Líder mundial na geração de energia limpa e renovável

Responsabilidade Social
Respeito à tradição garante sustentabilidade das comunidades indígenas
Tamanho da letra
19/04/2016
Na semana em que se comemora o Dia do Índio, neste 19 de abril, as comunidades indígenas da região – Tekoha Ocoy (São Miguel do Iguaçu), Itamarã e Añetete (Diamante D’Oeste) – celebram as suas semanas culturais. É a oportunidade de mostrar a cultura à sociedade em geral e comemorar as conquistas, muitas delas proporcionadas pelo Programa de Sustentabilidade das Comunidades Indígenas, do Cultivando Água Boa.
 
Um dos braços mais antigos do programa é a atenção ao desenvolvimento agrícola. Foi este o tema da primeira ação de Itaipu voltada às comunidades indígenas, no final de 1999. Não é por menos, o cultivo de produtos agrícolas é traço marcante dos povos guarani (Kaiowa, Mbya e Ñandeva, este último, o da região Oeste do Paraná). “Agricultura é a base da cultura guarani, desde que o mundo é mundo”, afirma o antropólogo Rubem Thomaz de Almeida, do Rio de Janeiro.
 
De acordo com ele, o maior apoio dado pelo programa às comunidades, em relação à agricultura, é deixá-los tomar as próprias decisões. “Eles têm um conhecimento milenar do cultivo, principalmente, do milho, considerado sagrado por estes povos. Há todo um ritual do plantio à colheita, da preservação das sementes”, conta. “Eles conhecem onze espécies de mandioca, oito de batata-doce. São povos que produzem ciência, conhecimento”.
 
O papel do programa é dar suporte e apresentar técnicas agrícolas que podem ser úteis. A introdução de árvores frutíferas é um exemplo. A criação de gado de corte é outro. “Tudo que fazemos se baseia na observação que temos deles e em sugestões que podem ser úteis. Mas a escolha final é sempre da comunidade”, afirma o técnico agrícola João Carlos Bernardes (MAPA.CD), que está no programa desde a sua criação. 
 
João conta que as comunidades se organizam nas chamadas famílias extensas (Ñemoñare). “É o núcleo familiar, que tem seu líder, seu chamoi. Cada grupo escolhe o que plantar e cuida daquele cultivo”, diz. Quem escolhe o que cultivar são os mais antigos. “Eles dão o tom, conservam as sementes, têm a sua forma de plantio, de colheita”, afirma. “Nós damos o suporte”.