Líder mundial na geração de energia limpa e renovável

Institucional
Samek inaugura retrato na galeria de ex-diretores da Itaipu
Tamanho da letra
28/08/2017
Filho de Foz do Iguaçu, terra da usina de Itaipu, o engenheiro agrônomo Jorge Samek faz parte agora da galeria de ex-diretores da Itaipu. Sua fotografia está ao lado das de oito outros diretores que fizeram parte da história da usina de Itaipu. Jorge Samek foi o diretor-geral brasileiro mais longevo. Ele ficou no cargo 14 anos e três meses.
 
O descerramento da fotografia ocorreu nesta segunda-feira, 28, às 9h30, na Sala de Reuniões do 11º andar do Escritório da Itaipu, em Curitiba.  Essa foi a primeira vez que o descerramento da fotografia na galeria ocorre na presença do diretor homenageado e de vários ex-diretores da empresa. A iniciativa foi do atual diretor-geral brasileiro, Luiz Fernando Leone Vianna.
 
Em seu discurso, o diretor-geral brasileiro, Luiz Fernando Leone Vianna, lembrou dos bons resultados conquistados por Samek, com quem teve uma ótima transição. “Nestes cinco meses que estou na Itaipu só ouço elogios a Samek, não só pelo aspecto técnico, mas também na gestão de pessoas. Temos muitas coisas com comum, entre elas o amor por Foz do Iguaçu e pela Itaipu”, disse Vianna, que também tem forte ligação com Foz: seu pai, o coronel Clóvis Cunha Vianna, foi o primeiro prefeito do município. Sua mãe, dona Léa Vianna, foi a idealizadora e fundadora da Guarda Mirim.
 
Legado
 
A trajetória de Samek é marcada por uma série de inovações na empresa, entre elas, a ampliação da missão de Itaipu, em 2003, que possibilitou uma relação mais aberta da Itaipu Binacional com a comunidade do entorno do reservatório.
 
Único iguaçuense até hoje a assumir o principal cargo da Itaipu Binacional, Samek tinha 11 anos quando o Brasil e o Paraguai assinaram a Ata do Iguaçu, documento em que se comprometiam a estudar em conjunto o aproveitamento hidrelétrico do Rio Paraná, na fronteira dos dois países. Foi exatamente na gestão dele, em 2016, que a usina registrou a maior produção elétrica de todos os tempos, cravando, pela primeira vez na história, nove dígitos: 103,1 milhões de megawatts-hora (MWh), recorde mundial absoluto.
 
Representando os ex-diretores, João Cabral Júnior, que ocupou o cargo de diretor jurídico, foi o primeiro a discursar. “Começo aqui a rememorar cada dia dos 14 anos que trabalhei na Itaipu e nesse período tive a grande satisfação de trabalhar com o Samek, que sempre teve uma grande habilidade de liderar, especialmente na questão da binacionalidade”.
 
Samek retribuiu a homenagem dizendo que por trás do retrato dele colocado na galeria está a foto de todo o corpo técnico de Itaipu, sua mulher Maria Olívia e familiares. “Sem vocês todos aqui, nada disso seria possível. Sei da responsabilidade de compor essa galeria. Quero agradecer ao Vianna pela iniciativa. Somos praticamente contemporâneos. Ele sempre ia a Foz, porque sua família (seu pai e sua mãe) fez parte da história do município."
 
Iguaçuense
 
Foz do Iguaçu e a Itaipu sempre estiverem presentes na vida do ex-diretor iguaçuense. Em meados dos anos 1970, Samek acompanhou a transformação provocada pelas obras, “um verdadeiro turbilhão” na vida da antes pacata Foz do Iguaçu.  Mesmo de longe, quando foi estudar em Curitiba, ele sempre teve ligação com a cidade, onde os pais continuaram morando. Sua família mantém propriedades na região.
 
Os benefícios da construção de Itaipu foram inúmeros: geração de emprego e muita riqueza. Foz deu um salto de desenvolvimento. Abriram-se avenidas, como a Juscelino Kubitschek, a Paraná e a Tancredo Neves, e um grande número de bons hotéis. “Tudo isso é fruto da expansão provocada por Itaipu”, atesta Samek.
 
Em Curitiba, logo depois de formado, Samek ocupou cargos públicos. Foi diretor da Secretaria Estadual da Agricultura, secretário municipal de Agricultura e Abastecimento e, em seguida, iniciou sua carreira política, elegendo-se vereador.
 
Como a maioria dos intelectuais e dos políticos de oposição da época, Samek tinha sérias reservas contra a construção de Itaipu, pelos problemas que quase diariamente eram apontados pela imprensa e, principalmente, por uma questão política: afinal, a usina era uma obra de governos ditatoriais, tanto no Brasil como no Paraguai.
 
Ele lembra que surgiam até “previsões apocalípticas” e que haveria “alterações climáticas irreversíveis, que inviabilizariam a produção agrícola em toda a região”. Questionava-se até mesmo a viabilidade técnica do empreendimento. Mas, com um olhar mais técnico, Jorge Samek aprendeu aos poucos a admirar a megaconstrução, que já despertava a atenção do mundo inteiro. E tornou-se, então, um admirador também de John Cotrim, diretor técnico de Itaipu até 1985 que, ao assumir o cargo, trouxe com ele alguns dos melhores profissionais do Brasil. “Cotrim montou uma equipe de excelência em Itaipu, e a partir dali nunca se perdeu esse referencial de conhecimento”, diz Samek.
 
O iguaçuense, “nascido nas barrancas do Rio Paraná e criado entre brasileiros, paraguaios e argentinos”, como se define, jamais imaginaria que, depois de quatro mandatos como vereador em Curitiba e de ser eleito deputado federal, em 2002, seria convidado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, antes mesmo de assumir o cargo na Câmara, para a Diretoria Geral de Itaipu.
 
A posse de Samek marcou a transição para uma “nova Itaipu”, mais voltada para a comunidade e atenta à questão social, com a ampliação da missão em 2003. Antes, Itaipu passara pela fase de construção, de ampliação do número de unidades e de questões que envolviam graves compromissos financeiros. “É preciso ser justo com meus antecessores, pois cada coisa tem seu tempo”, dizia. Em 2015, integrou a lista das cem pessoas mais influentes da Revista Forbes Brasil.
 
Outros resultados de destaque da gestão de Samek sãoa instalação das 19ª e 20ª unidades geradoras, com a conclusão de Itaipu; o início da modernização e atualização tecnológica da usina e a criação do Parque Tecnológico Itaipu (PTI).
 
História
 
Vianna é o décimo diretor-geral brasileiro a comandar a Itaipu. Está no cargo desde março. Antes dele, assinaram o mesmo livro, que traz uma transcrição do decreto presidencial de nomeação, Jorge Miguel Samek (2003 a 2017), Antonio José Correia Ribas (2002-2003), Euclides Girolamo Scalco (1998-2002), Altino Ventura Filho (1998), Euclides Girolamo Scalco (1995-1998), Francisco Luiz Sibut Gomide (1993-1995), Jorge Nacli Neto (1991-1993), Fernando Xavier Ferreira (1990-1991), Ney Aminthas de Barros Braga (1985-1990) e José Costa Cavalcanti (1974-1985).