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Meio Ambiente
Piracanjubas "invadem" reservatório de Itaipu
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08/04/2008

A área do reservatório da Itaipu localizada próxima ao Portinho, no Refúgio Biológico Bela Vista, está mais alegre e colorida. Há mais de dois meses, milhares de piracanjubas – espécie de peixe migrador que corre risco de extinção – estão no local para se alimentar. Ligeiras e com suas nadadeiras avermelhadas, elas devem permanecer no reservatório por mais um ou dois meses.

 


Espécie se destaca na água por causa da cor
A presença da piracanjuba na região não é propriamente uma novidade. O que chama a atenção, agora, é a quantidade. Das margens do Portinho já é possível observar a espécie, que, por sua característica, sobretudo pela cor, destaca-se facilmente das demais. A piracanjuba tem alto valor comercial e, adulta, pode chegar a pesar até cinco quilos. As do reservatório têm, na sua maioria, de um quilo e meio a dois.

 

De acordo com Domingo Fernandez, veterinário da Divisão de Reservatório, a "invasão" das piracanjubas é reflexo das cheias de 2006 e faz parte de um ciclo que não acontece todo ano. "Com as cheias, os rios acima de Guaíra extravasam, criando amplas áreas para berçário e motivando a maior presença de peixes no reservatório. Eles utilizam área de planície para reprodução e engorda inicial, e depois de um ano ou dois vêm para o reservatório para se alimentar", explica Domingo. "Isso tudo é resultado de uma migração trófica, ou seja, para alimentação", destaca. A espécie é onívora. Isso significa que ela pode se alimentar tanto de outros animais como também de vegetais.

 

Há anos a presença das piracanjubas não era tão grande no reservatório. Elas ficarão nas águas da Itaipu enquanto a temperatura permitir. "Acredito que até maio ou talvez começo de junho elas fiquem por aqui. Se a temperatura mais alta se prorrogar elas ficam por mais tempo. Se esfriar, saem mais cedo", diz o veterinário. As piracanjubas do reservatório têm de um ano e meio até dois ou três.

 

Reservatório saudável

 

Segundo Domingo, a área próxima a Foz do Iguaçu é a mais pobre da região em produção pesqueira. "No entanto, é possível ver como tem espécies migradoras por aqui, e, principalmente, como esse ambiente é importante para o ciclo desses peixes", afirma. A ampla utilização do reservatório é, de acordo com o veterinário, indício da qualidade da sua água.

 

"A piracanjuba, por exemplo, é muito sensível ao ambiente. Se houver qualquer problema de poluição ela desaparece da área. Tê-las por aqui demonstra a saúde ambiental deste trecho", ressalta. Entre as 180 espécies que habitam ou passam pelo reservatório da Itaipu, a maior em peso é o jaú. Já em tamanho, é o pintado. "Os dois são espécies de bagres", ensina Domingo.