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Tecnologia
Popularização da informática exige 25 Itaipus
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14/11/2007

 

Popularização da informática exige equipamentos de menor consumo energético, na opinião de John “Maddog” Hall.

 

A perspectiva de aquisição de um bilhão de novos computadores no mundo, nos próximos cinco anos, entre notebooks e desktops, vai sobrecarregar a infra-estrutura de fornecimento de energia e exigirá um acréscimo de 25 usinas do porte de Itaipu ao sistema elétrico mundial. A previsão alarmante é de um dos maiores gurus da informática, o norte-americano John “Maddog” Hall, que participou em Foz do Iguaçu da 4ª Conferência Latino-americana de Software Livre (Latinoware 2007), realizada no Parque Tecnológico Itaipu (PTI) nesta terça e quarta-feiras (dias 13 e 14).

 

Em função disso, ele alerta para a necessidade de desenvolver novos equipamentos de baixo consumo energético e menos agressivos ao meio ambiente. “A maioria das pessoas não precisa de computadores poderosos em suas residências, ou mesmo no trabalho. Um PC que permita editar textos, trocar e-mail, navegar na Internet, ver vídeos no Youtube e outras aplicações mais comuns, pode consumir muito menos energia do que os hardware empregados atualmente”, afirma.

 

Um equipamento desktop comum consome cerca de 350 watts, enquanto os notebooks consomem 80 watts, em média. Pensando nisso, a empresa para a qual Hall trabalha, a Koolu, desenvolveu um protótipo de baixo consumo, de apenas 15 watts, fabricado pela AMD. Outra vantagem está no design, já que o computador é do tamanho dos atuais drives de CD e DVD.

 

Esse PC, com 80 gigabytes de armazenamento, processador de 1 gibabyte, quatro entradas USB e entrada para monitor, deverá chegar ao mercado custando menos de 300 dólares. Ligado a um monitor LCD, ele representa uma grande economia de espaço no escritório. E, é claro, virá equipado com software livre. “Como consome pouca eletricidade, esse computador pode ficar ligado o tempo todo e servir como telefone, despertador, televisão e you name it”, diz Maddog, que vê na novidade a possibilidade de ampliar programas de inclusão digital, inclusive no Brasil.

 

Outra novidade abordada por John Hall na Latinoware é o projeto Open Moko, que utiliza software livre na telefonia celular. O equipamento, também desenvolvido pela Koolu e fabricado pela chinesa FIC, a segunda maior fabricante de placas-mãe do mundo, promete tornar os usuários independentes das companhias de telefone. Para discar para outros usuários de celular, o telefone utiliza tecnologia VOIP (voz sobre protocolo de Internet, em inglês), através do sistema Wi-fi. Para ligar para um telefone fixo, é possível escolher o prestador de serviço GSM. “É um projeto que estimula a competição entre as empresas. Mas, se as companhias de telefonia vão gostar disso, você tem que perguntar para elas”, diverte-se.

 

Além de Wi-fi e quatro bandas diferentes de GSM, o aparelho vem com tecnologia Blue Tooth, GPS, infravermelho, entrada USB e tem 4 gibabytes de armazenamento. Por enquanto, o protótipo, também na faixa de 300 dólares, é considerado caro por Maddog. “Mas eu lembro quando calculadoras custavam 400 dólares, há cerca de 20 anos, e hoje elas são dadas como brinde. Então, é uma questão de tempo até o equipamento baratear”.

 

Em sua participação na Latinoware 2007, Hall também fez a defesa do software livre como gerador de empregos e de oportunidades de negócios, e como fomentador de tecnologias avançadas para países em desenvolvimento, como o Brasil.