotz, superintendente de Meio Ambiente da Itaipu, a experiência do Cultivando Água Boa – que aplica 64 projetos ambientais na Bacia Hidrográfica do Paraná III em parceria com os proprietários de terra da região – mostra que a comunidade, a partir do momento em que é bem informada, age positivamente.

 

De acordo com ele, a idéia de levar essa iniciativa a um plano mais abrangente, como a Bacia do Prata, conta com o convencimento da população e de todos os atores sociais com influência para provocar essa transformação, como as universidades, organizações não-governamentais e a imprensa. "O Centro de Saberes procura sensibilizar as pessoas e mostrar as razões da mudança que deve acontecer", afirma o superintendente.

 

Alexandre Marchetti
Para concretizar a ambição de desenvolver de forma sustentável a área de 3,2 milhões de km quadrados da Bacia, segundo Enrique Leff, coordenador da Rede de Formação Ambiental da América Latina e Caribe, do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), é preciso atuar firmemente nos campos que servem de tema do Seminário: a economia ecológica e ecologia política.

 

"A sustentabilidade se constrói passo a passo. E o desenvolvimento da economia ecológica e da ecologia política é um desses passos. Nesse sentido, estamos avançando hoje", avalia. O Seminário Diálogos Sobre Economia Ecológica e Ecologia Política conta ainda com a participação de Juan Carlos Sotuyo, diretor superintendente da Fundação PTI; de Patricia Perkins, professora de Economia Ecológica e Ambiental; da socióloga Maria Aedo; da economista Rayen Quiroga; do professor Carlos Galano e do agrônomo Walter Pengue, entre outros.