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Meio Ambiente
Itaipu e empresas parceiras se unem para criar a Abiogás
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20/12/2013

Foi criada nesta quinta-feira (19) a Associação Brasileira do Biogás e Biometano (Abiogás), em assembleia geral realizada em São Paulo (SP). Além de autoridades e mais de 20 empresas do setor, o evento contou com o presidente do Centro Internacional de Biogás e superintendente de Energias Renováveis de Itaipu, Cícero Bley Jr.; o diretor do departamento de combustíveis renováveis do Ministério de Minas e Energia (MME), Ricardo Dornelles; o subsecretário de Energias Renováveis do Estado de São Paulo, Milton Flávio; o diretor-presidente da Compagas, Luciano Pizzatto; e o diretor da Geoenergética, Alessandro Gardemann.

No evento, foi aprovado o estatuto da Abiogás e eleita uma diretoria provisória. Cicero Bley Jr. foi indicado para ser o presidente provisório da entidade e Alessandro Gardemann como vice-presidente. Por enquanto, o estatuto ficará em análise e deverá ter aprovação definitiva em até 60 dias. Nesse período serão formados os comitês temáticos.

O objetivo da associação, além de representar o setor, é propor e criar uma política nacional para o combustível e ser um canal de interlocução entre a sociedade civil e os governos federal e estaduais. A necessidade de criar um programa para o setor tem como meta transformar esse gás desperdiçado em uma fonte de geração de energia, agregando valor ao Produto Interno Bruto Brasileiro. Hoje, o potencial de geração de biogás é utilizado em três frentes: energia elétrica, térmica e veicular.

Segundo Cícero Bley Jr., “estimativas apontam que o potencial de biogás e biometano no Brasil é de 20 bilhões de metros cúbicos por ano somente nos setores agropecuário/industrial, com o tratamento de dejetos animais e efluentes, e sucroalcooleiro”, calcula.

De acordo com Bley, essa é uma vantagem competitiva do biogás brasileiro, pois o setor de agronegócios do Brasil é um dos maiores do mundo. Ainda não estão completamente contabilizados os potenciais relativos ao lixo urbano de origem orgânica, os esgotos urbanos, os demais setores agroindustriais e os efluentes orgânicos industriais, mas se considerados, na análise de Bley, o potencial do biogás é muito maior.

O executivo explicou ainda que combustíveis gasosos têm maior eficiência e menor custo. “Estamos vivendo um período de transição na matriz energética de um mundo não sustentável para um sustentável e, nesse contexto, haverá uma mudança de combustíveis líquidos para combustíveis gasoso. É aí que o biogás ganha força”, pondera Bley.

Na avaliação do diretor da Geoenergética, Alessandro Gardemann, “o biogás tem condições de se tornar o grande combustível de segunda geração. Essa é a grande oportunidade de termos o shale gas verde”.

Maior presença na matriz

Hoje, o biogás tem participação inexpressiva tanto na matriz elétrica quanto na matriz energética. Por conta disso, a necessidade de uma associação de classe que represente os interesses do setor é fundamental para dar visibilidade a essa fonte de energia.

Ricardo Dornelles, diretor do departamento de combustíveis renováveis do Ministério de Minas e Energia (MME), reconhece que o biogás não tem um papel específico no governo federal, todavia a criação da entidade dará representatividade junto ao MME e órgãos responsáveis pelo planejamento energético brasileiro, como a Empresa de Pesquisas Energéticas (EPE), a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e a Agência Nacional do Petróleo (ANP).

Dornelles conta ainda que o mercado de combustíveis veiculares gera perspectivas boas para a utilização do biogás e a criação da entidade é fundamental para viabilizar políticas nessa área.

“O país passa por um processo de crescimento. O mercado de combustíveis no Brasil cresce na ordem de 5% ano, bem superior ao PIB, e devido a essa demanda crescente, precisamos fornecer combustíveis para movimentar esse país de forma sustentável, além de ser fundamental para o desenvolvimento econômico”, explica.

Interesses indiretos

A criação da associação interessa a diversos setores da economia. Na assembleia estavam presentes empresas produtoras, comercializadoras, distribuidoras e centros de pesquisa para viabilização do biogás.

O diretor-presidente da Compagas, Luciano Pizzatto, alertou que futuramente o Brasil precisará de uma rede de gasodutos para circulação do produto, e a Abiogás será de fundamental importância para o desenvolvimento.