Líder mundial na geração de energia limpa e renovável

Energia
Presidente paraguaio inaugura obras na subestação da margem direita
Tamanho da letra
03/12/2014

O presidente do Paraguai, Horacio Cartes, inaugurou oficialmente nesta quarta-feira (3), na margem paraguaia da usina hidrelétrica de Itaipu, no município de Hernandarias, as obras de ampliação da subestação da margem direita (Semd) e o seccionamento de duas linhas de transmissão do sistema de 50Hz, a frequência utilizada no país vizinho.

Com essa obra, a subestação poderá receber metade de toda a produção da usina, ou seja, até 7 mil megawatts, do total de 14 mil megawatts da capacidade instalada da hidrelétrica.

A cerimônia teve a presença dos diretores-gerais de Itaipu, Jorge Samek (Brasil) e James Spalding (Paraguai); do vice-presidente do Paraguai, Juan Afara; do governador de Alto Paraná, Justo Zacarías Irún; e do presidente da Administración Nacional de Electricidad (Ande), Victor Raúl Romero.
     
Também participaram os diretores da margem brasileira Margaret Groff (financeira executiva), Airton Dipp (técnico executivo) e Cézar Eduardo Ziliotto (jurídico), além de ministros de Estado do país vizinho, prefeitos, diretores, conselheiros e superintendes da binacional, entre outras autoridades.

Em seu pronunciamento, Samek destacou a importância da obra, o ótimo relacionamento entre os presidentes do Brasil, Dilma Rousseff, e do Paraguai, Horario Cartes, e também os avanços obtidos pelos dois países nos últimos anos.

Como exemplo, Samek citou a inauguração da linha de transmissão de 500 kV, há apenas um ano, pelos dois chefes de Estado, conectando Itaipu à subestação de Villa Hayes, na Grande Assunção.

“Esses projetos mostram que estamos seguindo exatamente a orientação que recebemos dos presidentes brasileiro e paraguaio, que é produzir energia, mas também produzir desenvolvimento, emprego, renda e oportunidade”, afirmou.

Margaret Groff lembrou que o seccionamento da Semd estava previsto no Anexo B do Tratado de Itaipu e foi executado pela própria binacional, com financiamento da Cajubi – a caixa de previdência da margem direita da empresa.

Margaret reforçou que “essa é uma obra binacional, com forte participação dos nossos empregados de Itaipu, e que será muito importante do ponto de vista da soberania energética do Paraguai”.

Para o diretor Airton Dipp, além de permitir ao Paraguai o acesso à metade da produção da usina, o seccionamento das linhas de 50 Hz reforça o caráter binacional de Itaipu. “Foi um esforço de Itaipu e um esforço dos dois governos, tanto do Brasil como do Paraguai, porque ambos participaram ativamente dessas decisões que permitiram à empresa, com seus técnicos e sua estrutura, a realização dessa grande obra.”

Como era

Itaipu tem 20 unidades geradoras, sendo que dez delas geram em 50 hertz, que é a frequência paraguaia, e dez em 60 Hz, utilizada no Brasil. Antes do seccionamento, duas das quatro linhas de transmissão do sistema de 50 Hz saiam de Itaipu, passavam ao lado da Semd, e seguiam diretamente para a subestação de Furnas, em Foz do Iguaçu.


Subestação da margem direita praticamente dobrou de tamanho e elevou número de equipamentos.

Agora, todas as quatro linhas de 50 Hz entram primeiro na subestação da margem direita; depois, a energia de Itaipu é redistribuída para os dois países em nove linhas: quatro  seguem para Furnas, no lado brasileiro, e outras cinco abastecem o Paraguai – entre elas, a linha de 500 kV, inaugurada no ano passado.

Para receber a nova estrutura, a Semd quase dobrou de tamanho e de números de equipamentos. Em 1991, a subestação paraguaia ocupava uma área de 200 mil metros quadrados; com a reforma, passou a 390 mil metros quadrados. O número de equipamentos passou de 271 para 474, um aumento de 75%.

Disponibilidade energética

O seccionamento das duas linhas (chamadas de IPU-MD3 e IPU-MD4) não alterou o quanto cada país hoje consome da energia de Itaipu. Atualmente, a demanda do sistema elétrico paraguaio em horário de pico chega a 2.700 MW – equivalente a 38% da capacidade da Semd (de 7.000 MW).

No entanto, a previsão é que o Paraguai aumente seu consumo interno cada vez mais, impulsionado pelo crescimento econômico. Em 2013, o Paraguai teve o terceiro maior resultado do planeta, segundo dados do Banco Mundial, com o Produto Interno Bruno (PIB) 14% positivo. Nos últimos 40 anos, a demanda energética paraguaia subiu 30 vezes.