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Tecnologia
Latinoware 2017 mostra como a robótica pode melhorar a educação
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20/10/2017

A robótica livre é uma ferramenta útil e com amplo potencial de uso na educação, sobretudo a infantil. Entre os mais de mais de 200 assuntos debatidos no 14º Congresso Latino-Americano de Software Livre e Tecnologias Abertas (Latinoware), a possibilidade de aliar artefatos tecnológicos e cognitivos ao ensino de disciplinas tradicionais, como português e matemática, foi um dos principais destaques do evento, que aconteceu de quarta (18) a sexta-feira (20), na usina de Itaipu, em Foz do Iguaçu. 

Participaram cerca de 4,5 mil pessoas, principalmente estudantes, professores e interessados em novas tecnologias, vindos de várias partes do Brasil e dos países vizinhos. O congresso foi promovido pela Fundação Parque Tecnológico Itaipu (FPTI), com o patrocínio da Itaipu Binacional. 

“Sempre tivemos robótica no Latinoware, mas este ano conseguimos mostrar melhor como ela pode ajudar a melhorar a educação e, ainda, preparar as crianças para o futuro. Em breve, todos precisarão entender de programação”, Marcos Siriaco Martins, um dos coordenadores do evento. 

Segundo o gerente de Tecnologia da Informação e Comunicação da FPTI, Carlos Araújo, por meio da robótica é possível motivar o interesse das crianças por tecnologia. “Ela é transversal, não se restringe mais ao profissional de TI. Está em tudo. E começar a preparar as crianças para esse novo mundo é, sem dúvida, um das grandes missões do Latinoware.” 

Na prática 

Um dos exemplos que já está gerando frutos numa escola pública de Cascavel (PR) é o “Robótica Aloys”, que ensina matérias tradicionais como matemática e português com o uso da robótica. O projeto começou com a proposta de melhorar a frequência dos alunos nas aulas de reforço, mas acabou sendo incluído na grade curricular. 

“Precisávamos aumentar a participação e o interesse nas aulas, além de estimular o aprendizado. Lembramos de uma oficina de robótica do Latinoware, há alguns anos, e resolvemos colocá-la em pratica. E deu certo”, contou o instrutor Thiago Sodré. Desde que comecei a participar das atividades de robóticas, passei a gostar mais das aulas, até das de matemática. Agora só tiro 100”, contou Mirian Alves, de 10 anos. 

O “Jabuti Edu” é outra proposta. Depois de montado, ele é acessado e operado por celular, computador ou notebook. Com ele, alunos a partir de quatro anos conseguem aprender de forma lúdica matemática, português, programação, informações de trânsito e idiomas, entre outros. No “coração” do Jabuti há um computador com mais de 150 softwares educativos. O manual e o todo o sistema operacional pode ser baixado gratuitamente do portal www.jabutiedu.org e, depois, impresso numa impressora 3D. Tudo não sai mais que R$ 1 mil.

OiTs e Segurança

A falta da privacidade, a necessidade de cuidar da segurança digital, os males provocados pelo uso excessivo das redes sociais e a presença cada vez mais fortes dos Objetos Físicos Autônomos conectados à Internet, chamados de OiTs – Internet das coisas - também foram extensamente debatidos no 14º Latinoware. 

Os OiTs, por exemplo, estão desafiando a perícia forense a criar novos mecanismos para investigar ataques e crimes digitais. Até pouco tempo, as invasões ocorriam apenas por meio de computadores, nos sistemas Windows e Linux, e a perícia sabia como investigar. Mas como atualmente mais de 23 bilhões de dispositivos em todo o mundo estão conectados à internet, e com seus sistemas próprios, a polícia estuda novas formas de elucidar esse tipo de crime. 

Privacidade?

Pensou em comprar um tênis e, agora, a todo momento aparece uma propaganda desse produto na sua tela? Hábitos, desejos e rotinas são, aos poucos, decifrados e reunidos em uma série de dados revelados pelos usuários em diversos dispositivos eletrônicos utilizados no dia a dia. “A cada vez que você acessa um desses equipamentos, está criando um perfil. E de certa forma, sua rotina, seus hábitos e, às vezes, até o número de passos que deu num dia se tornam públicos. As grandes corporações utilizam esses dados em favor delas”, disse Christiane Borges, mestre em Engenharia da Computação.

Para garantir um pouco de segurança e evitar ataques de hackers e espionagem, o analista de sistemas do Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), Deivi Kuhn, incentivou o uso de software livre. Segundo ele, quando se utiliza um software livre, a pessoa ou a empresa é dona da informação, sabe onde está sendo armazenada. Já no proprietário, os dados ficam escondidos e, ao mesmo tempo, abertos para o dono do software onde o servidor está lotado. 

Ao vivo ou em 3D

Durante o 14º Latinoware, quem visitou o estande da Itaipu na Trilha de Negócios pôde fazer um viagem pela usina sem sair do local. Os participantes fizeram um “passeio” à hidrelétrica com óculos de realidade virtual (VR, da sigla em inglês virtual reality). E quem optou por conhecer a usina ao vivo, real mesmo, pagou menos. Os mais de 4,5 mil participantes do Latinoware tiveram desconto de 50% nas visitas aos atrativos do Complexo Turístico Itaipu.