Líder mundial na geração de energia limpa e renovável

Meio Ambiente
Japoneses pretendem levar Água Boa a outros países
Tamanho da letra
12/03/2008

As ações de responsabilidade socioambiental do Programa Cultivando Água Boa, desenvolvido pela Itaipu com vários parceiros, nos 29 municípios que integram a Bacia Hidrográfica do Paraná 3, podem ultrapassar as fronteiras do continente sul-americano para melhorar a qualidade da água do outro lado do planeta. O tema foi debatido na abertura da 5ª Oficina Internacional sobre Enfoques Regionais para o Desenvolvimento e Gestão de Reservatórios na Bacia do Prata, que começou ontem e prossegue até sexta-feira, no Auditório César Lattes, no Parque Tecnológico Itaipu. 

 

Segundo a comitiva japonesa presente no encontro, o exemplo bem sucedido do Cultivando Água Boa deve ser multiplicado não apenas na região de abrangência dos rios Paraná, Uruguai e Paraguai (os principais da Bacia do Prata), mas também em um plano mais abrangente. Até no Japão.

 

"Elaborei um projeto para a Bacia do Prata fundamentado no Programa Cultivando Água Boa, que traz um conceito que pode ser levado para qualquer parte do planeta", afirma o japonês Takehiro Nakamura, diretor da International Water, uma divisão da Global Environment Facility (Gef), organização que busca a cooperação internacional para projetos que beneficiem o ambiente global.

 

Sob o axioma de que todos são cidadãos do mundo, a idéia de fazer com que ações positivas transponham fronteiras encontrou eco na própria delegação oriental. "Sou japonês, mas também muito brasileiro. Essa idéia de integrar mundialmente todas as atividades de proteção ambiental vai nesse sentido", disse Yosuke Yamashiki (à direita), representante japonês do Sistema de Monitoramento do Ambiente Global (Global Environment Monitoring System – GEMS), na cerimônia de abertura da Oficina.

 

De acordo com Nakamura, duas etapas deram início ao alcance da meta de "importar" o Cultivando Água Boa. "Identificamos as boas práticas para, depois, estudar efetivamente a viabilidade de levá-las para fora", ressalta. Por enquanto, não há prazos estimados. Apenas prioridades. "A idéia é estender essas ações para outras partes da América Latina. No entanto, a possibilidade de fazer o mesmo em outros continentes também existe", explica Nakamura.

 

O representante da Gef reconhece, contudo, que há algumas dificuldades para fazer com que a idéia da reprodução do programa da Itaipu longe do Brasil saia da teoria para a prática. "Há algumas complicações regionais que precisam ser superadas, sobretudo em algumas regiões da África. É difícil dizer exatamente se todas as suas ações podem ser reproduzidas nesses locais, mas pelo menos algumas certamente têm essa condição", diz Nakamura. "Ainda é um pouco cedo para avaliar com precisão a amplitude da possibilidade de multiplicidade do Programa", complementa Nakamura (à esquerda).

 

O dirigente japonês ainda deu um conselho. "Não são todos que sabem das ações exemplares desenvolvidas pela Itaipu. Sugiro que se documente tudo, principalmente em inglês, e que se divulgue esse trabalho, fazendo com que mais pessoas de outros continentes tenham conhecimento dos projetos feitos aqui", propõe.