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Santa Terezinha de Itaipu é premiada na Expocatadores 2015
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01/12/2015
O trabalho bem-sucedido de reciclagem e o respeito aos agentes ambientais garantiram ao município de Santa Terezinha de Itaipu, no Oeste do Paraná, o Prêmio Cidade Pró-Catador, do Movimento Nacional dos Catadores de Reciclável (MNCR). A premiação foi entregue nessa segunda-feira (30), durante solenidade na 6º edição da Expocatadores, o mais importante evento de catadores de reciclados do Brasil, no Pavilhão de Exposições do Anhembi, em São Paulo (SP). A entrega foi feita pelo diretor-geral brasileiro, Jorge Samek. Itaipu participa da Expocatadores com um estande que mostra as práticas socioambientais da empresa.
 
Santa Terezinha de Itaipu concorreu com outros 67 municípios. A iniciativa reuniu o MNCR, Fundação Banco do Brasil e Secretaria de Governo (SG). Também foram contempladas com a mesma premiação as cidades de Cachoeira de Minas (MG), Campo Largo (PR) e Canoas (RS).
 
Além de Samek, participaram da abertura do evento o ministro do Trabalho e Previdência Social, Miguel Rossetto; o intelectual Paul Singer; o secretário de Direitos Humanos da Prefeitura de São Paulo, Eduardo Suplicy; a coordenadora do Movimento Nacional de Catadores de Reciclados (MNCR), Marilza de Lima; o prefeito de Santa Terezinha de Itaipu, Cláudio Eberhard; e outras 30 lideranças locais dos 29 municípios que compõem a Bacia do Paraná 3. Também compareceram as gerentes do Departamento de Proteção Ambiental da Itaipu, Silvana Vitorassi, e da Divisão de Ação Ambiental, Marlene Curtis.
 
Desde 2013, Santa Terezinha vem implantando ações de reciclagem e educação ambiental. O município é, atualmente, um dos que mais recicla os próprios resíduos no Brasil. Cerca de 70% do lixo que produz é reciclado. Com o prêmio, além do reconhecimento, a cidade também recebeu um aporte de R$ 120 mil, que será usado para a compra de equipamentos.
 
Segundo o prefeito Cláudio Eberhard, depois que a prefeitura assumiu a coleta da cidade, os catadores ganharam uma nova função, na separação, processamento e beneficiamento do material e, por isso, aumentaram a renda e dignificaram o trabalho.
 
“Temos 40 famílias trabalhando diretamente com reciclagem do lixo produzido pelos 22 mil habitantes da cidade. Antes, eles trabalhavam de forma independente e tiravam R$ 500 por mês, hoje eles triplicaram a renda. Cada um deles tira cerca de R$ 1.500,00 por mês”, contou.
 
Para Samek, a premiação mostra a importância desse trabalho. “Somos reconhecidos internacionalmente pela atuação voltada para mais de 2,4 mil catadores de materiais recicláveis organizados em associações e cooperativas. Esse prêmio mostra que o modelo implantado pela prefeitura com apoio de Itaipu está no caminho certo.”
 
Samek lembrou que Itaipu esteve presente na trajetória histórica do movimento, em 2003, quando implantou, nos municípios da Bacia do Paraná 3, o Programa Coleta Solidária. Desde aquele ano, o movimento vem se expandindo nacionalmente.
 
“Lembro da primeira edição da Expocatadores, quando o movimento ainda galgava espaço. Agora eles são vistos como empreendedores e prestadores de serviços ambientais para os municípios. Hoje a sociedade civil, catadores, empresários e o poder público estão dialogando no mesmo espaço e a maior conquista deles foi o protagonismo.”
    
Longo caminho a seguir
 
A coordenadora do MNCR, Marilza de Lima, conta que há pouco mais de 10 anos percorria as ruas recolhendo reciclados. Atualmente é militante nacional do movimento e quer ampliar sua luta para o Brasil. “Temos cerca de 1 milhão de pessoas que tiram seu sustento como catadores. Desse total, apenas 100 mil estão organizados em cooperativas e associações. O restante ainda vive em lixões. Precisamos mudar isso. Queremos que os catadores fiquem fora dos lixões, que existam programas de coleta seletiva pagos pelas prefeituras e a não incineração do material.”
 
O ministro do Trabalho, Miguel Roseto, que foi ao evento representando a presidente Dilma Rousseff, reafirmou o compromisso do governo de continuar construindo acordos positivos com movimentos sociais, como o de catadores. “Graças ao esforço das lideranças, vocês trouxeram dignidade ao trabalho, além da mensagem da importância da preservação ambiental.”
 
Roseto destacou ainda que o setor de reciclagem gera R$ 24 bilhões por ano no Brasil, mas ainda apresenta um alto potencial de crescimento para os empresários que fabricam soluções para o setor. “Como uma ferramenta de inclusão do catador, a Expocatadores divulga ações de transformação social e ambiental, como acontece no Paraná, incentivada por Itaipu, e novas tecnologias na área de reciclagem, profissionalização do catador, colocando fornecedores e compradores face a face como proposição de futuros negócios.”
 
A Expocatadores 2015 começou na segunda-feira (30) e prossegue até quarta (2). A expectativa dos organizadores é receber seis mil catadores e outros atores da cadeia produtiva dos resíduos recicláveis, além de representantes de 14 países da América Latina e Caribe.