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Nena traz esperança para programa de reprodução de onças do refúgio
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08/09/2016

Depois de 14 anos, o programa de reprodução de onças-pintadas do Refúgio Biológico Bela Vista (RBV) de Itaipu tem grandes esperanças de sucesso. A nova aposta é Nena, uma onça-preta fêmea, procedente da divisa do Mato Grosso e Goiás, que foi doada à unidade de conservação pelo Criadouro Científico Instituto Onça-Pintada (GO) há cerca de um mês. Itaipu já é referência em reprodução de outros animais, como a harpia, o veado-bororó e a anta.

Em idade fértil, a nova integrante do plantel de Itaipu vem sendo gradativamente introduzida no recinto da onça-pintada macho Valente, antigo morador do Zoológico Roberto Ribas Lange, no RBV, para se acostumarem um ao outro. Nesta quinta-feira (8), eles tiveram o terceiro encontro. E o clima foi de paquera. Embora uma seja preta e outra pintada, a diferença é só uma questão de pigmentação de cor em função da quantidade de melanina. Elas são da mesma espécie (Panthera onca).

Se der certo a aproximação, a expectativa é de que, em menos de um ano, o refúgio ganhe os primeiros filhotes do único casal da espécie da Bacia do Rio Paraná mantido em cativeiro, em todo o Brasil. A maioria dos casais atualmente em cativeiro tem como origem a Amazônia.

Valente, capturado em uma fazenda no Mato Grosso do Sul, na divisa com São Paulo, está com nove anos de idade e a recém-chegada tem três. A esperança dos técnicos do refúgio é que o novo casal venha a se reproduzir em breve, já que o cio das onças ocorre de seis a 14 dias, em um ciclo de 37 dias. Há pouco mais de dez dias, Nena estaria pronta para o acasalamento. Segundo o tratador Delcy Alves de Oliveira, que há 22 anos trabalha na unidade de conservação, “se os animais tivessem sido colocados juntos já naquela ocasião, ia dar liga”.

Mas ainda era preciso esperar um pouco mais para que a relação entre eles não azedasse. “Existe um protocolo a ser seguido”, comenta o médico veterinário Wanderlei de Moraes, responsável pelo programa de reprodução das onças-pintadas na Itaipu.  “Depois dessa aproximação, vamos esperar agora que ela entre novamente no cio e, com o cruzamento, torcer para que entre no período de gestação. Se isso ocorrer, o casal será novamente separado até o nascimento dos filhotes”, diz.

Hoje, observando a terceira aproximação, tanto Moraes quanto Oliveira não têm dúvidas de que vai dar certo. O tratador e o médico veterinário acompanharam todas as tentativas anteriores de reprodução de onças-pintadas na unidade de conservação.

Nena é a sexta onça recebida pela Itaipu. Primeiro veio Juma, em 2002, depois Tonhão, Valente, Teka (também conhecida como Beyonça) e agora, além de Nena, também uma onça macho, que chegou junto da onça-preta e tem a mesma idade que ela. Esta onça macho é pintada e não ficará exposta ao público. Estrela do Refúgio desde quando havia chegado ao local, Juma morreu no começo deste ano. Tonhão e Teka foram conduzidos para outros zoológicos.

 “A expectativa maior em relação à reprodução agora com esse novo casal se justifica porque, nas tentativas anteriores, primeiro com Juma e Tonhão e depois com Juma e Valente, a fêmea estava fora da janela de procriação, ou seja, com idade avançada para se reproduzir”, explica Wanderlei de Moraes. Além da novidade do possível nascimento de filhotes geneticamente puros de onças-pintadas da Bacia do Rio Paraná, o ganho para a natureza é imensurável, já que a única reserva hoje de grande porte no Sul do País que abriga a espécie é o Parque Nacional do Iguaçu, na fronteira do Brasil com a Argentina, na região de Foz do Iguaçu.

Onça-pintada

A onça-pintada (Panthera onca) é um felino da família Feliade. É carnívoro, chega aos 2,10 metros de comprimento, pesa em média 150 kg e sua altura chega a 90 centímetros. A onça-pintada vive às margens dos rios e também nos ambientes campestres desde o sul dos EUA até a Argentina.

A onça tem como território individual de caça aproximadamente 80 quilômetros quadrados. A gestação dura cerca de 100 dias, com possibilidade de nascimento de até quatro filhotes. Os bebês nascem cegos e passam a enxergar depois de duas semanas de vida. Os machos atingem a maturidade sexual aos três anos e meio e a fêmea aos dois anos de idade.

Refúgio

O Refúgio Biológico Bela Vista está Instalado em uma área de 1.908 hectares na margem brasileira da usina, em Foz do Iguaçu (PR). O espaço reúne hoje a maior diversidade de espécies da flora e da fauna regional, muitas delas ameaçadas de extinção. O plantel de Itaipu conta com mais de 380 animais. O local é aberto à visitação. Moradores de Foz do Iguaçu, dos municípios lindeiros ao Lago Itaipu e da região das três fronteiras não pagam para conhecer o atrativo.

A visita pode ser feita de terça-feira a domingo, em seis horários: 8h30, 9h30, 10h30, 13h30, 14h30 e 15h30. A duração do passeio é de aproximadamente duas horas e meia.

Projetos e pesquisas

Mais do que uma atração turística, o Refúgio Biológico de Itaipu é um importante centro de pesquisas e desenvolvimento de projetos, que recebe especialistas do mundo inteiro.Como visitar

Mais informações e reservas para visitar o Refúgio Biológico Bela Vista e outros atrativos de Itaipu podem ser obtidas no site www.turismoitaipu.com.br ou pelos telefones 0800 645 4645 e +55 45 3529-2892.