O prefeito de Curitiba, Gustavo Fruet, disse que pretende ampliar a eletromobilidade na cidade, estabelecendo a base para que, no futuro, a capital paranaense tenha somente veículos 100% elétricos, com tecnologia brasileira, rodando a serviço da administração municipal. A afirmação foi feita nesta sexta-feira (12), na Casa Klemtz, em Curitiba, durante a cerimônia de assinatura do termo de comodato entre Itaipu Binacional e o município, para a entrega de um micro-ônibus com 16 lugares.

O evento marcou o lançamento da segunda etapa do Curitiba Ecoelétrico – projeto desenvolvido em parceria por Itaipu Binacional, Prefeitura de Curitiba, Renault e Centro para a Excelência e Inovação na Indústria Automóvel (Ceiia), de Portugal. Na mesma ocasião, a Renault entregou à prefeitura seis minicarros, os Ecoeletrinhos, todos totalmente elétricos.

A Casa Klemtz, local da solenidade, no Bosque da Fazendinha, abrigará a Escola Pública de Trânsito da Setran, que usará os veículos (o micro-ônibus e os minicarros) na educação de trânsito das crianças da rede municipal de ensino da capital. "Uma cidade sozinha não consegue avançar, por isso essas parcerias são fundamentais", destacou Fruet.

Segundo o diretor-geral brasileiro da Itaipu, Jorge Samek, contribuir com projetos inovadores e sustentáveis, como o Ecoelétrico, é uma das marcas da binacional. “O que é também uma marca de Curitiba, cidade de vanguarda."

Após receber a chave do micro-ônibus das mãos de Samek, Fruet dirigiu o veículo dentro do Parque. Também compareceram ao evento o diretor de comunicação da Renault, Caíque Ferreira; o diretor de governança corporativa do Ceiia, Gualter Crisóstomo; os prefeitos Domingos Cruz da Fonseca, da cidade do Sequele, e Joaquim Israel Marques, da cidade de Quilamba, ambas em Angola; o prefeito de Cieneguilla, no Peru, Emilio Chávez Huaringa; além de outras autoridades e envolvidos no projeto.

O micro-ônibus

O chassi do micro-ônibus é da Agralle, e a carroceria, da Mascarello – ambas empresas nacionais. O veículo foi montado na Itaipu. O motor é da multinacional Siemens. "Foi o mais adequado, em termos de desenvolvimento tecnológico”, diz a diretora financeira executiva de Itaipu, Margareth Groff. Ela é a responsável pela parceria firmada com o Ceiia para o projeto e idealizadora do programa Mobilidade Inteligente (Mob-i), da Itaipu.

O veículo tem propulsão totalmente elétrica, sete metros de comprimento e pesa 8.700 kg. O tempo de recarga da bateria é de 8 horas. A tração é composta por dois motores elétricos trifásicos, refrigerados a água, e uma caixa somadora. A rotação máxima do motor é de 10.000 RPM. Possui cinco baterias do tipo sódio-níquel. Apresenta potência total máxima de 150 kW e torque total na saída da caixa somadora de 2997 N.m. O sistema auxiliar é formado por ar-condicionado, sistema de refrigeração e freio pneumático.

Resultados e perspectivas
   
Para Margaret, ao completar um ano, o Ecoelétrico confirma a boa expectativa da época do seu lançamento. “É um piloto que está indo muito bem no seu desenvolvimento. Tem dado resultados importantes para o desenvolvimento tecnológico do programa da mobilidade inteligente”, diz. “Há que se ressaltar a importância da utilização dos veículos de forma correta por parte dos usuários da prefeitura. Isto é muito positivo.”
     
O micro-ônibus e o projeto pedagógico de educação no trânsito, incorporados ao Ecoelétrico, são, na avaliação da diretora, conquistas importantes para o futuro da iniciativa. “Pretendemos contribuir também com a conscientização dos adultos quanto ao melhor comportamento no trânsito. Temos certeza que as crianças levam para casa os ensinamentos”, ressalta.
    
O monitoramento do micro-ônibus, segundo Margaret, será diferenciado. “Podemos simular o desempenho do micro-ônibus a serviço do transporte coletivo.”

Mob-i

Em um ano, o Ecoelétrico já poupou mais de 6,6 toneladas de dióxido de carbono (CO2) e mais de 5,2 mil litros de combustível. Os indicadores do projeto podem ser acompanhados on-line, no site www.ecoeletrico.curitiba.pr.gov.br.

O Curitiba Ecoelétrico faz parte do programa de Mobilidade Inteligente (Mob-i), da Itaipu, que mantém outros três projetos-piloto: o Mob-i, na própria usina; o Brasília Ecomóvel; e o Mob-i ONU, os dois últimos desenvolvidos na capital federal.

Além dos carros elétricos (28 no total), o Mob-i conta com postos para abastecimento (os eletropostos) e usa a plataforma Mobi.me, aplicativo que fornece em tempo real indicadores como o dinheiro poupado em abastecimento, o CO2 que deixou de ser emitido na atmosfera e o número de quilômetros rodados.