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Meio Ambiente
Itaipu reúne em livro conhecimento popular
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11/04/2008

Quem nunca tomou um chá de guaco para acabar com a tosse? A sabedoria popular sobre as propriedades medicinais desta e de outras plantas, e a comprovação científica do efeito de algumas delas, serão reunidas em um livro publicado pela Itaipu, uma parceria com a Unipar. A obra vai conter informações sobre 170 espécies vegetais usadas popularmente no combate e na prevenção de doenças. 

 


A equipe responsável pelo livro
O livro "Plantas medicinais nativas de remanescentes florestais do Oeste do Paraná" é fruto de uma pesquisa realizada na pós-graduação em plantas medicinais em atenção à saúde, uma parceria entre Itaipu e a Universidade Paranaense (Unipar) de Toledo, que ocorreu entre 2005 e 2006.

 

O curso surgiu da necessidade, constatada pelo Programa Cultivando Água Boa, de formar educadores e profissionais de saúde especializados em plantas medicinais. A pós-graduação durou um ano e meio, com turma de 40 pessoas. 

 

Seis delas se reuniram para estudar o conhecimento popular sobre as propriedades terapêuticas de espécies nativas de três remanescentes florestais: Refúgio Biológico Bela Vista, Parque Nacional do Iguaçu e área de Relevante Interesse Ecológico da Cabeça do Cachorro, em São Pedro do Iguaçu. 

 

"Muito do que se conhece sobre plantas medicinais é sobre as espécies trazidas de fora pelos imigrantes, principalmente da Europa", explicou o professor do Departamento de Farmácia da Unipar, Euclides Cardoso Júnior (à direita), justificando a necessidade dos estudos em espécies nativas. O uso popular destas espécies foi então comparado com pesquisas científicas que comprovam a eficácia de algumas delas. Para Cardoso Júnior, no entanto, existe ainda um espaço amplo para pesquisas. "Há muito ineditismo, muitas plantas usadas pelas pessoas ainda não foram estudadas." 

 

Foram encontradas informações interessantes, como por exemplo em relação à embaúba (Cecropia palmata), muito usada popularmente no controle da hipertensão arterial. Segundo Cardoso, foi comprovado que o mesmo mecanismo farmacológico de remédios usados no controle deste mal é encontrado na planta.

 

De acordo com o técnico agrícola Altevir Zardinello, da Divisão de Meio Ambiente de Itaipu, há poucos estudos sobre as propriedades medicinais das plantas nativas da região, mas muita gente faz uso medicinal delas. É o que comprovou uma pesquisa do Cultivando Água Boa: 82% das pessoas da BP3 usam plantas em terapias – 66% delas, influenciadas por familiares e apenas 3% por médicos. 

 

"A maioria das pessoas acredita que, por ser natural, a planta não faz mal. Mas mesmo elas têm contra-indicação", frisou Zardinello. O Cultivando Água Boa investe na educação ambiental, orientando as pessoas sobre o uso medicinal das plantas. O livro seria mais uma ferramenta para isso.

 

Autores

 

Além de Cardoso e Zardinello, assinam o livro: a pedagoga Hildete da Silva de Sousa, da Divisão de Meio Ambiente; a bióloga Márcia Cristina Lawice, técnica de laboratório do Departamento de Farmácia da Unipar; a farmacêutica Bettina Monika Ruppelt Pereira, da Universidade Federal do Paraná, campus de Palotina, e a farmacêutica e micro-empresária Loici Maria Marin Colleto, que trabalhava no Cultivando Água Boa.