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Meio Ambiente
Itaipu participa de discussão sobre precificação do carbono na COP 21
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09/12/2015
A Itaipu Binacional esteve presente, nesta terça-feira (8), em um dos mais importantes momentos da 21ª Conferência das Partes das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 21), em Paris. A discussão sobre uma precificação única do carbono reuniu mais de 100 lideranças empresariais e governamentais de todo o mundo, com a presença do secretário de Estado do Governo norte-americano, John Kerry, e do secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon.
 
A diretoria financeira executiva de Itaipu, Margaret Groff, representou a binacional no evento, repetindo a presença no Caring for Climate Business Forum. Em 2014, Margaret apresentou os projetos de mobilidade de Itaipu e parceiros durante a COP 20, em Lima, no Peru.
 
O Caring for Climate (Cuidando do Clima, em português) reúne esforços para evitar a crise da mudança climática por meio da mobilização de massa crítica formada por líderes empresariais e implementar e recomendar soluções e políticas de mudanças climáticas. Desde 2009, Itaipu é signatária da iniciativa, conduzida pelo Pacto Global.
 
Carbono em foco
 
A taxação do carbono é um dos pontos centrais da COP 21. A medida é tida como prioritária para limitar em dois graus Celsius o aumento da temperatura da Terra até 2100. Para Kerry, o setor privado é parte da mudança do clima, sem o qual não será possível atingir a meta dos dois graus.
 
Segundo Margaret Groff, a COP 21 somente guiará o planeta para a meta de até dois graus se houver convergência de ações entre governos, empresas, organizações internacionais e a sociedade civil, alinhadas aos objetivos do desenvolvimento sustentável.
 
"Os investimentos financeiros e a definição de um preço global para o carbono foram importantes pontos de discussão, mas chegar a um acordo exige que os negócios e os governos tenham objetivos claros e soluções práticas para os cuidados do clima", afirmou a diretora.
 
Várias ações na COP 21 avançam no tema. No dia 30, seis países lançaram uma coalização para a tarifação universal das emissões – França, Alemanha, Chile, México, Canadá e Etiópia. A defesa também é feita pelo Estado da Califórnia, nos Estados Unidos.
 
Cerca de 40 governos e mais de 20 cidades, estados e regiões dispõem de mecanismos de precificação de carbono, cobrindo 89% do Produto Interno Bruto dos 20 países (G20) e 75% do PIB mundial. O problema é que este valor sofre variações de mais de 1.600%, conforme a região. Na Suécia, por exemplo, o preço da emissão por tonelada é fixado em US$ 130. No Estado da Califórnia, o valor é de US$ 8/ton.
 
Mais de mil companhias informaram que promovem, internamente, a taxação do carbono, ou pretendem adotar este mecanismo até 2017. No mundo empresarial, os valores são ainda mais discrepantes e vão de US$ 1 a US$ 150/ton.
 
Para tentar um equilíbrio nesta conta, o fórum reuniu 106 empresas. Além de Itaipu, a lista integrou grandes corporações como Unilever, Michelin, Saint-Gobain, Google, Mars, L'Oreal, PesiCo. O Centro para a Excelência e Inovação na Indústria do Automóvel (CEIIA), parceira de Itaipu no projeto de mobilidade inteligente, também esteve no evento.
 
“Definir um preço para o CO2 a ser evitado é uma importante medida porque altera o comportamento dos cidadãos e das organizações”, afirmou o gerente de Governança corporativa do Ceiia, Gualter Crisóstomo.
 
Para ele, o Programa de Mobilidade Elétrica Inteligente (Mob-i), do Ceiia e da Itaipu, é um dos exemplos de excelência neste sentido, porque permite quantificar a pegada ecológica da mobilidade em tempo real. “Assim, poderemos criar tipos diferentes de preço para a mobilidade e até premiar quem tem mobilidade mais sustentável."
 
Para o secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, agir contra a mudança climática oferece uma porta de entrada para o crescimento e inovação.
 
O painel teve, ainda, a participação das lideranças da COP 21 como Laurence Tubiana, representante especial da França, Laurent Fabius, presidente da COP 21 e ministro Relações Exteriores e do Desenvolvimento Internacional; do vice-presidente da Comissão Europeia e responsável pela União da Energia, Maros Šefcovic; do ministro de Meio Ambiente do Peru, Manuel Pulgar-Vidal, do ministro das Relações Exteriores da Dinamarca, Kristian Jensen; do membro do Parlamento Britânico, Sadiq Khan. Também estiveram presentes representantes de organizações intergovernamentais como Banco Mundial, sociedade civil, ONGs e Academia.