Líder mundial na geração de energia limpa e renovável

Meio Ambiente
Pesquisadores coletam sêmen de anta para analisar conservação
Tamanho da letra
14/11/2014

Um grupo de pesquisadores começou, na segunda-feira (10), um estudo sobre a avaliação e a conservação do semên da anta (Tapirus terrestris). Até quinta-feira (13), eles coletaram o sêmen de oito antas de refúgios biológicos da Itaipu, quatro do lado brasileiro e quatro do paraguaio. O objetivo é avaliar a melhor forma de conservar o material que será usado em futuras inseminações artificiais.
     

Com a anta anestesiada, são feitas várias medições que serão importantes para se conhecer melhor a espécie.

O projeto é de autoria do professor Nei Moreira, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), campus Palotina. Também integram a equipe pesquisadores do Instituto de Pesquisas Ecológicas (Ipê) e do Instituto Nacional Smithsonian de Biologia da Conservacão, dos Estados Unidos. Representantes da Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Paraná e do Instituto Brasileiro para Medicina de Conservação (Tríade) também participaram da coleta.
       
Segundo o médico-veterinário Zalmir Cubas, da Divisão de Áreas Protegidas de Itaipu, esse conhecimento vai ajudar a formar um banco de sêmen da espécie. “Quando tivermos este banco, não precisaremos enviar o animal para outro local, para fazer a reprodução”, explica.
      
Atualmente, muito se sabe sobre a conservação do material genético de equinos e bovinos, devido ao interesse comercial, explica o médico veterinário Renato Erdmann, da PUC-PR. Mas há pouco conhecimento sobre espécies nativas, como a anta. “Cada espécie tem características diferentes, agora vamos fazer um protocolo específico para a anta”, conta.
         
Para ser feita a coleta, primeiro a anta recebe uma dose de sedativo. Depois, com um eletroejaculador, os pesquisadores retiram o material. Durante todo o procedimento, os batimentos cardíacos e o comportamento da anta são verificados. Também é coletada uma amostra de sangue, para fazer a análise de sanidade do animal.
         
Anestesia
   
Os pesquisadores ainda estão formulando um protocolo de anestesia para os procedimentos veterinários na espécie. De acordo com a médica veterinária Renata Santos, Ipê, de São Paulo, cada procedimento exige composições diferentes de anestesia e sedativos.
    

Renata, do Ipê, e Paulo, do Tríade, analisam o procedimento de anestesia para as antas.

O médico-veterinário Paulo Mangini, do Tríade, de Curitiba, diz que o peso e o tipo de procedimentos são fundamentais para se avaliar a melhor composição dos três princípios ativos responsáveis pela anestesia. Mas ressalva: “A anta é um animal muito instável, há muita variação entre um indivíduo e outro. Estamos tentando buscar um padrão."